Em meios de comunicação de massa como a televisão e o rádio, os assuntos comentados devem ser de importância social, levando em conta que não é preciso formação acadêmica para saber que a sociedade pauta os temas apresentados pela televisão. A TV consegue pautar o que se conversa.
Infelizmente, certas discussões parecem acontecer apenas quando é conveniente ao meio que o veicula. Pior que isso, talvez: é levado em conta o momento em que é veiculado. Acusação? Então porque temas dentro da educação chovem em época de eleições?
Na teoria, a sociedade pautaria os telejornais, que por sua vez, pautaria a política. Na prática, os telejornais pautam os assuntos que para eles são relevantes. Educação por exemplo. Por fim, a sociedade se vê encabrestada pelos jornais a fim de cobrar dos políticos. Uma simples forma de indução subliminar.
O Jornal Nacional, por exemplo, elaborou sua pauta de educação superficialmente. Apesar dos problemas seculares de educação no Brasil, o JN continua batendo na mesma tecla: falta capacitação pedagógica nos centros de ensino público. Isso não tira o mérito do JN. Mas, o jornal mais popular do país só está lançando essa bandeira novamente porque é época de eleição. Daqui a pouco, doutor Cristovão Buarque (ex-presidente da Universidade de Brasília e ex-governador de Brasília) aparece na televisão dizendo que o “problema está na educação”. O mesmo aconteceu com a Record.
Os jornais que me desculpem, mas a sociedade está careca de saber, está careca de reclamar e está careca de ouvir desculpas. Talvez, tenhamos nascido com algum tipo de calvície permanente porque sempre estivemos “carecas” por alguma coisa.
Foram dois dias de matéria de educação, uma na quarta-feira quando o JN lançou uma pesquisa do IBGE – onde a educação era um dos pontos críticos da pesquisa – e outra na quinta-feira, quando o mesmo jornal mostrou o drama do número de escolas com crianças analfabetas.
Não se devem desmerecer as matérias do Jornal Nacional, mas os prezados diretores do JN e da Record devem entender que não existem mais cabeças manipuláveis. Não precisamos de pauta que nunca muda e que não mostra nenhuma solução. É necessário levar os jornalistas de volta para as salas de aula e ensiná-los novamente as Leis Universais do Jornalismo? É necessário abrir mais a porta para este tema.
Tirem os gatekeepers de circulação por enquanto. Mostre em horário nobre a violência que toma as escolas públicas no país. Quem é que está sabendo, a não serem os moradores locais, que as escolas do Distrito Federal (berço da política) estão implantando câmeras de vigilância para monitorar e controlar a criminalidade?
Talvez o problema nem seja por causa dos barões do telejornalismo que querem que os políticos invistam em segurança mais rigorosa nas escolas. Não, este não é o calcanhar de Aquiles. Jornais simplesmente só pautam o que é Importante – com I maiúsculo mesmo. Pode até não ser de muita relevância, mas enquanto os jornais de horário nobre mostram estudantes de países longínquos, como um da Finlândia que matou dez pessoas nesta última terça-feira, a sociedade irá esquecer o real problema que atinge nossas escolas e nossa sociedade. Parece até que o problema também é nosso, e não deles. Aqueles que esqueceram das Leis Universais.
Carolina Lima, Gustavo Oliveira, Priscila Botão e Rayanne Portugal
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
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