quarta-feira, 24 de junho de 2009

Um ano de Lei Seca

A Lei Seca completa um ano de existência nesta semana. Com a proximidade da data, os principais jornais do País colocaram o assunto em destaque, utilizando estatísticas e avaliando a execução da lei.As edições do Correio Braziliense desta semana estamparam o tema ‘Lei Seca’ em praticamente todas as capas – o que era de se esperar, uma vez que este veículo sempre explorou bastante a violência no trânsito antes mesmo da existência da lei. A redução das mortes, o número de pessoas pegas no bafômetro durante este ano e de julgamentos dos reprovados nas blitzes foram os principais assuntos. A maior parte destas matérias foi o chamado ‘tema do dia’. O jornal foi além e, somados aos dados já divulgados pelo governo, também encomendou outros, chamando a atenção para a exclusividade da informação.A rádio BandNews fez um balanço positivo dos efeitos da Lei Seca, informando, por meio de estatísticas, a redução no número de mortes causadas por acidentes de trânsito. No entanto, a emissora não deixou de enfatizar o relaxamento nas fiscalizações e a falta de bafômetros no país. A Band mostrou aspectos positivos e negativos desde a implementação da lei.Seguindo a linha da BandNews, a rádio CBN tratou o assunto cobrando providências do governo pelo afrouxamento da lei. A rádio também ressaltou que a lei trouxe a fiscalização do Detran para o trânsito brasileiro. Comentaristas como Alexandre Garcia, Cony e Xexeo trataram o assunto apontando as limitações da lei como também as coisas boas. Entretanto, devido a crise no Senado Federal a rádio não abordou bem o assunto, passando a usar apenas notas secas para compor a programação.No Bom Dia DF, a matéria Encenação para despertar a consciência mostrou que o Detran está disposto a conscientizar a população sobre os riscos de beber e dirigir. A reportagem mostrou que além das blitze mais rigorosas, apelou também para o teatro para sensibilizar os motoristas. No mesmo telejornal, a reportagem Lei Seca muda o comportamento dos motoristas no trânsito relembrou o que diz a lei, as suas alterações no Código de Trânsito Brasileiro e as penalidades que ficaram mais duras. Durante a semana, casos foram lembrados como o da menina Giovanna, de 5 anos, que morreu atropelada por um motorista bêbado. Depois do subprocurador José Luciano Arantes pego na blitz com sinais de embriaguez, nesta quinta-feira, dia 18, foi a vez do ex-delegado, Francisco Nunes, que teria fechado um motoqueiro na entrada do Gama, quase provocando um acidente. Ambos os casos repercutiram em rede nacional.Pela cobertura destes jornais, fica clara a posição dos veículos a respeito da medida, mostrando-se a a favor da lei.

Natalia, Marina, Gabriella, Laís e Ana Carla

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Comportamento sexual dos brasileiros sob o olhar da imprensa

O relatório sobre o comportamento sexual dos brasileiros foi assunto em toda imprensa nacional e focou especialmente nos problemas que vem crescendo no país como DST e AIDS. Em determinadas faixas etária e como na juventude, por exemplo, a atividade sexual começa cedo. A linguagem é simples, informativa e um tanto alarmante.

Os Jornais A Folha de São Paulo e O Globo fizeram a cobertura sobre a pesquisa feita pelo Ministério da Saúde quanto ao comportamento sexual dos brasileiros. Ambos divulgaram a notícia sobre o aumento do uso do preservativo entre os jovens até 24 anos e a despreocupação por parte dos adultos, entre outros dados coletados em cinco regiões do país. O Jornal O Globo além de divulgar os dados na matéria sugeria a leitura sobre a opinião do Ministro José Gomes Temporão, o que A Folha não fez! Deixou a desejar, portanto, orientações e direcionamento para os interessados em aprofundar no tema. A FSP restringiu-se a divulgar os dados fornecidos pela pesquisa do Ministério. Salvo a orientação do jornal O Globo em sugerir a leitura do Ministro, ambos divulgaram somente os dados. Poderiam ter ir muito alem, uma vez que apesar de ser um tema muito debatido, há muito que melhorar sobre educação e prevenção sexual.

A rádio CBN veicula uma pesquisa da UFRJ, na qual afirma que o resultado do estudo aponta para a necessidade de atualizar as políticas de saúde para as mulheres.
As lesões provocadas pelo HPV se transformam em tumores em 5% das mulheres, mas esses representam 90% dos casos de câncer do colo do útero no país. A doença pode ser combatida se for identificada no início, o que depende da realização do exame preventivo conhecido como Papanicolau.
Além da importância do exame preventivo, o estudo apontou as falhas no tratamento das jovens. A pesquisa foi realizada com a análise de um milhão e quinhentos mil prontuários, sendo 152.000 de adolescentes de 10 a 19 anos. No exame dessas meninas foram encontradas lesões pré-cancerosas em 9% dos casos. No entanto, ressaltam que mesmo com a doença identificada à grande maioria das meninas não concluiu o tratamento.
No Brasil o câncer do colo do útero atinge 19 mulheres em cada cem mil. São cerca de 20 mil novos casos por ano, sendo que, apenas em 2005 foram 5 mil mortes causadas pela doença.É uma taxa alta se comparado a países desenvolvidos. Nos EUA e na Europa, por exemplo, a incidência é de 1 a 4 casos para 100 mil mulheres. O grande numero de casos no Brasil e resultado principalmente do baixo acesso das mulheres ao preventivo.


A Band News, publicou uma matéria que envolvia o relatório do comportamento sexual dos brasileiros. Eles foram oportunos com o assunto, ao apresentar dados informativos e alertarem a população sobre a Aids e DSTs. A rádio escutou pessoas oficiais como o ministro da saúde, a diretora do departamento de DST e AIDS e uma especialista em infectologia da Universidade Federal de São Paulo. A faixa etária de pessoas que contrairam a Aids é de 50 anos e que, em media, a população brasileira inicia a vida sexual antes dos 15. Também mostram um comparativo entre homens e mulheres e quem traem mais, a falta de cuidados durante a relação sexual e o números de brasileiros que contra a Aids.
A mídia televisiva também deu a cobertura. O Jornal Nacional falou sobre a pesquisa abordando com ênfase os números, que diferem entre homens e mulheres, quanto à idade, consciência e prevenção. A pesquisa perguntou também sobre o uso de preservativos em relações fora do casamento ou da união estável. Entre os homens, 57% não usaram. Entre as mulheres, 75%.
O jornal da Band deu enfoque para três pontos da pesquisa, o fato de que, quanto mais velho, menos o brasileiro usa camisinha; que a vida sexual masculina começa mais cedo e falou sobre a conscientização.
De um modo geral toda imprensa não fugiu muito quanto a divulgação da informação sobre os dados obtidos a partir da informação oficial do Ministério da Saúde.


