O caos causado pelas enchentes em Santa Catarina foi o grande destaque da semana nos noticiários de todos os veículos de comunicação. Quase todos eles, principalmente os jornais de TV e rádio, estavam numa disputa para ver quem cobria o assunto de forma mais completa. Nas emissoras de televisão Record e Globo, essa disputa foi ainda mais evidente. E houve também uma dramatização excessiva. Não que a tragédia não seja grande o suficiente para ganhar destaque, mas algumas vezes as emissoras exploraram as imagens e a tristeza das vítimas para ganhar audiência.
No Jornal Nacional, as matérias e links sobre a situação do estado estiverem presentes diariamente no noticiário. Além de imagens surpreendentes dos estragos do temporal, a Rede Globo disponibilizou informações e dados, quase que em tempo real, dos estragos. Aqui em Brasília, por meio do DFTV, foi organizada uma campanha para ajudar as vítimas das cheias.
A TV Record também cobriu amplamente em todos os programas. Na quinta-feira (27), iniciou uma campanha de arrecadação de donativos e de dinheiro, dispondo uma conta corrente para depósitos e ressaltando que todas as doações seriam fiscalizadas pelo Ministério Público. Todos os programas relembram a campanha e inclusive durante os comerciais, os apresentadores aparecem pedindo que as pessoas participem. Flashes com a participação e resultados das afiliadas são exibidos em toda a programação. A catástrofe continua sendo exibida sim, mas compete com a campanha que, por sua vez, demonstra que a Record mede forças tete à tete com a Globo. Bom, enquanto as pessoas que perderam tudo sejam minimamente beneficiadas, que as emissoras continuem se digladiando!
Na rádio Bandnews FM, o assunto estava nem todos os giros. Jornalistas que estavam no estado entraram ao vivo, atualizando as informações da região. A rádio também se engajou na campanha para ajudar as pessoas que estão desabrigadas. Ao final das matérias, os âncoras incentivavam os ouvintes a ajudar. Especialistas foram entrevistados para explicar o motivo de tanta chuva no sul e porque tantos estragos.
A rádio CBN criou até uma página especial chamada "tragédia da chuva" na página inicial da emissora na Internet. No link, foram separadas todas as notícias sobre o assunto, desde a atualização do número de mortes até instruções para quem quisesse fazer doações às vítimas que perderam tudo.
A cobertura nos jornais impressos, até mesmo por motivos comerciais, não foi tão exaustiva quanto nos outros meios de comunicação, principalmente no televisivo. No entanto, o caos instaurado no Vale do Itajaí (SC) foi noticiado diariamente no caderno nacional dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo. No início da semana, ocupava as páginas dos jornais os primeiros resultados das chuvas desde o sábado passado, com destaque para as dezenas de deslizamentos registrados nas cidades de Itajaí e em mais 44 municípios, além da turística Blumenau. Com o passar dos dias o balanço da tragédia foi o destaque da cobertura, intercalada com notícias de solidariedade dos brasileiros para com os catarinenses. Destaque para notícia do O Globo sobre a organização de uma partida de futebol e uma corrida automobilística para arrecadar mais dinheiro para a reconstrução das casas de quase 80 mil desabrigados.
Grupo: Camila Bogaz, Camila Vidal, Fernanda Alves, Juliana Ribeiro e Rebeca de Bem
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
El Mapa de Todos e a mídia de ninguém
Aguardado pelos amantes da música, o festival "El mapa de todos"começou ontem (27), no Espaço Brasil Telecom. A atração mais aguardadaera Marcelo Camelo, vocalista da banda (em recesso) Los Hermanos, querecentemente lançou o CD solo "Sou". Os veículos que mais deramatenção ao festival, que vai até sábado, foram os jornais impressosCorreio Braziliense e Jornal de Brasília. Os telejornais locais apenas anunciaram os shows em suas agendasculturais, assim como os rádios. Isso deixa o público à parte de umfestival importante na integração ibero-americana. O brasiliense BetoSó, que abriu o festival, destaca a importância do El Mapa de Todos."Temos uma certa ignorância do que é a produção em festivais vizinhos.Eu mesmo conhecia poucas bandas que vão tocar aqui", confessa. Na cobertura do festival, não foi possível ver mídias muitoconhecidas. À exceção do portal clicabrasilia.com.br, de repórteres daTramavirtual e do colunista Jamari França, d'O Globo, poucos meios decomunicação se interessaram pela cobertura. A banda uruguaiaDanteinferno também esteve no palco ontem, e o vocalista, FranciscoPancho, adorou a estrutura. Cansado (depois de um show enfadonho), eledestacou o paredão que separa a cultura dos países ibéricos. "Acho queexiste falta de empenho de ambas as partes", acusou Pancho, que disseque de música brasileira "só ouvi Maria Bethânia e Chico Buarque". Um das figuras mais presentes atualmente na mídia (por conta de seunamoro com a teen Mallu Magalhães), Marcelo Camelo fez show morno, oque contrariou as expectativas dos fãs do Los Hermanos, uma das bandasbrasileiras mais cultuadas dos anos 2000. Nada. Apenas uma matéria nosite do Jornal de Brasília. Brasilienses reclamam tanto que não há espaço para as bandasindependentes da cidade. Que Brasília não recebe shows importantes. Eum festival que reúne bandas de diversos países (Argentina, Peru,Chile, Uruguai, Portugal) não recebe a menor importância.
