Deu no globo.com: Passageiro vira réu após tentar roubar beijo em van de Brasília. O caso trata-se, basicamente, de um indivíduo muito do gaiato que tentou beijar no rosto uma moça em uma van, na periferia de Brasília. Resultado, não conseguiu beijá-la e ainda tomou uns tapas da mesma, que o processou. Depois de mais de dois anos com o processo arrastando na justiça, o sujeito foi inocentado. Além da própria matéria por si só ser muito pitoresca, vale ressaltar as geniais frases do juiz, devidamente colocadas em aspas na matéria. Em uma delas, ele explica o caso: "a moçoila ofendida foi surpreendida pelo inopinado beijoqueiro, que, não resistindo aos encantos da donzela, direcionou-lhe a beiçola, tendo como objetivo certo a face alva da passageira que se encontrava ao lado".
É só a gente que acha isso ou realmente existe uma grande quantidade de ironia na frase acima? De tão indignado que estava o juiz, por ver-se obrigado a julgar algo tão inútil, ele ainda afirmou fazer “votos de que não surja um ‘iluminado’ com a ‘estupenda’ idéia de, por meio de recurso, prorrogar a presente discussão e sangria de recursos públicos financeiros e humanos”. Com essas autênticas jóias, ele até merece sair do anonimato. Fábio Martins de Lima, juiz substituto da 1ª Vara de Entorpecentes e Contravenções Penais do DF. Já somos fãs desse cara.
Esse caso todo nos põe a pensar. Onde está o romantismo de outrora? Será que não é mais possível fazer algo romanticamente inesperado? Será que um beijo roubado numa van não pode vir a desencadear um romance arrebatador, ou até um casamento frutífero? Será que em breve um pobre sujeito pode tomar um processo nas costas por dizer “rapaz, isso lá em casa...” ao ver uma moça graciosa passando pela rua? Será que agora só poderemos arriscar seduções mais ousadas através de salas de bate papo na Internet?
Se a moça da van não gostou (e não gostou mesmo), deveria se limitar aos tapas, devidamente testemunhados pelos presentes, e pronto. Ela sairia com sua honra lavada e o cara frustrado; mas acabaria ali, sem necessidade de gastos com recursos públicos ou com o precioso tempo de promotores e juízes, que deveriam cumprir suas jornadas de trabalho com pautas mais significantes.
Mas deixamos o melhor pro final. Segundo a matéria, o juiz, após o desfecho da audiência, perguntou à moça se o tal rapaz era bonito, assim, só por curiosidade. Sabem o que ela respondeu? “Doutor, se ele fosse o Reinaldo Gianechini, a reação teria sido outra”. Essa mulher não é uma bela duma sem-vergonha? O cara, então, foi processado não por tentar beijá-la, e sim por ser feio demais para ousar? Tudo bem que as chances dela encontrar o Gianechini em uma van em Brazlândia, cidade-satélite de Brasília, são as mesmas que nós temos de ganhar um Prêmio Esso por esse texto, mas é muita cara de pau da moça dizer na cara do juiz, em outras palavras, que o beijo não foi o problema, o problema foi a cara do beijoqueiro. Por essas e outras que ela perdeu a ação. Essa dona aí merece morrer solteirona e sem filhos, cuidando de 15 gatos e dos filhos da irmã, quando esta sai para pegar um cineminha com o maridão, que todo mundo diz ser incrivelmente parecido com aquele ator, o tal do Reinaldo Gianechini.
Marcelo Brandão, Raquel Bernardes, Erik Lima, Nathalia Frensch, Amilton Leandro
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
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