A critério de elucidação, entende-se por celebridade – metonimicamente – pessoa afamada, ilustre, renomada. Sim! Adiante: Então, porque, ante tal premissa, ALGUNS veículos brasileiros de comunicação dedicam significante espaço a pseudo-famosos, notadamente de carreiras questionáveis, surfando em escassas águas do reconhecimento público? Longe de ser retórica, a pergunta clama por respostas, a fim de justificar os contingenciais e ardorosos desdobramentos referentes a atípicos casamentos, esperados divórcios, peripécias daqueles que se alimentam dos flashes, entre outras agendas também propagadas pelo culto à superficialidade.
A celebração dos laços matrimoniais de Débora Secco (com o jogador rendido ao deserto de petrodólares das arábias, Roger Flores); e do ator Guilherme Berenguer (com uma fulana aí) renderam algumas curtas notas na Folha de S. Paulo e no Correio Braziliense. No rádio, apenas a rádio Jovem Pan AM destinou algumas notas sequíssimas aos acontecimentos. Já nos principais telejornais brasileiros, nada.
Mesmo com exclusivas do Fantástico, o anúncio oficial da futura união civil de Alexandre Pato e Stephany Brito não despertou muito interesse. Aos que do fato retiraram algum valor de noticiabilidade, restou Monica Bergamo, que emprestou ao tema um comentário em sua coluna. No Jornal Nacional a nota pelada dispensada ao anúncio demonstrou a relevância dele. BandNews FM e Jovem Pan AM apenas citaram em meio a agendas mais notórias.
O imbróglio jurídico envolvendo Madonna, Malaui, adoção de uma criança; a venda de um quadro com a rainha do pop nua; o rompimento do relacionamento de Leonardo DiCaprio e uma sicrana aí; e as escapadelas de Britney e seu agente constituíram pródiga fonte de comentários, especulações e emblemáticas imagens. A Folha deu. O Correio deu. As rádios deram – sobretudo a emissora da Avenida Paulista, com seu vespertino programa teen, Planeta Jovem Pan. E os telejornais, não!
Ainda reverbera, pelo menos ao longo da semana que se finda, a inusitada (e bizarra?) morte do ator David Carradine, notabilizado por seus papéis em Kung Fu e Kill Bill. Silvio Queiroz do Correio demonstrou nostalgia e estupefação com o caso, deixando, inclusive, transparecer uma anátema ante aquele que um dia fora seu ídolo. O acontecimento proporcionou uma profusão de irrefreáveis sacadas capciosas, que, logicamente, não poderiam deixar de pontuar o indefectível sarcasmo de José Simão. A Folha destacou ainda o fato de o ator ter participado na recém-lançada série norte-americana Mental, cujo “inovador” roteiro apresenta um sagaz psiquiatra, que lança mão de técnicas nenhum-pouco-ortodoxas para tratar de seus conturbados pacientes. Irônico, não? BandNews e Jovem Pan noticiou a morte e os desdobramentos com sucintas reportagens. Uma matéria especial sobre o falecimento e a história pregressa do falecido. Esta foi a tônica do Jornal Nacional e do Jornal da Record.
Na semana que antecede a pieguice comercial do dia dos namorados, o protótipo de casal perfeito extraído do BBB, Max e Francine, demonstraram que ainda se valem dos duradouros, no caso deles, 15 minutos de fama. Os impressos cederam escassas linhas, em suas seções de entretenimento, à dupla. As rádios e os telejornais (com exceção do Fantástico) não se preocuparam em dar visibilidade à pauta.
A cereja no bolo das frivolidades midiáticas dos últimos dias foi o Fashion Rio – semana de moda carioca. O Correio e a Folha repercutiram, mas sem estardalhaço, apenas noticiando os principais desfiles realizados, bem como destacando as celebridades que compareceram em busca dos famigerados brindes. O jornal da Globo e o da Record veicularam apenas uma ou duas matérias sintetizando as tendências que permearam o evento. As rádios resumiram a pauta em rápidas reportagens e em notas secas lidas pelos locutores.
Diego Gomes, Gerson Marlon, Guilherme Fontes
sexta-feira, 12 de junho de 2009
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