sexta-feira, 29 de maio de 2009

A crise no mundo das máquinas

A crise gerada pelo protesto das empresas de carros de fórmula 1 foi assunto no mundo do esporte. Os veículos de comunicação nacional e internacional desde a semana passada tiveram um prato cheio de polêmicas. O assunto foi os novos valores estabelecidos para que cada empresa possa investir anualmente para que as máquinas corram nos grandes prêmios mundiais.
A CBN informa que houve muitas reuniões ao longo das semanas. Na discussão, a prévia de um regulamento. A Associação das equipes (Fota) definiu questões importantes do regulamento que foram encaminhadas ao presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A partir desse momento algumas reuniões foram realizadas, num clima muito conturbado. Onde cada escuderia colocou o que pensava e de que maneira deve ser a Fórmula 1 na próxima temporada. Toda a discussão decorre, essencialmente, de o presidente da Fia Max Mosley, querer impor o regulamento da FIA para o próximo ano. Exigindo um limite orçamentário de 40 milhões de libras. Sendo que, as equipes são frontalmente contra este teto de investimento. A rede globo que a batalha política travada pela Fota e pela FIA nas últimas semanas foi em virtude do teto orçamentário de 40 milhões de libras que daria vantagens técnicas às equipes que adotassem o valor como máximo a ser gasto durante a próxima temporada da F1. Durante toda semana o clima foi tenso. Porém, nesta sexta-feira (29), a Associação dos Times da Fórmula 1 (Fota) anunciou que todas as equipes integrantes da entidade enviaram os documentos necessários para inscrição na temporada 2010 da categoria. Mas as escuderias impõem algumas restrições. Dentre elas que um novo Pacto da Concórdia seja assinado até o dia 12 de junho, quando serão anunciadas as equipes que disputarão o mundial de 2010.
Os jornais A Folha de São Paulo e O Globo deram a cobertura quanto a decisão tomada pela FIA - Federação Internacional de Automobilismo, de estabelecer um novo teto orçamentário para o Grand Prix de fórmula 1 em 2010. os gastos dos times não poderão passar de 40 milhões de libras (cerca de R$ 130 milhões), como divulgou o Globo. A FSP fez comentários da posição da FIA contra grandes marcas como Ferrai e Toyota, ambas as empresas buscam anular as novas regras. Divulgou também que segundo a federação, as escudeiras não são imprescindíveis, o grande prêmio não deixaria de acontecer se, por exemplo, a Ferrari desistir. O Globo se adiantou e trouxe em primeira mão que apesar da crise gerada, a Ferrari anunciou que vai rediscutir a possibilidade da permanência, ou seja, voltou atrás. E divulgou também que a primeira escuderia a se colocar contra o regulamento foi a Toyota, antes mesmo da Ferrari.
A Band News abordou pouco o assunto essa semana foi sobre protesto feito pelas empresas. A rádio usou tom critico e mais informal, também abortou sobre as dificuldade que as empresas de fórmula 1 vão enfrentar no investimentos de seus carros.
O mundo dos esportes não se resume em gols, mas também abrange o lado das empresas por trás de grandes máquinas que fizeram nomes prestigiados e alimenta enormes paixões. O que a cobertura dos veículos de comunicação estão corretos em mostra o lado das empresas.

Eris Dias, Emanuelle Costa, Reginaldo Rodrigues, Thais Costa

O dia a dia das celebridades é importante pra você?

Flash e holofotes. As celebridades estão a todo o tempo envolvidas por fotógrafos e jornalistas. Mas, as publicações que envolvem os romances, as brigas e os conflitos entre os famosos muitas vezes são para um público específico em um veículo específico. No entanto isso está mudando. Atualmente, assim como há programas e cadernos especiais para o esporte, a política e a economia, há algo exclusivo para os celebres. O interesse dos espectadores fez com que a mídia abrisse espaço para essa “editoria”, que pode facilmente ser confundida com a de cultura.

