O candidato democrata Barack Hussein Obama, 47 anos foi escolhido, no último dia 4, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, vencendo seu concorrente republicano John McCain. Seu discurso de vitória emocionou a todos. "A mudança chegou", declarou Obama diante de uma multidão de simpatizantes que comemoravam sua vitória e junto com ele gritavam "Yes, we can". Segundo os dados divulgados, Obama teve 338 dos 538 votos no Colégio Eleitoral e 52% dos votos populares. Esse dia marcou o fim da mais longa campanha presidencial da história dos EUA. Durou 21 meses. O 44º presidente americano inicia agora sua mudança para a Casa Branca. A posse está marcada para 20 de janeiro do próximo ano.
Parecia piada saber que um negro foi eleito presidente numa nação onde até a década de 1960 os negros do sul do país eram proibidos de votar. A eleição de Barack Obama como 1º presidente negro deveria estimular no exterior a imagem dos EUA como uma terra de oportunidade para todos. Porém, alguns analistas acreditam que o resultado eleitoral não muda em nada a desigualdade social.
Obama entra para a história depois de uma longa campanha, disputada com a ex-primeira-dama Hillary Clinton. Um ano antes das eleições, o agora presidente-eleito ainda era desconhecido da maior parte dos Estados Unidos. Ele concorreu fazendo um apelo por "mudança", palavra chave da sua campanha, e conseguiu empolgar o eleitorado, especialmente os mais jovens, com propostas de rompimento com o atual governo.
Emocionante o dia da vitória e elegante a atitude do republicano John McCain quando reconheceu a vitória da oposição. Além de cumprimentá-lo, acrescentou que a eleição de Obama representa "uma grande avanço para os Estados Unidos" e é "uma prova da superação do racismo" no país. "Fui candidato ao maior posto do país que eu amo tanto. Hoje, permaneço funcionário dele. Isto é uma benção suficiente para qualquer um. Agradeço ao povo do Arizona por isso", afirmou McCain.
Earl Ofari Hutchinson, autor de um recente livro sobre raça e política, acredita que um afro-americano qualificado pode ser muito bem aceito em um cargo elevado, mas não acredita que isso faça com que os problemas sumam magicamente para os negros. Hutchinson acreditam que os estereótipos negativos continuam sendo os mesmos. Chuck D., considerado o padrinho do rap engajado nos EUA, acredita que a eleição de Obama pode mudar radicalmente o debate racial nos EUA, mas afirma que isso pode ter um lado ruim. "As pessoas dirão: 'Vocês já têm um presidente negro, então está tudo bem'. Mas isso não apaga a discussão racial que é preciso ter", afirmou Chuck. D.
A maioria dos afro-descendentes americanos são de classes mais baixas, mas, uma classe média negra floresceu nos EUA desde que o movimento dos direitos civis, nas décadas de 1950 e 1960, acabou com o sistema de segregação racial no sul, abrindo caminho para leis que estenderam o direito de voto a todos os negros dos EUA. Porém, muitos negros de classe média dizem que, apesar do sucesso profissional e financeiro, a raça continua sendo um fator significativo, entranhando nas interações sociais e profissionais. Já a colunista do Atlanta Journal Constitution, Cynthia Tucker, acredita que a eleição em si não elimina as disparidades, mas pode alterar a forma como elas são vistas, e isso já faz uma grande diferença.
"Se existe alguém aqui que ainda duvida que a América é um lugar onde todas as coisas são possíveis, que ainda indaga se o sonho dos nossos fundadores está vivo, que ainda questiona o poder de nossa democracia, o dia de hoje é a resposta", afirmou.
Ele acrescentou que muitos americanos não irão concordar com todas as suas decisões, mas devem saber que o governo não pode resolver todos os problemas ao mesmo tempo. Mas prometeu ainda "ser sempre honesto" sobre os desafios que terão de ser enfrentados.
Confirmada a vitória nas urnas, Obama recebeu do mundo inteiro, congratulações pela vitória. O governo do Quênia, país natal do pai do novo presidente americano, declarou feriado nacional no país, simbolizando como a vitória do candidato foi recebida pelo mundo. Trata-se de um homem do futuro, com um discurso favorável à inclusão social e pela pacificação do mundo. O mundo espera agora, que o novo presidente da maior potência do planeta trabalhe, principalmente, pela paz.
Apesar de todas as comemorações, agora é preciso pensar em trabalho. Os americanos enfrentam uma crise no mercado financeiro, nos moldes da que atingiu todo o mundo em 1929. A crise deixa de ser financeira e passa a ser econômica, atingindo o mundo todo. O espírito de mudança almejado pelo novo presidente precisa virar a atual situação que o país enfrenta.
Luiza Seixas, Mariane Rezende, Mila Ferreira, Stella Mendes, Thaís Paranhos
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
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