Uma máquina que simula o suposto efeito do Big Bang, chamada de acelerador de partículas - LHC (Large Hadron Collider) - foi destaque na maioria dos veículos de comunicação nesta semana, por causa da complexidade do experimento. Por se tratar de um assunto científico, os jornalistas tentaram explicar o funcionamento da experiência, mas em quase todos foram usados termos técnicos desconhecidos pela maioria dos leitores, telespectadores e ouvintes. Como na rádio CBN, por exemplo, quando a repórter tentava explicar e acabava confundindo ainda mais: “o primeiro feixe de prótons lançado no grande colisor fez a primeira volta completa em uma hora, no gigantesco túnel subterrâneo, que tem 27 quilômetros e fica na fronteira entre a França e a Suíça. Pouco depois, outro feixe de partículas na direção oposta conseguiu percorrer todo o acelerador. Isso pela primeira vez se conseguiu fazer”.
Nas matérias veiculadas no Jornal Nacional, da Rede Globo, o assunto foi publicado em duas edições. A primeira vez, na véspera do acontecimento e a segunda no dia seguinte, quando falaram sobre o procedimento. No entanto, os recursos que ilustrariam o fenômeno, como infografias ou efeitos gráficos, foram pouco explorados nos jornais televisivos. No Jornal da Record, foi veiculada apenas uma matéria, mas foi a melhor elaborada. Houve simulação do experimento o que deixou o assunto um pouco mais claro. Outro diferencial da matéria da Record em relação aos outros veículos foi a informação sobre a existência de um acelerador de partículas igual, porém menor, na Universidade de São Paulo (USP) desde os anos 70.
Nos dois veículos impressos analisados, O Globo e o Estado de S. Paulo, a cobertura foi basicamente a mesma. A construção do acelerador, as conseqüências do experimento para as novas tecnologias, principalmente a medicina foram os tópicos abordados. O diferencial da cobertura do Estadão, foi a preocupação em falar sobre a polêmica entre os cientistas Peter Higgs e Stephen Hawking sobre a existência do bóson de Higgs, responsável por dotar de massa tudo que existe no Universo. A grande surpresa da análise foi a ausência da notícia na Band News FM.
É importante ressaltar que as pautas – acelerador de partículas e a simulação do Big Bang – não são assuntos novos na mídia especializada. Prova disso são as matérias e reportagens publicadas em revistas especializadas nos anos 90. Mesmo nos veículos que tratam de ciência e tecnologia mas detém um público mais amplo, como a Superinteressante ou a Galileu, o tema já era recorrente em reportagens.
Postado por:
Camila Bogaz, Camila Vidal, Fernanda Alves, Juliana Ribeiro e Rebeca de Bem
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