Semanas vêm, semana vão e o ponteiro do enorme relógio chamado jornalismo agora recai sobre a editoria “Polícia”, o que nos remete ao distante refrão-pergunta dos titãs: “Quem precisa de polícia?” A resposta é simples: a mídia! A explicação do porquê é óbvia: não houve um único dia nesta semana em que, pelo menos, uma matéria sobre os feitos das polícias Militar, Civil e Federal, o nosso glorioso (na medida do possível) “FBI brasileiro”, tenha pautado os “destemidos” veículos de comunicação brasileiros.
No Jornal Nacional, da Globo, Cesar Tralli, o único da casa quando se trata de Polícia Federal, foi onipresente. Da Operação Trilha, sobre fraudes bancárias e denúncias de venda de bens apreendidos pela PF na, como definia Mario de Andrade, Paulicéia Desvairada, saiu o grande filão semanal. Presença à parte, há de ressaltar que todas as matérias se assemelharam a releases lidos e gravados. Contudo, esta característica não se restringiu às organizações de Mr. Marinho. A mesma falta de profundidade pôde ser observada nas reportagens do Jornal da Record, das organizações Eclesio-Mídiaticas de ‘monsenhor’ Macedo.
Tal fato nos leva a questionar se a ânsia de ocupar o espaço da concorrente no coração do povo brasileiro e do bolso dos anunciantes - estes, quem sabe, nem compartilhem da mesma nacionalidade – fez com que uma “Maria” seguisse a outra, repercutindo os mesmos releases e não revelando nada de muito novo à conversa. Sobre Protógenes Queiroz, o inimigo mortal de playground de Daniel Dantas, ambas as redes se limitaram a dizer que o renegado da PF será investigado por um novo inquérito. Nos telejornais fora concedido mais espaço à represa que arrebentou no Piauí, o que, de certa forma, é algo justificável. Convenhamos: represas não quebram todo dia.
No quesito radiofônico, a abordagem foi semelhante. A CBN noticiou quase todos os feitos da semana. A maior parte daquele modo superficial, sem maiores aprofundamentos; os boletins básicos. A cobertura da Operação Trilha, o ponto alto da Polícia Federal dos últimos sete dias, porém, foi um pouco mais adiante. Foi a primeira emissora a noticiar que um dos investigados havia sido preso na terra do Tio Sam. Na Bandnews, por sua vez, o resultado é praticamente o mesmo, diferindo-se apenas pela incansável repetição realizada a cada vinte minutos.
Os impressos se destacaram pelo diferencial de contar, além das pautas acima citadas, com matérias de caráter mais local. No O Globo, a jovem que extorquia dinheiro de um religioso no interior paulista ganhou as manchetes do diário. A Folha de S. Paulo destacou dois casos em especial: a prisão de uma quadrilha acusada de clonar cartões e a absolvição do motoboy acusado de nove homicídios.
Diego Gomes, Gerson Marlon, Guilherme Fontes e Wiliam Amorim
sexta-feira, 12 de junho de 2009
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