sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Mais um drama da classe média brasileira...

Na última quinta-feira (13), uma notícia deixou perplexa boa parte das famílias brasileiras que acompanharam os principais telejornais. O escândalo da vez é o caso de uma menina de 15 anos, moradora da cidade de Joaçaba (SC), estuprada por três jovens. A parte mais sórdida do episódio foi o fato da prova do crime ter sido divulgada na rede mundial de computadores. O requinte perverso, porém, ajudou a polícia a prender os acusados.

A Globo e a Record, como era de se esperar para uma notícia quente, exibiram matérias sobre o estupro em todos os noticiários. Suítes sobre o que poderá acontecer com os acusados, a comoção da cidade em torno do crime e até a notícia do depoimento do rapaz que teria denunciado o crime foram reportados. Todos eles exibiram cenas do vídeo, em que a menina aparece desacordada e sendo despida.

A história foi relembrada, com ênfase no fato dos jovens estupradores serem de classe média alta, universitários, e entre os dois maiores de idade envolvidos havia um menor. É interessante perceber que a repulsa causada por tal crime acontecido em Santa Catarina, quase chega a encobrir o outro crime hediondo acontecido na mesma semana no Paraná, em que uma menina de nove anos foi encontrada morta em uma mala.

A rádio CBN deu uma matéria grande, de 2'50", sobre o caso. O repórter já começou a matéria com a conclusão, falando sobre o inquérito e a possível punição dos acusados. Depois disso, relembrou a história e ouviu o delegado responsável pelas investigações em duas sonoras. Já a Band News FM não deu matéria nem nota sobre o assunto. O que é de se estranhar, pois é um caso de grande repercussão na maioria dos veículos.

No noticiário impresso, o drama da adolescente de Santa Catarina não foi tão explorado como nos outros veículos. Pelo menos nos jornais analisados – O Estado de S. Paulo e O Globo - o que se viu foram matérias "resumão", que não noticiavam nenhuma novidade ao caso divulgado pelos meios de comunicação televisivos e radiofônicos na noite anterior.

Ainda assim, o jornal carioca mostrou com mais detalhes a monstruosidade do crime praticado por jovens de classe média. A comoção da cidade também foi colocada em destaque na única notícia do impresso. Já o Estadão, poupou o leitor de informações que davam um enredo ainda mais assustador ao caso. Com um texto publicado na parte superior da página, mas sem ilustração, o veículo contou apenas com o tradicional estilo "notícia seca" para não levar o furo de um fato que tanta repercutiu nos principais veículos do País.

Camila Bogaz, Camila Vidal, Fernanda Alves, Juliana Ribeiro e Rebeca de Bem

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