Ao observar durante uma semana as notas publicadas, chegamos a uma conclusão: notícias sobre celebridades na maioria das vezes são bem escandalosas. Ao ponto de ganhar linhas em veículos de comunicação como rádio, TV e impresso. O espaço para esse tipo de pauta é reduzido, é restrito, mas existe. No periódico O Globo, por exemplo, boa parte das matérias que deveriam falar apenas do lado profissional dos artistas e do trabalho desenvolvido por eles acaba fugindo um pouco da informação e passando para fofoquinha que muitos brasileiros gostam. É notável, até mesmo os jornais que não se comparam com revistas como Contigo! ou Caras, estão pouco a pouco se rendendo ao mundo das celebridades. Exemplo disso são as colunas sociais, cada vez mais voltadas para artistas da TV Globo no jornal da maior empresa de comunicação do País.

Na TV a situação não é diferente. Nada parecido ao programa TV Fama, da Rede TV!, mas alguns telejornais não são preconceituosos. Veja só o exemplo do Jornal Hoje. Só nesta semana, o telejornal divulgou a morte da filha caçula do lutador Mike Tyson – claro que aproveitou a deixa para uma matéria sobre os acidentes domésticos. Motivo da morte da menina – e a história da estourada Susan Boyle, do Ídolos versão americana e no quadro O Mundo em um Minuto. E os assuntos voltados aos conflitos entre Coréia do Norte e EUA é que fiquem em segundo plano!

Nos rádios a situação é outra. As notícias de celebridades são ligadas a uma fato jornalístico. O exemplo é polêmica em volta da menina Maísa, noticiada pela Rádio justiça. Como o senhor dos apresentadores e dono do Sistema Brasileiro de Televisão – SBT, Silvio Santos, abusou das peripécias da menina de sete anos frente às telinhas, o caso foi parar na justiça. O SBT foi questionado sobre o uso das imagens e o tratamento de Silvio com Maísa. Notícia? Sim, em todos os veículos de comunicação, até mesmo no rádio. Neste caso, as celebridades como personagens do fato fizeram as mídias impressa, televisiva e radialista repercutirem o tema. Não em todos os veículos, mas na maioria deles usando o sofrimento da pequenina Maísa como gancho para abordar temas relacionados ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

Erika Sayanne Braz, Talita Maravieski, Bruno Henrique e Daniella Ribeiro

Escola Integral sem destaque no noticiário

A inauguração da Escola Modelo de Educação Integral no CAIC do Núcleo Bandeirante, na segunda-feira (25), teve pouco destaque na mídia local. As aulas em horário integral mudam não só a rotina dos estudantes, mas pode mudar todo o futuro da educação do Distrito Federal. No Correio Braziliense da última terça-feira (26) apesar do tom otimista da matéria, o assunto, considerado pelo grupo de extrema importância, ficou restrito a menos de meia página no caderno de Cidades.
E essa talvez tenha sido a maior dificuldade encontrada para a análise. Não há uma editoria específica de Educação com notícias diárias em nenhum dos meios pesquisados. No Jornal de Brasília a abordagem foi muito similar. O ritmo, as entrevistas e o estilo foram muito parecidos. O destaque também foi menor, apesar do maior espaço na página.
Nenhuma das edições do DF TV, da Rede Globo, nem do Band Cidade, da TV Bandeirantes, citou o acontecimento. Na rádio Band News, a inauguração foi mencionada na edição local do noticiário da terça-feira de manhã, sem comentários adicionais dos apresentadores. A rádio Cultura, por outro lado, noticiou a inauguração no programa matinal em que os apresentadores lêem os jornais do dia – no caso, a matéria citada acima, do Correio Braziliense. Mesmo sendo pública, a Cultura possui uma programação predominantemente musical, com pouca ênfase nos programas jornalísticos, o que explica, sem justificar, a ausência da notícia na programação.