Eris Dias, Emanuelle Costa, Reginaldo Rodrigues, Thaís Costa

A farra do boi na Amazônia

O que antes era uma festa folclórica da Amazônia, a “Farra do Boi” virou caso de polícia e polêmica. Os envolvidos não são os famosos bois Caprichoso e Garantido, muito menos a maravilhosa festa que a região proporciona. Mais sim frigoríficos ilegais e irresponsabilidade com a nossa floresta.

Você deixaria de comer carne se soubesse que a origem dela é de áreas apontadas como de desmatamento na região amazônica? Depois que três grandes redes de supermercados: Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart decidiram suspender, a compra de carne de 11 frigoríficos localizados nessas áreas essa é a pergunta que mais ouvimos na mídia.

E isso é muito importante visto que o brasileiro é um dos maiores consumidores de carne de boi do mundo. São 41 quilos consumidos por pessoa a cada ano, de acordo com a Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte (ANPBC).

Temos que aplaudir os supermercados, que além de apoiarem a causa, solicitaram por conta própria um plano de auditoria para assegurar que os produtos comercializados nas redes não são de áreas de devastação da Amazônia.

E nós o que podemos fazer? Não sabemos se quando comemos um churrasquinho na rua ou compramos carne no supermercado, estamos incentivando o desmatamento. O Ministério Público Federal do Pará deveria servir de exemplo para os outros estados, na conduta da preservação. A população tem sim interesse em saber a procedência do que consome.

Queremos saber em cada compra de onde vem carne. Exigimos dos frigoríficos o nome de todas as fazendas que comercializam. Temos que saber de documentos como notas fiscais, CNPJ das empresas, selo de higiene e várias outras coisas. E isso no Brasil todo.

Precisamos acordar e prestar atenção que se continuarmos desmatando, sujando nossos rios e matando nossos bichos vamos acabar com a vida na terra. Até quando vamos trocar nossas florestas por gado? Em vez de árvores temos grama e pastos enormes. E depois, quando não tiver mais vegetação no planeta e começarmos a sofrer mesmo com o aquecimento global e falta de fotossíntese, vamos reclamar e chorar pelo leite derramado. Esse retirado da vaca.

Julia Maria Carricondo, Gisele Fernandes, Antônio Naves

Atrás de um prêmio

Os eventos culturais locais não têm muito destaque na mídia e na maioria das vezes sai apenas uma notinha. Não foi o caso do grupo Galinha Caipira Completa. Vencedor do prêmio Pixinguinha da Funarte, está há um mês divulgando seu primeiro CD, Galinha Caipira Completa Em Alta Pressão, em Brasília. E esteve bastante presente na mídia, não pelo lançamento do CD, mas por terem ganhado um prêmio importante.
O grupo é novo, foi formado há pouco mais de um ano. Já os músicos são veteranos e confessam que com o prêmio têm sido tratados de maneira diferente. Agora, quando eles procuram a mídia, não são mais um grupo novo aspirando por espaço, mas sim os ganhadores do prêmio.
A Globo tratou o grupo com maior zelo que as outras TVs, gravou até link ao vivo. Suspeito que tenha algum interesse. Porém não enfatizaram um dos projetos mais importantes do grupo, que é o social. Eles levam a música instrumental para as escolas públicas, com o objetivo de influenciar e ajudar as crianças. Todos os custos foram bancados pela Funarte, inclusive os sociais, que são de iniciativa da mesma. As mídias impressas foram as que mais passaram detalhes do projeto, o Correio Braziliense, deu página inteira. No caso de rádio, houve entrevistas com o grupo, mas o foco foi sempre o prêmio. Como sempre, pouco importa se você é bom, o importante é quem ou o quê está por trás.
O grupo apresenta a música instrumental de maneira diferente, mescla a diversidade do repertório de música brasileira, como choro, samba, baião e também o jazz. Formado por Márcio Marinho (Cavaquinho), Rafael dos Anjos (Violão), Hamilton Pinheiro (Contrabaixo) e Rafael dos Santos (Bateria). Os integrantes acreditam que esse estilo pode ser o início de novos rumos na música instrumental.
O Projeto Pixinguinha foi criado em 1977 para difundir a música brasileira através da circulação nacional de espetáculos. E foi responsável pelo lançamento nacional de artistas como Djavan, Zé Ramalho, Zeca Pagodinho, Adriana Calcanhoto, Zizi Possi, entre outros. É, no meio desses grandes nomes, impossível não prestar atenção no tão “pequeno” Galinha Caipira Completa.

Maraísa Oliveira, Marianna Domenici, Myllie Muenzer, Rafael Mouad

SPFW: Gravidez de Gisele Bündchen e desfile de Jesus Luz agitam a imprensa

O assunto principal desta semana foi a SPFW - São Paulo Fashion Week, que começou dia 17 (quarta-feira), em São Paulo e vai até o dia 22 de junho. E, em particular, o desfile da Colcci, no dia da abertura, que trazia o modelo Jesus Luz, suposto affair de Madonna que até então era um desconhecido, e a melhor modelo do mundo, Gisele Bundchen.
A cobertura do desfile foi feita pelos jornais impressos locais. O Jornal de Brasília ficou ligado na moda de São Paulo. Nos dias 17 e 18 de junho o Jornal de Brasília comentou o esperado desfile da Colcci, mencionando que a abertura do desfile traria Gisele Bundchen e Jesus Luz na passarela.
No dia 19, sexta-feira, o Jornal de Brasília em pequena nota adiantou o fato de a modelo Gisele Bündchen ter se recusado ser fotografada ao lado do modelo Jesus Luz, após o desfile da Colcci, marca pela qual ambos desfilaram.
Já na internet, no portal da Gobo.com(G1), a abordagem foi bem maior que a do Jornal de Brasília. Praticamente a cada hora, as informações do desfile eram atualizadas, hora com fotos, hora com vídeos, hora com texto. A cobertura ressaltava os pontos altos e baixos de cada celebridade presente, das modelos e das grifes.
O UOL caprichou no acervo de vídeos do desfile. Já em relação às reportagens, a quantidade foi bem menor do que a do G1.
No site do Estado de São Paulo (Estadão), as notícias sobre Jesus e Gisele saíram desde o dia 17 de junho até hoje, 19 de junho. Uma das matérias de destaque chamava atenção para a possível gravidez de Gisele Bündchen, informação vinda da revista People. Apesar da cobertura do evento ter sido boa no Estadão, não é possível dizer com certeza o que tinha dentro delas, pois a grande maioria, só assinantes podiam ler.
As manchetes que o Estadão colocou deixavam o leitor curioso em ler o texto, porém, grande parte das matérias só poderia ser lida pelos assinantes. Porém, deu para perceber que o Estadão deu mais destaque ao que aconteceu durante os desfiles do que às demais mídias analisadas, que focavam bastante em Jesus e Gisele.
Em relação ao rádio, na CBN, apenas uma notícia chegou aos ouvintes: “Único estilista negro na SPFW recebeu ajuda de colegas para terminar a faculdade”. Nada relacionado à modelo Gisele Bündchen e ao modelo Jesus Luz.

