Já se tornou praxe nas coberturas futebolísticas televisivas uma narrativa mais despojada, que aproxima o brasileiro torcedor das notícias que irão compor as conversas de boteco antes, durante e depois de uma partida de futebol. Em todas as matérias, os jornalistas dedicam-se à simpatia das torcidas do clube, valorizando o momento, apelando para a emoção, agregando valor ao episódio: o retorno de Adriano aos gramados cariocas. Obviamente, o pano de fundo resta sutilmente intacto na mensagem de “volta por cima” do jogador. Isso porque é notório que, num contexto de crise em que os grandes clubes brasileiros de futebol sofrem com problemas financeiros e, consequentemente, com problemas no desempenho, encontra-se, no “fim de carreira” de celebridades como Ronaldo e Adriano, uma grande oportunidade de negócio para atrair patrocinadores com bolsos cheios. Dessa maneira, valorizando a estrela, como ícone da partida, bem como reações da torcida em geral, os jornalistas desempenharam muito bem o papel de catalizadores da informação à grande massa, à medida que entregaram ao torcedor consumidor o fato que interessa: o Imperador está de volta! E agora, é para o Flamengo! A CBN passou a notícia de forma clara e crítica, com poucos comentários. A mensagem foi esperançosa. A Nacional não fez críticas nem comentários, passou apenas uma nota pelada, deixando os achismos para o torcedor. Percebe-se que o Folha é mais cuidadoso, prático. Destacando que a expectativa é a de “aumentar a receita do clube, com a venda de produtos licenciados e ingressos” e que o jogador está “longe da sua melhor forma física” afastou-se um pouco dos versos de amor e emoção que compõe a poesia do futebol. Já o Estadão preferiu se abster do contexto dos negócios e ater-se a uma síntese da carreira e ao jogo. Adriano enquanto estrela da partida no Maracanã lotado. O peso da época de cada notícia é capaz de revelar maior distância do primeiro jornal para com as esperanças. Já o Estado de São Paulo, se entregou às emoções, ao calor do resultado e da partida, deixou claro que, naquele dia, com o Imperador, jogava um Flamengo diferente.Tanto um quanto outro veículo se utilizou de uma linguagem sem muitos abusos, própria para atualizar o leitor de forma prática dos fatos.
Maraísa Oliveira, Marianna Domenici, Rafael Mouad e Myllie Muenzer
sexta-feira, 12 de junho de 2009
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