Grupo: Carolina Dutra, Fabio Marques, Fernando Sousa, Guilherme Guedes, Rafael Braga

A mídia e o vazamento de radiação em Angra 2

Em princípio, é difícil encontrar notícias relacionadas ao meio ambiente que tenha grande repercussão. Durante esta semana, os veículos de comunicação nacionais deram relativo destaque aos testes nucleares da Coréia do Norte. No entanto, o assunto só tem sido abordado pela mídia no âmbito da política internacional e, consequentemente, noticiado nas editoriais de Mundo.
Observou-se também muitas reportagens que fazem referência ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), mas com assuntos distintos e não interligados entre si. O Jornal Nacional noticiou o vazamento da usina nuclear Angra 2 e, assim, foi encontrado um assunto para observação durante essa semana.
A manchete do principal noticiário da Rede Globo foi “Erro Humano causou vazamento em Angra 2 no dia 15; Eletronuclear diz que não houve impacto”. Vale notar que o Jornal Nacional não se aprofundou, a matéria foi curta e tratou o fato com naturalidade acima do normal. As edições dos dias seguintes não abordaram mais o tema.
Nesta mesma noite, a Band News também noticiou o fato, mas não se posicionou como algo normal, irrelevante. A reportagem disse que funcionários foram contaminados e inclusive enviou um repórter para apurar mais informações no local. No dia 28, a rádio apresentou a seguinte reportagem: “Vazamento em Angra 2, que contaminou três pessoas é mistério”.
A mídia impressa, como O Globo e o Estado de São Paulo, tratou com igual relevância o assunto. Os sites de ambos os jornais também trouxeram links relacionados ao vazamento em Angra 2. A cobertura foi mais completa por ser atualizada a cada minuto.
Os sites também deram muito valor ao falar dos contaminados por causa do vazamento radioativo. É importante lembrar que o fato aconteceu no dia 15 de maio e, mesmo assim, o assunto não foi esquecido, ainda continua em pauta.
O portal do Terra foi o que mais dedicou espaço ao assunto, abordando de forma mais ampla as conseqüências do vazamento e dando ênfase ao controle da situação. A manchete principal do portal: “Acidente deixa 3 contaminados dentro da usina Angra 2”.

Cláudia Pinheiro, José Jance, Liana Rabelo, Lucas Tolentino e Tamara Barreto.

Setor privado ou público: quem está com a razão?

Nesta segunda, 25, o Banco do Brasil (BB) aumentou em R$ 13 bilhões de reais nos limites de crédito de 10 milhões de clientes pessoa física, um terço da clientela dessa categoria. A instituição também reduziu as taxas de juros cobradas às pessoas físicas, em média, 6,19%, em nove tipos de financiamentos. A expectativa do BB é aumentar a carteira de créditos de pessoas físicas para R$ 100 bilhões até 2012. O texto do jornal Estadão tem uma linguagem simples, sem adjetivações. As informações são bem distribuídas e termos econômicos são traduzidos de modo a tornarem-se acessíveis ao leitor. O texto é realista e imparcial, o que confere credibilidade ao veículo. O jornal não se pronunciou em alguns detalhes, nos quais outros veículos se contradisseram ou mostraram-se parciais. O jornal O Globo, por sua vez, noticiou as mudanças do BB no primeiro parágrafo seguidas de uma informação negativa sobre a instituição. Os dados mais importantes da notícia não estavam no lead da matéria. Dentre os veículos analisados, o jornal O Globo foi o que mais proporcionou riqueza de detalhes e entrevistas. A matéria desfavoreceu a notícia. A divulgação da CBN foi curta, simples e sem muitos detalhes. Parece ter sido pouco apurada, pois, em alguns pontos, entrou em discordância com quase todos os veículos analisados, em relação à quantia disponibilizada este ano e ao viés político. A rádio AM Nacional Brasília transmitiu a notícia com viés extremamente positivo pelo uso de palavras que causaram a impressão de que o BB fez grandiosidades.Informou que o banco tem 32 milhões de correntistas, citado pela rádio. O Globo refere-se a 29, 30 milhões. Informações foram repetidas durante a matéria para enfatizar os benefícios das mudanças e foram divulgados apenas dados positivos da instituição, sem informar qualquer possibilidade de riscos relacionados às ultimas decisões. Credita-se a parcialidade da rádio ao fato de ser pública, assim como o Banco do Brasil.
O telejornal Globo News pareceu irônico pelo uso de palavras no diminutivo e pela entonação da repórter. Foi o único veículo que afirmou o anúncio oficial da nova linha de crédito apenas no dia 28/05. A linguagem do telejornal é clara, simples e direta. Contudo, em alguns momentos a reportagem pareceu partidária. O telejornal Band News deu um tom negativo à notícia.. A tradução de termos econômicos trouxe fácil compreensão à notícia. Houve uma grande contradição política entre os veículos. Acredita-se que as diferenças políticas são por razões econômicas. O telejornal Globo News e CBN foram politicamente contra a instituição. As rádios, por questão de pressa em noticiar, acabaram em maiores contradições. Os veículos públicos e privados apresentam grandes diferenças de foco na notícia. Enquanto os veículos públicos favorecem a imagem do BB, alguns privados fazem questão de desvalorizar a notícia. O Estadão mostrou-se o jornal mais imparcial e responsável ao preferir omitir-se ao contradizer-se. As duas rádios analisadas foram os veículos de mais divergências técnicas e contradições políticas.

