O deputado Raul Jungmann entregou "oficialmente" ao presidente do Supremo Tribunal federal, Gilmar Mendes, na semana passada a fita com o áudio da tal reunião do Protógenes. A notícia se espalhou como pólvora. Jornais de todo o país estavam de butuca no Congresso.
Mas o que ninguém se perguntou foi "onde Jungmann conseguiu o áudio?" - que foi juntado num processo sigiloso - e "se o requerimento nesse sentido - que não é dele - ainda depende de aprovação pela CPI?".
Em Brasília, há um evidente mal estar entre os repórteres. Tudo porque todos estão comendo na mão de Jungmann.
O que aconteceu com nossos heróis repórteres? Como na televisão, o repórter não tem muitas fontes? Talvez a culpa seja dos produtores que fielmente procuram somente as fontes que já estão marcadas na agenda de contatos. As fontes são acertadas pela produção que segue as pautas logo depois, mas seria bem melhor se os repórteres pudessem "cavar buracos" em outro local para ver se encontram novas informações. Os editores devem procurar jornalistas isentos que cobrem o setor esperando que procurem outras versões.
A mídia está percebendo – no gerúndio mesmo - de que está no fim da página. Os mass midia estão se desmoralizando perante o público, que criam o maior racha com a opinião pública. Jornalistas não perceberam por completo que o desgaste dos meios de comunicação – principalmente a Globo com as diretas, nos anos 80 - já se tornou café pequeno perto do que está ocorrendo nesse momento.
Ficar cavando ao redor de uma fonte só não é o que aprendemos nas faculdades, a prática é diferente, mas não tanto assim. Novamente os políticos estão rolando de rir às custas de "jornalistas com cabresto". A manutenção de fontes abaixo de qualquer suspeita, como o deputado Raul Jungmann, apenas aprofundará um fosso bem longe da verdade. Os repórteres estão tendo mais respeito pelas empresas do que com a própria verdade. Resta o público novamente, abrir o olho.
Gustavo Souza, Rayanne Portugal, Priscila Botão, Caroline Lima
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
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