Cláudia Pinheiro, José Jance, Liana Rabêlo, Lucas Tolentino e Tamara Barreto

CRISTIANO RONALDO, O JOGADOR MAIS CARO DO MUNDO

Dinheiro, mulheres e futebol, não necessariamente nesta ordem. Estes têm sido os temas constantes no noticiário brasileiro e internacional quando se trata de Cristiano Ronaldo. O português, escolhido o melhor jogador do mundo pela FIFA, foi figura cativa da mídia nas últimas semanas.

O primeiro fato de grande repercussão foi o valor pago pelo Real Madrid pelo passe de Cristiano, € 94 milhões (cerca de R$ 255,6 milhões). Depois, o ataque da patricinha Paris Hilton ao jogador. A moça, aparentemente, conseguiu marcar um gol. Isto tudo acontecendo em meio a paparazzis que não perdem a oportunidade de tirar fotos do moço, afinal, é público garantido.

Os programas de rádio, TV e os jornais impressos brasileiros deram repercussão principalmente ao primeiro assunto. Isto porque, no país do futebol, o anúncio do jogador mais caro do mundo sempre será de interesse da opinião pública. As notícias se atentaram ao fato, e não ao merecimento. Geralmente, compararam os valores pagos por Zinedine Zidane e por Kaká, segundo e terceiro jogadores mais caros do mundo, respectivamente. As notícias cumpriram o papel esperado. Ou seja, repercutiram um fato importante do mundo do futebol.

Em uma das matérias da semana analisada, Zinedine Zidane disse estar aliviado por não ser mais o primeiro neste ranking. Segundo ele, agora essa responsabilidade é do Cristiano. Todos querem saber se o jogador irá corresponder ao investimento como o francês correspondeu. Os torcedores e fãs de Cristiano Ronaldo também esperam para ver se o desempenho em campo do jogador, motivo pelo qual o Real Madrid investiu tanto, vai vender tantos jornais como esses que falam da vida pessoal do craque.

O rapaz parece não se incomodar nem um pouco com os burburinhos sobre ele nos noticiários. Afinal, com tanto talento não poderia deixar de aproveitar o espaço que a mídia está dando a favor da imagem dele. A mídia é coesa em dois pontos: Além de bonito Cristiano é um excelente jogador. Quanto a merecer ser o jogador mais caro do mundo, só o tempo dirá. Afinal, talento ele tem.

Andrea Ribeiro, Luciana Magarão e Valquiria Lima

SENADO, A CASA DO POVO?

Sarney, Senado e atos secretos. Esse foi assunto que repercutiu durante toda a semana em toda mídia. Os escândalos, atuais, que envolvem o Senado Federal e seus dirigentes, mais precisamente o presidente da Casa, pautaram os jornalistas da editoria de política. O Globo estampou Sarney em chamadas de capa e abusou de textos com linguagem longe da imparcialidade. Repórteres e especialistas – com destaque para Noblat e o título Sai, Sarney! - publicaram páginas inteiras com declarações do senador alegando inocência. As manchetes, no entanto, sugerem o contrário. No final, e não poderia deixar de ser, a capa foi o presidente Lula, vestido de rei – e quem disse que ele não é? -, defendendo o governo. A “pérola” das matérias foi o anúncio de José Sarney de, digamos assim, “reformar a Casa”.
O jornal O Estadão deu cobertura completa do caso. A criação da comissão de sindicância para apurar as denúncias de cerca de 650 atos secretos, editados ao longo dos últimos 14 anos no Senado, foi o destaque do periódico. Em enquete no site do jornal, a maioria dos internautas consideram José Sarney culpado pela crise, 1269 votos. 135 consideram que a culpa não é só dele, mas de todos os parlamentares.
Os telejornais da TV Globo e TV Bandeirantes fizeram cobertura tradicional do assunto a partir da repercussão das denúncias dos jornais impressos. O mesmo fizeram as rádios CBN e Jovem Pan, com a prerrogativa de entradas ao vivo a cada desdobramento.
A cobertura desses escândalos pelos meios de comunicação mostrou a função de cada mídia na atividade jornalística: as TVs fizeram a cobertura apropriada ao espaço que disponibliza; as emissoras de rádio fizeram as atualizações sempre que necessário; e os jornais impressos aprofundaram o debate sobre o caso.Mas como as pessoas recebem essa notícia? A maioria dos brasileiros vê a política como algo distante e corrompido e já não dá tanta atenção a mais um escândalo. No entanto, com o jornalismo online é possível participar e refletir as questões que dizem respeito a todos. Aqui destaca-se o papel democrático da informação, que o poder quer esconder.

Bruno Peres, Daniella Ribeiro, Érika Sayanne e Talita Maravieski

O Frenesi do IPI

A elevação das alíquotas do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para automóveis - que foram reduzidas no fim de 2008 para incentivar o consumo - deve ocorrer de forma gradual, segundo a proposta que está em análise no Ministério da Fazenda. Uma fonte do governo informou que no fim deste mês será anunciada a prorrogação do benefício por mais três meses, com alíquotas maiores do que as que vigoraram no primeiro semestre, mas inferiores às cobradas até o fim de 2008. O principal ponto de preocupação sobre a manutenção da redução do IPI é sobre as contas do governo, já que a arrecadação tributária está em queda.
A queda da arrecadação divulgada pelo governo de janeiro a maio foi de 6,9 %, se comparada com o mesmo período do ano anterior. Quase 20 bilhões de reais. Embora outros impostos também tenham arrecadado menos que o de costume, como o próprio Imposto de Renda, esse número nos dá uma pista de quanto o governo apóia a arrecadação em impostos abusivos, que atravancam a economia nacional.
A Rádio Band News FM falou somente na segunda-feira, dia 15 de junho, sobre o término da redução do IPI. Mas fez uma análise completa, ouvindo vários lados. O consultor André Beer, especialista na indústria automobilística, disse na rádio que concorda com o receio do presidente Lula em suspender a redução do imposto, pois poderia provocar uma queda entre 15 e 25% nas vendas de automóveis, além de várias demissões. O economista Marcelo Moura criticou o presidente, e disse que a mudança deveria ser feita de forma gradual, diluída e em um prazo maior de tempo. A rádio foi o mais imparcial possível, como, na teoria, deveria ser uma cobertura jornalística. Já a rádio CBN não trouxe nenhuma informação a respeito do IPI.
O jornal Correio Braziliense fez uma excelente cobertura. Abordou e explorou representantes de todos os lados envolvidos. Mostrou o lado do governo, dos comerciantes, dos consumidores, e as soluções, reclamações e justificativas para o fim da redução. A linguagem utilizada em todas as matérias foi clara e objetiva, e fez com que o leitor se sentisse confortável com um tema econômico, e de extrema influência na vida de todos os brasileiros.
A Folha de São Paulo também abordou todos os lados, mas foi além. Mostrou muito bem o lado dos comerciantes, da indústria e dos consumidores, quase todos os dias. Reclamações e dúvidas puderam ser sanadas com as matérias da Folha, que, assim como o Correio, deixou claro o que está acontecendo. Com o aquecimento na demanda por produtos da chamada linha branca (geladeira, fogões, máquinas de lavar, entre outros) por conta da redução do IPI, em meados de abril, algumas redes varejistas já se queixam de falta de itens, esse foi o principal ponto abordado esta semana.
A Rede Globo, embora pouco tenha tocado no assunto, entregou ao telespectador duas matérias completas, que mostram os dois aspectos principais da situação: a novela do prorroga-não-prorroga e a posição final do governo na quinta-feira. Quem assistiu ao Jornal Hoje de terça-feira poderia até nunca ter ouvido falar no imposto, e mesmo assim entenderia perfeitamente o cenário atual.
A BandNews TV também comentou um outro lado da questão: a queda nas vendas de carros usados. Parece meio óbvio que as vendas de carros novos tenham afetado a venda dos automóveis de segunda mão, mas é necessário, também, analisar se esse impulso na produção não vai acostumar mal a indústria – mais empolgada do que nunca –, e os compradores, que se endividaram em mais de R$ 145 bilhões, apenas em abril, um crescimento de 18,4 % em relação ao mesmo período do ano passado.
Em uma excelente descrição do Jornal da Globo, a matéria diz que uma compradora “veio comprar o carro dos sonhos, mas vai levar o que a concessionária tem”. Seria essa uma tática sensata da parte dos consumidores? Afinal, essa economia de 5% no preço final do veículo está valendo à pena?