Marianna Stumm Domenici, Maraíza Oliveira, Myllie Muenzer e Rafael Mouad

Cultura na mídia

Os shows ocorridos na capital foram pauta para muitas matérias publicadas no Correio Braziliense desta semana. A apresentação da banda pop britânica Mc Fly foi motivo de reportagem no dia anterior ao show (26). O mesmo aconteceu com o show de Elba Ramalho. O Correio publicou uma matéria ampla sobre a cantora na última quinta-feira (28), e na sexta o evento foi descrito na matéria.

A Folha de São Paulo trata a editoria de Cultura como um lugar para a publicação de notícias de celebridades. As matérias falam de programas de TVs, filmes e músicas. Existe um setor específico para programação de eventos, mas também há os colunistas que fazem críticas a obras de literatura, cinema, pintores, entre outros. Já o outro jornal de SP, O Estado, aborda o lado cultural da cidade com mais detalhes, mas também trata das celebridades. A maioria dos destaques são os mesmos. Essa semana, por exemplo, o destaque foi para Susan Boyle - participante de um programa de cantores amadores, Gisele Bündchen - a modelo mais bem paga do mundo, e o cantor Michael Jackson.
Assim como a televisão, a rádio CBN possui quadros semanais de cultura que tratam de temas como arte, filmes, música, teatro, entre outros. Comentaristas como Marcos Petrucelli analisam diversos aspectos da cultura, tanto no Brasil quanto no mundo.

Os fatos que marcaram essa semana foram o prêmio do júri do festival de Cannes e as mortes do artista plástico Arcangelo Ianelli e a atriz Leina Krespi. Os programas são dinâmicos e atuais. “Sala de Música”, por exemplo, debate com o apresentador da CBN Total, estilos musicais que marcaram época, na faixa etária da maioria dos ouvintes.

Com relação à cultura em geral, a programação da rádio Jovem Pan foi bastante variada, apesar de as notícias serem sobretudo locais (São Paulo). As novidades anunciadas pela emissora não deixaram a desejar, já que livros, cinema e boa música são elementos fundamentais para o enriquecimento cultural. Houve, contudo, programas de conteúdo pobre. Um exemplo é o quadro que fala sobre a Televisão brasileira, com fofocas e notas sobre a disputa pela audiência entre as emissoras, que nada acrescentam aos ouvintes.


Na TV, os jornais locais abordam o tema em quadros específicos, formando assim uma agenda cultural. O DFTV, jornal local da Globo, o quadro Diversão e Arte mostra os principais eventos culturais do DF como dicas de shows, festas, exposições, peças de teatro e espetáculos de dança. Como nos telejornais da cidade o formato da agenda cultural e os eventos são semelhantes, o jornal Leitura Dinâmica do canal RedeTv traz tanto notícias dos artistas como a agenda cultural deles.

