Grupo: Juliana Boechat e Filipe Coutinho
Os cadernos de cultura da maioria dos veículos de comunicação são assim: a mesma coisa.
A internet deu alternativa ao leitor. Hoje em dia, quem quer ler algo diferente, interessante, sem viés e linha editorial, deve, então, acessar a
internet. Dois exemplos demonstram isso:
Correio Braziliense
Quem lê o caderno de cultura do Correio se depara com muitas páginas. Mas se decepciona ao perceber que metade delas é reservada para programação da televisão paga e aberta, cinemas, teatros e os shows da cidade.
As capas nunca deixam a desejar: sempre bonitas, bem diagramadas e coloridas. Elas são o carro chefe das matérias mais elaboradas, pautadas e apuradas. Mas esse tipo de matéria é escassa. No jornal, costumam ser umas três por dia. O resto é cruzadinha e o jogo dos oito erros, sempre em primeiro lugar no painel que mede a leitura dos assinantes do jornal. As matérias "elaboradas" nem aparecem na "votação".
As capas são, na maioria das vezes, matérias sobre um
super-filme hollywoodiano, eventos em lugares
super-conhecidos ou ainda sobre novidades da Record, Globo e Bandeirantes.
E onde estão as bandas independentes? Os artistas desconhecidos? As peças de teatro de graça em centros culturais pouco visitados?
Não aparecem!!!O motivo: falta de espaço, linha editorial, qualquer coisa que tente justificar o injustificável. Elas não estão ali e ponto.
Internet
É aí que entra a internet. Para quem gosta de música, por exemplo, o
kotonete.blogspot.com dá um banho de informação para os leitores-ouvintes. Ali está disponível, além de músicas e discografias para fazer download, explicações e histórias sobre as bandas e uma pequena análise do tipo de música para situar os ouvintes de primeira viagem.
Vamos mexer mais no mouse: coloca no google o que procura e você acha. A Revista Cinética é uma revista virtual com jornalistas, cineastas, pessoas comuns, que têm atividades cotidianas, mas tiram um pouco do tempo para postar no site. São críticas de filmes fora do circuito comercial e análises profundas de cada um. Assim como tem de cinema, tem de literatura, artes plásticas e tudo o que for possível. Hoje a internet é assim.
Para os mais preguiçosos, que navegam pouco na internet, estão na cara os blogs dos sites de jornal. Folha e Globo têm bons especialistas. Lá, existe a liberdade. E aí, se o blogueiro for bom , atualiza os fiéis várias vezes ao dia. Um exemplo é Marcelo Coelho. O jornalista atualiza mais de uma vez ao dia, tem uma boa freqüência de postar todos os dias e sempre tenta analisar ou colocar textos críticos sobre arte e cultura em geral.
Então a saída é essa:Os amantes das sete artes devem mesmo procurar os blogs independentes. Sem linha editorial. Com tempo, disposição e gosto pela coisa, escrevem, criticam e abrem espaço para discussão da cultura. Tudo isso é o que falta na imprensa de hoje e que vai, aos poucos, perder espaço para os jovens que têm opiniões formadas sobre as manifestações culturais. Eles sim agregam no espaço virtual cada vez mais fãs.
A grande imprensa que se cuide.