Catarina Seligman, Kameni Kuhn e Roberta Machado

O Brasil é o campeão em desperdiço

A mídia causou espanto ao divulgar nessa quarta-feira (17), o estudo realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, que apontou o Brasil como o país que mais desperdiça hora aula.
A falta de domínio de classe dos professores da atualidade está assustando a população. Na avaliação de 23 países, ficou comprovado que grande parte deles perde 18% do tempo das aulas com broncas, ou seja, na tentativa de manter disciplina na sala. O tempo também é gasto com a realização da chamada, reuniões e aconselhamentos de alguns alunos. Agora além de educador, os professores estão desenvolvendo funções que cabem a outros profissionais, como por exemplo, psicólogos.
Quase todos os dias vemos noticias relacionadas a educação e medidas adotadas para sua melhora nos jornais, no entanto, a declaração da OCDE foi tao importante que esteve veiculada em praticamente em todos os meios de comunicação. Tanto blogs, quando jornais, rádios, agências de notícias e telejornais estavam voltados para o problema em questão.
As informações do estudo foram recolhidas por meio de questionários respondidos por diretores e professores de escolas públicas e privadas de todos os países avaliados. No Brasil, 5.687 foram respondidos e contataram que os professores brasileiros são os que mais perdem tempo nas salas.
Várias discussões foram levantadas diante do estudo. Em primeiro lugar os pais dos alunos não têm mais o domínio sobre os filhos e transferem essa tarefa para os professores, que na realidade deveria educar o cidadão e não criá-lo. O segundo tópico foi o atraso dos alunos brasileiros para se formar, que como justificativa teve o vandalismo presente nas salas, agressões e trapaças no momento das provas. Em finalização, ficou comprovado que a maioria das turmas estão com mais alunos que o permitido e os professores possuem menos experiência que o exigido para a contratação.
O presidente executivo do movimento Todos Pela Educação, Mozart Neves Ramos, fez uma declaração aos jornais explicando que o despreparo dos professores é devido a rapidez com que os cargos devem ser preenchidos depois dos concursos para que o aluno não fique sem professor na sala.
O assunto é de interesse mundial, o problema é que tivemos a impressão de que todos noticiaram exatamente a mesma coisa, ou seja, parece que noticia foi simplesmente copiada e colada nos jornais. Também vale ressaltar que depois do espanto causado pela divulgação do estudo, o assunto sumiu da pauta dos meios de comunicação no restante da semana, ou seja, não se ouviu mais falar do assunto. A qualidade de ensino não pode ser ignorada, pois para nação só haverá um futuro, se finalmente nosso pais começar a ter uma instrução de qualidade.

Daniela Garcia, Ellen Freitas, Roberto Maia e Thaís Werneck

Mistério no assassinato do padre Gisley

Correio Braziliense, assim como os outros veículos, deu a informação quando o padre Gisley Azevedo Gomes já estava morto, ao invés de começar a noticiar no dia 15 quando ele desapareceu. No dia 17, o Correio noticiou o fato com chamada na capa. Apesar de ter sido pouco, para algo que repercutiu internacionalmente, o assunto teve destaque. A notícia rendeu meia página 5 da editoria de Cidades. O Correio conta a tragédia de forma objetiva, citando os fatos sem expressar a impressão do repórter. O projeto que o padre representava de tirar os jovens das ruas foi enfatizado na matéria. Outro ponto muito abortado foi o fato de um dos assassinos ser adolescente. O repórter deu, no fim da matéria, destaque para as realizações e a vida do padre. Na quinta, a morte do padre não apareceu com destaque na capa, mas teve uma matéria curta, no fim da terceira página do caderno de Cidades, sobre seu enterro. A matéria, um pouco mais emotiva, traz uma foto da missa, o caixão cercado de fiéis.
No jornal Tribuna do Brasil, o assunto teve maior destaque na capa, também do dia 17. E a matéria, apesar de não assinada, ocupou um espaço muito maior do jornal. O Tribuna teve a mesma preocupação do Correio em noticiar o fato de maneira objetiva. No fim da matéria, o jornal publicou a nota enviada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Depois dessa matéria, o fato não apareceu novamente no jornal.
O DFTV da Rede Globo cobriu de maneira isenta a prisão temporária dos acusados de matar o padre. Ele estava desaparecido desde a última segunda (dia 15).
O programa abordou onde o corpo do padre foi encontrado, e como ele foi atraído pelos criminosos. Além disso, informou que foi uma denúncia anônima que ajudou a polícia militar a localizar o carro do padre em Brazlândia.
O padre Gisley era assessor nacional do setor de juventude da CNBB. Em nota, a entidade lamentou o assassinato e disse que ele foi vítima da violência que tentava combater.
Na Rede Bandeirantes o assunto também foi abordado nos jornais locais. O destaque maior foi no dia da descoberta da morte do padre, onde ainda havia algumas especulações. Depois desse dia, a repercussão não foi muito grande.
A abordagem foi imparcial e objetiva também, semelhante a da Rede Globo. Houve captação de informações da CNBB, de parentes mais próximos do padre e da delegacia de policia, que respondia pelas informações dos acusados.
A cobertura do assassinato nas rádios foi extensa. Os noticiários locais da Band News FM e da CBN deram grande destaque para o caso, especialmente para o fato de envolver um menor de idade. O programa matutino da Band News, por ter mais comentários dos apresentadores, forneceu uma visão mais crítica do caso, questionando a posição das autoridades e às razões que levaram ao crime. A CBN manteve uma visão mais distante do assassinato, noticiando ao longo da semana o andamento das investigações, mas sem realizar comentários.