Ana Carla Oliveira, Gabriella Bontempo, Laís Braz, Marina Cardozo, Natália Melo

Crise, confrontos e esporte. Um aperitivo nos jornais sobre o mundo em que vivemos

Começa semana, termina semana e as notícias continuam girando em torno dos Estados Unidos. Do que o país norte americano gosta ou o que eles acham que outra nação pode ou não fazer. E nessa discussão sem fim, a informação dos veículos de comunicação é a mesma: os testes nucleares da Coréia do Norte.

Especula-se tanto, comenta-se demais sobre os manifestos de paz no mundo, sobre viver bem com outro país, mas isso ainda não chegou até a Coréia do Norte. Um país com mais de 22 milhões de habitantes e uma história difícil entre problemas econômicos e o socialismo não muito bem aplicado, deveria saber que para levantar a bandeira socialista tem que conviver bem em sociedade.

E até que ponto um país pode ou não sair por aí fazendo teste de mísseis nucleares? Sabemos que o planeta em que vivemos está passando por diversas mudanças, então, por favor, alguém avisa pra Coréia que ela não está sozinha e ninguém aqui quer sofrer as conseqüências de uma atitude impensada.

Estamos aqui fazendo o papel de advogado do diabo. Mas por que os países que têm bombas podem tê-las? Por que não acabam com seu arsenal de morte? Mas como? Existe uma maneira segura de acabar com essas armas? E o meio ambiente? Pior ainda... Já pensou se uma bomba dessas cai na mão do Hugo Cháves? Melhor nem pensar. É esse problema é mesmo uma bomba!

No meio dessa guerra de “super potências e armados” o presidente Barack Obama indica o novo embaixador dos EUA no Brasil. Será Thomas A. Shannon, responsável por assuntos do hemisfério norte no atual governo. Falando nisso o Brasil adiou a instalação do novo embaixador na Coréia do Norte devido a negociações com a comunidade internacional.

Mas saindo da linha de assuntos sérios e de grande impacto, Susan Boyle continua entre os holofotes internacionais. Ela está na final do programa “Britains Got Talent”, e diante de diversos elogios e suspiros dos jurados, uma pessoa não gostou do tom de voz da nova cantora escocesa. A cantora teen, Lily Allen, disse que Susan canta fora do tempo e que não é tudo isso que dizem. É cada um com seu cada um Dona Lily expert.

A notícia do mundo esportivo é o resultado da Fórmula 1 e a permanência da Ferrari na temporada de 2010. Isso sem falar da Liga dos Campeões que deu o título ao Barcelona e desperta nos times brasileiros, na semifinal da Copa Libertadores da América, uma pontinha de curiosidade em um provável confronto com o super jogador Messi.

E no relatório anual da Anistia Internacional um alerta chama a atenção do mundo para a crise em que estamos passando, que deixa de ser apenas econômica e passa a ser uma crise de direitos humanos "um barril de pólvora de desigualdade, injustiça e insegurança, que está a ponto de explodir”, agora é a hora de cada um lembrar o que os pais ensinaram quando ainda éramos crianças e ver o nosso amiguinho com outros olhos, o de solidariedade.