Camila Denes, Luiza Andrade e Vítor de Moraes
Camila Denes, Luiza Andrade e Vítor de Moraes
Santa e Trágica Catarina
Desde o dia 22/11, as chuvas em Santa Catarina têm atingido níveis cada vez mais críticos. Já são 114 mortes e mais de 78 mil pessoas tiveram que deixar suas casas e seguiram para abrigos públicos ou residência de familiares e amigos. Pelo menos 19 permanecem desaparecidas. Ao todo, mais de 1,5 milhão de pessoas foram afetadas. Foi decretado estado de calamidade pública em 12 cidades e o caos se instalou em Santa Catarina.
A maior operação aérea da Defesa Civil na história do Brasil se tornou uma operação de guerra, que tem como QG uma das salas do Aeroporto Internacional de Navegantes, onde há mapas afixados com cartas aeronáuticas, quadros com missões a serem cumpridas por pilotos e tripulantes de 12 instituições estaduais e federais, incluindo Exército e Aeronáutica.
Depois das enchentes, o estado está em reconstrução. O Corpo de Bombeiros trabalha dia e noite sem parar para socorrer as famílias. Os carros estão sem condições de circular.Em diversas regiões, as pessoas estão se deslocando nas ruas através de embarcações. Igrejas, campos de futebol e até casa noturnas se transformaram em abrigos para as vítimas das enxurradas. O Governador do Estado, Luis Henrique Silveira, divulgou telefones úteis para doações às vítimas das chuvas e o valor arrecadado já passa de R$2 milhões. Doações são recebidas a todo momento e de todo o país. Até as forças militares se mobilizaram.
Neste momento, umas das maiores preocupações são as doenças que podem causar epidemias diante da população de Santa Catarina. Até o momento, há 21 pessoas com suspeita de leptospirose.Diante à grande demanda nos hospitais do estado, a Aeronáutica vai montar um hospital de campanha na região do Vale do Itajaí. O hospital terá capacidade para fazer até 400 atendimentos por dia e começa a funcionar nesta segunda-feira (1º).
Além disso, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disponibilizou 150 homens da Força Nacional de Segurança para ficarem à disposição do Governador do estado. O presidente Lula assinou, na última quinta-feira uma medida provisória de R$1,6 bilhão para auxiliar os estados que passam por situação de calamidade pública causada pelas enchentes.
Na manhã da última sexta-feira (28), começou o trabalho de retirada de corpos nas regiões atingidas pela chuva. Voluntários estão ajudando policiais, bombeiros e militares no trabalho de resgate das vítimas. A segurança dos sobreviventes nas áreas destruídas se tornou uma preocupação a mais do Estado. Além de boatos de estupros na periferia de Blumenau e do Baú, há relatos de que pessoas com fardas falsas do Exército estão entrando nas casas para roubar.
Apesar da situação em Santa Catarina ser relativamente estável, cinco dias depois do início das chuvas, meteorologistas afirmam que não há perspectiva de tempo firme pelo menos até a próxima semana em Santa Catarina. Na última quinta-feira, o Governador do estado decretou luto oficial por três dias.
Luiza Seixas, Mariane Rezende, Mila Ferreira, Stella Mendes e Thaís Paranhos.
A maior operação aérea da Defesa Civil na história do Brasil se tornou uma operação de guerra, que tem como QG uma das salas do Aeroporto Internacional de Navegantes, onde há mapas afixados com cartas aeronáuticas, quadros com missões a serem cumpridas por pilotos e tripulantes de 12 instituições estaduais e federais, incluindo Exército e Aeronáutica.
Depois das enchentes, o estado está em reconstrução. O Corpo de Bombeiros trabalha dia e noite sem parar para socorrer as famílias. Os carros estão sem condições de circular.Em diversas regiões, as pessoas estão se deslocando nas ruas através de embarcações. Igrejas, campos de futebol e até casa noturnas se transformaram em abrigos para as vítimas das enxurradas. O Governador do Estado, Luis Henrique Silveira, divulgou telefones úteis para doações às vítimas das chuvas e o valor arrecadado já passa de R$2 milhões. Doações são recebidas a todo momento e de todo o país. Até as forças militares se mobilizaram.
Neste momento, umas das maiores preocupações são as doenças que podem causar epidemias diante da população de Santa Catarina. Até o momento, há 21 pessoas com suspeita de leptospirose.Diante à grande demanda nos hospitais do estado, a Aeronáutica vai montar um hospital de campanha na região do Vale do Itajaí. O hospital terá capacidade para fazer até 400 atendimentos por dia e começa a funcionar nesta segunda-feira (1º).
Além disso, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disponibilizou 150 homens da Força Nacional de Segurança para ficarem à disposição do Governador do estado. O presidente Lula assinou, na última quinta-feira uma medida provisória de R$1,6 bilhão para auxiliar os estados que passam por situação de calamidade pública causada pelas enchentes.
Na manhã da última sexta-feira (28), começou o trabalho de retirada de corpos nas regiões atingidas pela chuva. Voluntários estão ajudando policiais, bombeiros e militares no trabalho de resgate das vítimas. A segurança dos sobreviventes nas áreas destruídas se tornou uma preocupação a mais do Estado. Além de boatos de estupros na periferia de Blumenau e do Baú, há relatos de que pessoas com fardas falsas do Exército estão entrando nas casas para roubar.
Apesar da situação em Santa Catarina ser relativamente estável, cinco dias depois do início das chuvas, meteorologistas afirmam que não há perspectiva de tempo firme pelo menos até a próxima semana em Santa Catarina. Na última quinta-feira, o Governador do estado decretou luto oficial por três dias.
Luiza Seixas, Mariane Rezende, Mila Ferreira, Stella Mendes e Thaís Paranhos.
Assinar:
Postagens (Atom)