Fábio Marques, Fernando Naves, Carolina Dutra, Guiguerme Guedes e Rafael Braga

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A “gripe” que assola todas as mídias

Por mais uma semana, o destaque da editoria de saúde de todos os noticiários foi a gripe suína. Na última quinta-feira (11), a Organização Mundial de Saúde anunciou o nível máximo de alerta, o que representa a primeira pandemia deste século. O vírus já deixou 28 mil doentes no mundo desde o seu surgimento, no fim de março. Por se tratar de uma pauta de recorrência internacional, os jornais impressos caminham juntos na cobertura, o que é motivado também pelo pronunciamento constante de fontes oficiais.
O jornal Estado de S. Paulo lançou praticamente uma matéria por dia sobre a nova gripe. Destacou-se a notícia de um laboratório suíço que espera ter uma vacina para a pandemia em setembro, fato que o mundo inteiro aguarda. O jornal fez uso de gráficos e um histórico da doença, que se prolonga e não pode ser esquecida pelos brasileiros, apesar do número considerado pequeno de infectados no país (43 casos). Foram abordados também os pedidos de calma do Secretário-geral da ONU e, no Brasil, da Ministra Interina da Saúde, Márcia Bassit.
O jornal O Globo criou um quadro de perguntas e respostas sobre a Influenza A, para tirar dúvidas. Cada novo país atingido pelo vírus, bem como cada novidade sobre a doença, vira notícia. Da editoria, assuntos como excesso de suor, obesidade, insônia também fizeram enriqueceram as notícias desse periódico.
Outra pauta importante da editoria de Ciências/Saúde foi o anúncio do Japão de corte de 15% nas emissões de CO2 até 2020. O Estadão deu a matéria com destaque, já que o país é quinto emissor do mundo e tem sofrido grande pressão. O acordo climático mundial também teve episódio semanal marcado pela nota de compromisso da China após visita do presidente Barack Obama. A reportagem mostrou ainda que não há consenso com China, em virtude da rejeição às propostas dos Estados Unidos e Austrália e pelo fato do país asiático considerar pouco realista a participação dos países desenvolvidos. Bom argumento para pressionar os maiores responsáveis por esse problema que já é alarmante.
O Globo também deu ênfase ao aquecimento global, sem deixar de divulgar curiosidades, como o submarino Nireu que concluiu uma expedição no lugar mais profundo da crosta do planeta. Tal abordagem mostra a tendência desse jornal em dar um pouco de “descanso” ao leitor, diante de pautas complexas como geralmente são as da editoria apresentada.
Como não podia ser diferente, a gripe suína também volta às telinhas e às rádios. O Jornal Nacional e o Jornal da Band deram a grande novidade do feriado (11). A pandemia declarada é assunto de interesse do público. Saúde e Ciência têm espaço quase diário no JN, o telejornal mais visto pelos brasileiros. No concorrente a dedicação à editoria é menor.
Na terça-feira (09), o Jornal Nacional alertou sobre a venda de medicamentos pela Internet. Vale ressaltar que a denúncia foi de uma operação da Polícia Federal. O Jornal da Band abordou a dificuldade de realização de transplante de órgãos e perigos da Hepatite B. Temas como meio ambiente e a valiosa novidade do Japão não entraram na escalada dos jornais da TV.
As Rádios Band NEWS e CBN parecem fazer o papel de revistas. Pois, aprofundam sobre os assuntos de Ciência e Saúde assim com uma semanal. Especialistas são ouvidos e o número de matérias é bem maior. A gripe suína - é claro -, pauta quente da semana e disputando espaço com as incansáveis notícias do vôo 447, foi o destaque também entre os radiojornalistas.

Grupo: Bruno Peres, Daniella Ribeiro, Erika Sayanne e Talita Maravieski

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A mídia noticiando casos policiais

Na semana de 02 até 07 de junho os casos policiais acompanhados não repercutiram. Todas as manchetes de Polícia que tentamos acompanhar foram frustradas, pois nada foi de grande escalão. Normalmente as matérias de polícia que ganham continuidade são as que estão sob investigação. Como o caso da Isabella Nardoni que aconteceu há aproximadamente um ano, mas que até hoje é um assunto retratado pela mídia.
Durante essas semana foi possível acompanhar vários crimes e investigações policiais, como o caso dos 200 suspeitos presos por homicídio, roubos e estupros. O G1 noticiou e deu pouco impacto. O DFTV também mostrou o caso, mas também não deu tanta ênfase ao acontecido. Foi apenas uma matéria de no máximo um minuto.
Os veículos de rádio não foi possível acompanhar nenhum assunto pois, as noticias da semana não estavam, sendo trabalhadas mais. No máximo saia uma noticia ou outra sobre diversos casos policiais, mas nenhum especifico.
Os veículos impressos também não focaram nenhuma matéria que repercutisse. Foi muito difícil decidir por algum tema. Por isso essa semana deixou a desejar, pois nada foi possível avaliar em todas as mídias, às vezes uma matéria que o Correio Braziliense dava maior destaque, os outros veículos de comunicação não davam tanto valor.
Fica claro que os assuntos policiais que geram continuidade são os únicos que a mídia dá destaque. Normalmente são crimes bárbaros, e casos que ainda não foram solucionados, que acabam gerando a preocupação ou alarmando a população.

Cláudia Pinheiro, José Jance, Liana Rabêlo, Lucas Tolentino e Tamara Barreto

A educação no Brasil, um dilema que pode melhorar

Educação é um assunto sempre polêmico e discutido entre alunos, professores e membros da sociedade. Nesta semana um grupo de alunos do IESB se uniu para reivindicar melhorias na faculdade e criticar a demissão de 69 professores sem um aviso prévio. Na quarta-feira, dia 10, os alunos fizeram um manifesto no pátio da faculdade e interditaram duas faixas da pista na L2 Sul. Mais uma vez a resposta para as dúvidas dos alunos não foram esclarecidas, no máximo a diretora tentou convencê-los a não se manifestar.

Os protestos não param e os alunos da UnB exigem o afastamento da decana. Pedem algumas mudanças no campus, reforma dos alojamentos, mais segurança e melhorias no transporte. A sala da reitoria foi ocupada na tarde da segunda-feira, dia 08, e eles ainda estão esperando a decisão do Reitor José Geraldo de Sousa Júnior.

