sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Números crescem em meio ao descaso do governo

Números. As mortes são apenas mais alguns números. A tragédia de Santa Catarina, que atingiu outras 12 cidades e Florianópolis, está mais uma vez nos noticiários. Mas neste ano, de uma forma mais intensa. Jornal Nacional, Jornal da Record, Jornal da Band, todos os telejornais destinaram praticamente um bloco inteiro para falar sobre o assunto. Tudo bem que é um tema importante, mas o que acaba acontecendo é que os números viram só mais uns nas estatísticas.
Nos jornais e na internet não é diferente. Números e mais números. "Segundo boletim divulgado pelo Departamento Estadual de Defesa Civil às 15h02 de hoje (28), Ilhota é a cidade com maior número de mortes (29). Em seguida, vêm Blumenau (23); Gaspar (15); Jaraguá do Sul (13); Luís Alves (cinco); Rodeio (quatro); Rancho Queimados, Benedito Novo e Itajaí (dois óbitos em cada) e Brusque, Pomerode, Bom Jardim da Serra, São Pedro de Alcântara e Florianópolis (uma morte em cada)", como diz o Correio Braziliense As rádios não ficam atrás.
O que não dá para entender é que o governo sabe que todo ano há enchentes que destroem casas, acabam com móveis, eletrodomésticos, relíquias que famílias demoraram anos para conseguir, mas mesmo assim espera a chuva cair e alagar tudo para depois socorrer os flagelados. É claro, eles estão nas suas casas, bem protegidos, sem perigo de serem soterrados ou terem suas casas devastadas e seus entes queridos indo para debaixo da terra. Não era mais fácil tomar alguma atitude, como melhorar a infra-estrutura, desentupir bueiros, dar condições de moradia para os menos favorecidos ao invés de tapar o sol com a peneira?
Não é de hoje que esse tipo de problema afeta as cidades do Sul e Sudeste do país. E parece, ou melhor, parece não, as autoridades fingem não saber disso. Esperam acontecer. E depois ficam arranjando desculpas em frente aos microfones. Tanto que São Paulo e Rio de Janeiro todo ano estão nas manchetes dos meios de comunicação. Por outro lado, somos um povo solidário. A ajuda das pessoas de outros estados, os alimentos, roupas, água, material de higiene vindos mostram como o povo brasileiro se conscientiza com a dor do outro, mesmo que esse nem parente seja.

Anna Karla, Caroline Figueira, Eugifran Moreira

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