sexta-feira, 7 de novembro de 2008

NÃO É A MÍDIA QUE ESTÁ ERRADA. É VOCÊ

Quantos de vocês acompanham as peripécias da Junkie Bad Girl Amy Winehouse. Ou ficaram sabendo que o noivado entre a atriz Luana Piovani e o destemperado pseudo-ator Dado Dolabella terminou? Para os que responderam negativamente, amigos, nós vos saudamos. A economia rolando por água abaixo, o mundo todo olhando para os Estados Unidos e para a eleição de Barack Obama, além dos velhos e constantes problemas no Brasil, e ainda assim as homes de grandes portais de notícias emplacavam diariamente as novidades da crise entre o Casal do Barulho com outras notícias, de real relevância para a sociedade. A querida Amy, então, nem se fala. Toda semana ela nos “surpreende” com uma careta cada vez mais aterradora cheia de álcool e drogas. Ótima influência para as novas gerações, diga-se de passagem.

É aí que entramos em velhos problemas de prioridade. Entre uma atividade e outra no trabalho, o funcionário abre a Internet para ler sobre o quê? Política, atualidades, economia ou sobre os agitos dos famosos nas noites paulista, carioca e novaiorquina? Essa grande quantidade de procura por fofocas faz com que tais assuntos sejam levados cada vez mais para as primeiras páginas de sites e portais de notícias. É a mesma cultura que dá ao programa Pânico na TV, de qualidade severamente discutível, uma audiência monstro, sobretudo para os padrões de uma emissora de segundo escalão como a Rede TV. Emissora que, por sinal, encabeça a lista de programas de qualidade duvidosa. Para citar apenas os primeiros que nos vêm à mente, temos o Superpop (da groupie mais bem-sucedida do país, que por várias oportunidades posa de moralista, para gargalhada geral), o TV Fama (programa de fofocas com cadeira cativa na emissora) e o já mencionado Pânico na TV. E essa moda não vem de hoje.

Desde o advento dos grupos de axé com dançarinas rebolantes de shortinhos sumários, a tv e a Internet não têm sossego. Um dia teremos a honra de dizer para nossos filhos e netos que testemunhamos o nascimento das mulheres-fruta. É mulher melancia (que também poderia ser chamada de Mulher Michelin), mulher melão, mulher maçã e por aí vai. É perigoso inventarem a Mulher-Creme de Leite, para completar a salada (com uma mulher-cereja em cima, claro).

Ao que as pessoas de bem se perguntam: “Oh, Deus, quando isso vai acabar?”.
Mas sejamos legais, não vamos meter Deus nessa sujeira. Pode deixar que nós mesmos respondemos: Nunca.
Eles fazem o papel deles, de dar para as pessoas o que elas querem. Se está lá, é porque alguém quer ver. Se está aqui, lá e em todo lugar, é porque muita gente quer ver.
Não há jeito. Cada dia vai aparecer algo pior. Tenho certeza que nossos avós já pensam “É, até que a lambada não era tão ruim assim...”.

Não há fim, mas há saída.
Existem meios alternativos em tudo na nossa vida. Está passando um programa ruim em um canal? Mude para outro. Mas é domingo e você não tem tv a cabo? Vá ler um livro. Muitos de nós reclamamos da programação da tv, do que está em voga na Internet e esquecemos da estante cheia de bons livros ou do sol brilhando lá fora. E existe boa fonte de informação na Internet – um universo tão titânico que ninguém nunca vai conseguir explorar em sua totalidade – bons sites, blogs com opiniões de diversas pessoas sobre tudo (mas nunca se esqueça da sua própria opinião), fóruns e um milhão de outras coisas.
Resumindo, vamos procurar dar ibope para o que realmente é relevante. Estamos combinados?

Raquel Bernardes, Marcelo Brandão, Erik Lima, Nathalia Frensch, Amilton Leandro

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