A educação no Distrito Federal tem recebido incentivo e melhorado a cada dia. Uma prova disso são as escolas rurais do DF que foram bem analisadas no Sistema de Avaliação do Desempenho das Instituições Educacionais do Sistema de Ensino do Distrito Federal, o Siade. A participação dos pais e as iniciativas despertaram força de vontade nos alunos e um bom resultado, pequenas mudanças que acabam com a imagem de lugar sério e feito só para estudar.

Outra mudança é o 14º salário, que só será pago aos professores, diretores e funcionários administrativos se forem bem avaliados no Siade. Essa gratificação, denominada Pró-mérito é repassada a quem melhorar o desempenho dos alunos em sala de aula. Nada mais justo, já que se o desempenho é ruim, pode ser que o aluno tenha dificuldade, mas caso contrário é de responsabilidade do professor capacitar e ensinar para um bom resultado depois.
Essa semana foi divulgado o relatório anual da Unicef com dados sobre a situação de 2,4% das crianças brasileiras, cerca de 680 mil, que estão fora da escola. Mas nem tudo são espinhos, já que o Brasil tem 97,6% das crianças de 7 a 14 anos estudando, pouco mais de 27 milhões. A Unicef acredita que o desafio do país é garantir qualidade na educação e reduzir as desigualdades, apontada como um fator negativo para a conclusão dos estudos dos brasileiros. Ou seja, mais investimentos e atenção aos estudantes, isso pode mudar o futuro e a imagem do nosso país.

Gisele Fernandes, Julia Carricondo, Antônio Naves

Amor ao Imperador flamenguista

Já se tornou praxe nas coberturas futebolísticas televisivas uma narrativa mais despojada, que aproxima o brasileiro torcedor das notícias que irão compor as conversas de boteco antes, durante e depois de uma partida de futebol. Em todas as matérias, os jornalistas dedicam-se à simpatia das torcidas do clube, valorizando o momento, apelando para a emoção, agregando valor ao episódio: o retorno de Adriano aos gramados cariocas. Obviamente, o pano de fundo resta sutilmente intacto na mensagem de “volta por cima” do jogador. Isso porque é notório que, num contexto de crise em que os grandes clubes brasileiros de futebol sofrem com problemas financeiros e, consequentemente, com problemas no desempenho, encontra-se, no “fim de carreira” de celebridades como Ronaldo e Adriano, uma grande oportunidade de negócio para atrair patrocinadores com bolsos cheios. Dessa maneira, valorizando a estrela, como ícone da partida, bem como reações da torcida em geral, os jornalistas desempenharam muito bem o papel de catalizadores da informação à grande massa, à medida que entregaram ao torcedor consumidor o fato que interessa: o Imperador está de volta! E agora, é para o Flamengo! A CBN passou a notícia de forma clara e crítica, com poucos comentários. A mensagem foi esperançosa. A Nacional não fez críticas nem comentários, passou apenas uma nota pelada, deixando os achismos para o torcedor. Percebe-se que o Folha é mais cuidadoso, prático. Destacando que a expectativa é a de “aumentar a receita do clube, com a venda de produtos licenciados e ingressos” e que o jogador está “longe da sua melhor forma física” afastou-se um pouco dos versos de amor e emoção que compõe a poesia do futebol. Já o Estadão preferiu se abster do contexto dos negócios e ater-se a uma síntese da carreira e ao jogo. Adriano enquanto estrela da partida no Maracanã lotado. O peso da época de cada notícia é capaz de revelar maior distância do primeiro jornal para com as esperanças. Já o Estado de São Paulo, se entregou às emoções, ao calor do resultado e da partida, deixou claro que, naquele dia, com o Imperador, jogava um Flamengo diferente.Tanto um quanto outro veículo se utilizou de uma linguagem sem muitos abusos, própria para atualizar o leitor de forma prática dos fatos.

Maraísa Oliveira, Marianna Domenici, Rafael Mouad e Myllie Muenzer

“Bocas se batem” ao se falar em CPI da PETROBRAS

Como era de se esperar a política é a editoria onde a cobertura é uma das melhores. Regada de informações e detalhes, principalmente dos veículos brasilienses, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás tem sido um dos principais alvos de falácias dos políticos. Parlamentares da oposição ficaram indignados com a entrada de Lula na negociação de cargos da CPI. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), autor do pedido de criação da CPI, criticou a postura do presidente e disse que a interferência seria uma "humilhação" ao Congresso. Líderes da oposição conversaram nesta segunda-feira (08.06) com os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Jefferson Praia (PDT-AM), que são da base aliada. Uma verdadeira “rinha de galos”. E quem levou o prêmio foi o PSDB. E a CPI agora só depende da publicação do requerimento para que os líderes façam as indicações dos integrantes.

Um bafafá que teve uma cobertura excepcional do Correio Braziliense e da Folha de São Paulo. Durante a semana, o Correio mostrou todos os lados dos assuntos ligados a CPI da PetrobrAs, como a indignação da oposição em relação a entrada do Lula na negociação dos cargos da CPI, falou sobre a ocupação dos principais cargos por integrantes do PT e PMDB, da segunda suspensão de instalação da CPI, do retorno de Sarney ao Senado com missão de resolver o impasse sobre cargos em CPI e do grande final e apenas o começo da manobra do PSDB na criação da CPI. Com textos longos e cheios de aspas, as matérias estavam bem confortáveis aos olhos de quem lia. A Folha de São Paulo seguiu a mesma linha do correio, e surpreendeu da mesma forma sobre a cobertura do assunto. A CPI da PetrobrAs teve um desfeche estupendo, com direito a bate - boca no plenário do Senado, entre senadores do DEM e do PSDB.


Ao decorrer da semana a rádio CBN fez uma cobertura elogiável a respeito da CPI da PetrobrAs. Deixou o ouvinte bem informado e não foi redundante.Teve o cuidado de transmitir o desfecho da notícia, dizendo que depois de ser adiada três vezes a CPI da Petrobrás não tem mais data para ser instalada. E que o líder do governo no senado, Romero Jucá,disse que não terá nada no plenário até porque estamos em clima de festa junina e ele prefere aguardar o dia dos namorados para ver se o senador Artur Virgilio amolece o coração.A rádio falou de forma clara e sucinta sobre a CPI duas vezes na semana.Já a rádio Band News FM citou a CPI somente na segunda feira dizendo que o presidente Lula iria articular a CPI da Petrobrás na quarta-feira. A rádio preferiu concentrar todas as suas notícias no acidente da Air France.

A cobertura televisiva feita pelo Jornal Nacional e pela Band News foi bem detalhada e explicou sobre o que era a CPI, porquê estava sendo criada, tudo para esclarecer e atualizar o espectador ao que estava acontecendo. Durante a semana, os jornais mostram os políticos dentro dessa “guerra” não declarada com instalação da CPI. O Jornal Nacional falou abertamente sobre a posicionamento da oposição, que disse que o governo não quer investigar as suspeitas de irregularidade na PetrobrAs. De forma clara e objetiva, os dois jornais mostraram o assunto para o entendimento de todos que estavam acompanhando o dilema da CPI da Petrobras.

CATARINA SELIGMAN, KAMENI KUHN E ROBERTA MACHADO

CENÁRIO APONTA PARA NOVOS CORTES NA SELIC

Com mais um corte de 100 pontos na Selic, o Banco Central já reduziu a taxa básica de juros em 450 pontos neste ano. Nosso cenário básico prevê mais uma redução de 50 pontos em julho, totalizando um ciclo de 500 pontos e a manutenção da Selic em 8,75% até o final do ano. Frente ao ritmo lento da recuperação econômica, no entanto, parece razoável um corte mais expressivo em julho ou mais uma redução em setembro. O Banco Central, em sua decisão desta semana, além de optar pela manutenção do ritmo de cortes em 100 pontos por mais uma reunião, deixou bastante claro no comunicado divulgado pós-reunião que o ciclo de flexibilização da política monetária não está encerrado e que pretende promover novos cortes nos próximos meses, ainda que em menor ritmo. O mais importante, do nosso ponto de vista, para definir a magnitude do próximo corte deve ser o comportamento da atividade econômica, uma vez que acreditamos que a inflação deve apresentar comportamento favorável nos próximos meses. Daqui até a próxima reunião, especialmente, os sinais apontam para uma melhora da inflação corrente, com impactos positivos também sobre as expectativas. Nos índices de preços ao consumidor, o IPCA deve voltar ao patamar de 0,30% em junho, depois de dois meses pressionado pelos impactos dos reajustes de remédios, cigarros e salário mínimo. Nos índices de preços ao atacado, os IGP-s devem oscilar ao redor de 0,20%, beneficiados pelas reduções dos preços do óleo diesel e do minério de ferro. Sendo assim, o que deve ditar os próximos passos do Copom é o ritmo da recuperação econômica. Os primeiros indicadores para a produção industrial de maio não são muito animadores, sinalizando uma alta inferior a 1% na comparação mensal, mantendo o ritmo lento dos últimos meses. O desempenho muito negativo dos investimentos nos últimos meses também não é um bom sinal. Neste contexto, somente mais um corte de 50 pontos da Selic na reunião do Copom de julho, a princípio, parece pouco. Podemos ter tanto um corte mais expressivo em julho quanto uma nova redução em setembro.

Maristella AnsanelliFlávio Mendes

Tragédia com Airbus abala o mundo

A queda do avião da Air France no último dia 1º chocou pessoas do mundo inteiro. O voo AF 447, que ia do Rio de Janeiro com destino a Paris não chegou a pousar. As primeiras informações ainda não davam noção da tragédia que só mais tarde se confirmou. Foram vários dias de angústia e sofrimento para as famílias das vítimas e, somente no último sábado, veio a triste notícia. Os corpos começaram a ser encontrados.

A Aeronáutica, a Marinha, o ministro da Defesa e a imprensa fizeram especulações sobre o acidente. Falsas informações foram passadas. Primeiro, o ministro Nelson Jobim afirmou que destroços teriam sido encontrados, quando na verdade isso só aconteceu três dias depois. O segundo erro veio quando a Marinha informou que alguns objetos tinham sido recolhidos, logo depois veio a informação de que não se tratava de materiais daquele avião. O outro erro veio quando o ministro Jobim afastou algumas hipóteses, como a de atentado terrorista, sem ao menos conhecer as causas do acidente.

As buscas seguiram por vários dias. Os dois primeiros corpos foram encontrados somente cinco dias depois da tragédia. A partir daí, as informações ficaram mais precisas.

A imprensa cobriu todos os detalhes do fato. Em algumas ocasiões, a mídia pecou. A repórter que entrou ao vivo no Jornal Nacional, por exemplo, deu a notícia da localização dos corpos com ar alegre e com entusiasmo. Em um momento tão triste para o mundo e, principalmente para as famílias das vítimas, assistir uma colocação dessas, deixa qualquer um chateado.

Os veículos de comunicação acompanharam as histórias de alguns passageiros do voo, contaram casos curiosos de pessoas que iam pegar este avião, mas mudaram de idéia no momento do embarque. Falaram com as famílias das vítimas, compareceram aos cultos de homenagem e descobriram histórias, como a de uma família se separou para viajar, mãe e filha estavam no avião da Air France, enquanto pai e filho pegaram um outro airbus.

O certo é que num momento como este, especulações não devem ser feitas e a imprensa deve respeitar o luto da família. Animação ao falar de uma tragédia e frases que só ficam remoendo o sofrimento das pessoas precisam ser evitadas.

Daniela Garcia, Ellen Freitas, Roberto Maia e Thaís Werneck

Editoria futilidade... ops! Celebridade

A critério de elucidação, entende-se por celebridade – metonimicamente – pessoa afamada, ilustre, renomada. Sim! Adiante: Então, porque, ante tal premissa, ALGUNS veículos brasileiros de comunicação dedicam significante espaço a pseudo-famosos, notadamente de carreiras questionáveis, surfando em escassas águas do reconhecimento público? Longe de ser retórica, a pergunta clama por respostas, a fim de justificar os contingenciais e ardorosos desdobramentos referentes a atípicos casamentos, esperados divórcios, peripécias daqueles que se alimentam dos flashes, entre outras agendas também propagadas pelo culto à superficialidade.

A celebração dos laços matrimoniais de Débora Secco (com o jogador rendido ao deserto de petrodólares das arábias, Roger Flores); e do ator Guilherme Berenguer (com uma fulana aí) renderam algumas curtas notas na Folha de S. Paulo e no Correio Braziliense. No rádio, apenas a rádio Jovem Pan AM destinou algumas notas sequíssimas aos acontecimentos. Já nos principais telejornais brasileiros, nada.

Mesmo com exclusivas do Fantástico, o anúncio oficial da futura união civil de Alexandre Pato e Stephany Brito não despertou muito interesse. Aos que do fato retiraram algum valor de noticiabilidade, restou Monica Bergamo, que emprestou ao tema um comentário em sua coluna. No Jornal Nacional a nota pelada dispensada ao anúncio demonstrou a relevância dele. BandNews FM e Jovem Pan AM apenas citaram em meio a agendas mais notórias.

O imbróglio jurídico envolvendo Madonna, Malaui, adoção de uma criança; a venda de um quadro com a rainha do pop nua; o rompimento do relacionamento de Leonardo DiCaprio e uma sicrana aí; e as escapadelas de Britney e seu agente constituíram pródiga fonte de comentários, especulações e emblemáticas imagens. A Folha deu. O Correio deu. As rádios deram – sobretudo a emissora da Avenida Paulista, com seu vespertino programa teen, Planeta Jovem Pan. E os telejornais, não!

Ainda reverbera, pelo menos ao longo da semana que se finda, a inusitada (e bizarra?) morte do ator David Carradine, notabilizado por seus papéis em Kung Fu e Kill Bill. Silvio Queiroz do Correio demonstrou nostalgia e estupefação com o caso, deixando, inclusive, transparecer uma anátema ante aquele que um dia fora seu ídolo. O acontecimento proporcionou uma profusão de irrefreáveis sacadas capciosas, que, logicamente, não poderiam deixar de pontuar o indefectível sarcasmo de José Simão. A Folha destacou ainda o fato de o ator ter participado na recém-lançada série norte-americana Mental, cujo “inovador” roteiro apresenta um sagaz psiquiatra, que lança mão de técnicas nenhum-pouco-ortodoxas para tratar de seus conturbados pacientes. Irônico, não? BandNews e Jovem Pan noticiou a morte e os desdobramentos com sucintas reportagens. Uma matéria especial sobre o falecimento e a história pregressa do falecido. Esta foi a tônica do Jornal Nacional e do Jornal da Record.

Na semana que antecede a pieguice comercial do dia dos namorados, o protótipo de casal perfeito extraído do BBB, Max e Francine, demonstraram que ainda se valem dos duradouros, no caso deles, 15 minutos de fama. Os impressos cederam escassas linhas, em suas seções de entretenimento, à dupla. As rádios e os telejornais (com exceção do Fantástico) não se preocuparam em dar visibilidade à pauta.

A cereja no bolo das frivolidades midiáticas dos últimos dias foi o Fashion Rio – semana de moda carioca. O Correio e a Folha repercutiram, mas sem estardalhaço, apenas noticiando os principais desfiles realizados, bem como destacando as celebridades que compareceram em busca dos famigerados brindes. O jornal da Globo e o da Record veicularam apenas uma ou duas matérias sintetizando as tendências que permearam o evento. As rádios resumiram a pauta em rápidas reportagens e em notas secas lidas pelos locutores.


Diego Gomes, Gerson Marlon, Guilherme Fontes

“Corra que a polícia vem aí”

Semanas vêm, semana vão e o ponteiro do enorme relógio chamado jornalismo agora recai sobre a editoria “Polícia”, o que nos remete ao distante refrão-pergunta dos titãs: “Quem precisa de polícia?” A resposta é simples: a mídia! A explicação do porquê é óbvia: não houve um único dia nesta semana em que, pelo menos, uma matéria sobre os feitos das polícias Militar, Civil e Federal, o nosso glorioso (na medida do possível) “FBI brasileiro”, tenha pautado os “destemidos” veículos de comunicação brasileiros.

No Jornal Nacional, da Globo, Cesar Tralli, o único da casa quando se trata de Polícia Federal, foi onipresente. Da Operação Trilha, sobre fraudes bancárias e denúncias de venda de bens apreendidos pela PF na, como definia Mario de Andrade, Paulicéia Desvairada, saiu o grande filão semanal. Presença à parte, há de ressaltar que todas as matérias se assemelharam a releases lidos e gravados. Contudo, esta característica não se restringiu às organizações de Mr. Marinho. A mesma falta de profundidade pôde ser observada nas reportagens do Jornal da Record, das organizações Eclesio-Mídiaticas de ‘monsenhor’ Macedo.

Tal fato nos leva a questionar se a ânsia de ocupar o espaço da concorrente no coração do povo brasileiro e do bolso dos anunciantes - estes, quem sabe, nem compartilhem da mesma nacionalidade – fez com que uma “Maria” seguisse a outra, repercutindo os mesmos releases e não revelando nada de muito novo à conversa. Sobre Protógenes Queiroz, o inimigo mortal de playground de Daniel Dantas, ambas as redes se limitaram a dizer que o renegado da PF será investigado por um novo inquérito. Nos telejornais fora concedido mais espaço à represa que arrebentou no Piauí, o que, de certa forma, é algo justificável. Convenhamos: represas não quebram todo dia.

No quesito radiofônico, a abordagem foi semelhante. A CBN noticiou quase todos os feitos da semana. A maior parte daquele modo superficial, sem maiores aprofundamentos; os boletins básicos. A cobertura da Operação Trilha, o ponto alto da Polícia Federal dos últimos sete dias, porém, foi um pouco mais adiante. Foi a primeira emissora a noticiar que um dos investigados havia sido preso na terra do Tio Sam. Na Bandnews, por sua vez, o resultado é praticamente o mesmo, diferindo-se apenas pela incansável repetição realizada a cada vinte minutos.

Os impressos se destacaram pelo diferencial de contar, além das pautas acima citadas, com matérias de caráter mais local. No O Globo, a jovem que extorquia dinheiro de um religioso no interior paulista ganhou as manchetes do diário. A Folha de S. Paulo destacou dois casos em especial: a prisão de uma quadrilha acusada de clonar cartões e a absolvição do motoboy acusado de nove homicídios.

Diego Gomes, Gerson Marlon, Guilherme Fontes e Wiliam Amorim

segunda-feira, 8 de junho de 2009

JORNAL COM 89 ANOS FECHA NO BRASIL - VEJA COMO A MÍDIA TRATA A MÍDIA

A “Gazeta Mercantil” existe desde 1920 e é considerada, por muitos, um dos jornais econômicos mais importantes do país. Levantamento feito pela agência de comunicação e assessoria de imprensa FSB entre deputados federais apontou o veículo como o de maior confiabilidade, empatado com o Valor Econômico. A pesquisa foi realizada nos meses de janeiro de 2008 e janeiro deste ano. Apesar de toda esta credibilidade, a última edição do veículo circulou no dia 29 de maio.
Em 2003, uma crise financeira fez com que o diário fosse assumido pela CMB - Companhia Brasileira de Multimídia. Na última semana, a empresa deixou a publicação alegando ter herdado dívidas trabalhistas que pertenciam ao antigo dono, Luiz Fernando Levy. Este, por sua vez, declarou que acredita no retorno das atividades da Gazeta num futuro bem próximo. Mas, a afirmação é questionada pelos próprios funcionários.
Todos os fatos que permearam o fechamento do jornal, como atraso de salários, dívidas, possíveis demissões, férias antecipadas foram acompanhados pelo noticiário impresso e online. O Globo e Folha de São Paulo, por exemplo, explicaram motivos, apresentaram as diferentes versões e, ainda, destacaram a importância do periódico para o jornalismo brasileiro.
Já os jornais nas rádios e TVs não deram importância ao acontecido como deveriam. Esta omissão preocupa por se tratar de um veículo de comunicação com 89 anos de história. E é ainda mais grave no momento em que os impressos, mesmo diante de uma grave crise econômica, precisam se reestruturar e inovar para se manter em circulação.

Andrea Ribeiro, Luciana Magarão e Valquiria Lima