Gisele Fernandes, Julia Carricondo, Antônio Naves

Congresso em cena

Um escândalo atrás do outro. Este parece ser o lema do Congresso Nacional. Tanto a Câmara quanto o Senado estampam capas de revistas e manchetes de jornais. Semana após semana. Os assuntos são quase sempre os mesmos: corrupção, propina, irregularidade. A onda de denúncias parece não ter fim. Os parlamentares ora estão na artilharia, ora viram alvos dos seus opositores. Neste último caso, os inimigos vão além dos gabinetes, passam pela mídia e podem terminar na opinião pública. Por isso é preciso muita rapidez para negar, articular e sair dos holofotes.
Mas alguns protagonistas não se preocupam muito com este tipo de exibição. É o caso do senador Efraim Morais, do Democratas da Paraíba. Nos últimos anos, o parlamentar subiu inúmeras vezes à tribuna do Senado, não para defender o povo que o elegeu ou para sugerir melhorias para o país. O discurso do paraibano é para proteger o mandato. Os temas variam. Explicações sobre irregularidade em contratos do Senado, nepotismo, uso de automóveis oficiais por familiares, entre outras. Agora o roteiro da vez chama-se “funcionários fantasmas”.
Efraim Morais é acusado de ter contratado 52 servidores para o Senado na época em que era primeiro-secretário. Até aí tudo bem. O problema é que estes funcionários não exerciam funções internas no Congresso, eles trabalhavam como cabos eleitorais na Paraíba. O prejuízo aos cofres públicos só em salários ficou em torno de R$ 6,7 milhões. Esta revelação que trouxe o senador de volta ao estrelato foi feita pela Veja, na edição do dia 20 de maio.
Veículos de grande alcance como rádio e TV repercutiram as informações da revista, mas a cobertura não foi além de um resumo. Faltaram explicações sobre a vida do personagem. Quem é Efraim Morais? Quais os cargos que já ocupou? O que ele já fez para o seu estado, para o país? Quais os projetos apresentados? O mesmo ocorreu com os impressos. O Globo e Folha de São Paulo, por exemplo, nem ao menos fizeram um histórico das denúncias que pesam na carreira do senador. Há menos de um ano ele escapou de um processo de cassação por manter relações com lobista investigado pela Polícia Federal.
A exceção foi o Correio Braziliense que além de rememorar o passado, trouxe novas denúncias. O jornal mostrou que a tribuna do Senado não é o único palco usado pelo democrata para se defender. Ele também tem que se explicar na Justiça Federal paraibana, onde é acusado de invadir terras públicas. O parlamentar construiu parte da mansão da família numa área da União, em João Pessoa. Parte do imóvel, que vale em torno de R$ 1,5 milhão, foi construído em terras da Marinha.
Sem a atuação da mídia, dificilmente a população tomaria conhecimento desses fatos. Mas é preciso mais contextualização e análise no que é noticiado. A visibilidade, principalmente em casos em que a honestidade está sendo posta à prova, é fundamental para a democracia. O povo precisa saber como o dinheiro dos impostos está sendo gasto, com que tipo de atividade os políticos estão envolvidos, quais os interesses, as causas defendidas pelos seus representantes. A consciência ao votar depende disso.


Andrea Ribeiro, Luciana Magarão e Valquiria Lima

Criança morre atropelada em Taguatinga

O atropelamento de uma menina de cinco anos em Taguatinga Norte, no último sábado, causou revolta em muitas pessoas. O caso teve uma enorme repercussão e chocou os moradores do Distrito Federal.

O Correio Braziliense deu bastante ênfase à morte de Iasmim, contou detalhadamente o que aconteceu no dia do acidente, falou da alegria da menina na festa, ouviu os parentes da vítima e acompanhou todo caso. O Correio aproveitou para falar da quantidade de pessoas que morrem vítimas de atropelamento e relembrou a morte de outras crianças.

O Jornal de Brasília foi sensacionalista na abordagem, detalhando os sonhos da menina, a vida pessoal dela e da família para comover ainda mais os leitores. Obviamente, era um assunto relevante e revoltante, mas não precisava exagerar nos detalhes, a história já é chocante e triste o suficiente.

A rádio BandNews FM deu a notícia de forma simples, direta e acompanhou a revolta dos familiares de Iasmim.

O Band Cidade 1ª edição foi até o local do acidente, ouviu o delegado e fez uma matéria completa sobre o assunto. O DFTV também fez uma reportagem completa sobre o atropelamento e deu bastante ênfase no sofrimento dos familiares. A emissora pegou uma sonora com a mãe da criança em estado de desespero, mas não chegou a ser sensacionalista como o Jornal de Brasília.

Todos os veículos abordaram o assunto de forma bem completa e demonstraram revolta com o fato. Somente a BandNews foi imparcial na abordagem.

Daniela Garcia, Ellen Freitas, Roberto Maia e Thaís Werneck

Tá, a gripe. E daí?

Com 14 casos confirmados de gripe suína no Brasil, a mídia continua batendo na mesma tecla. A editoria de saúde transformou-se numa espécie de sistema de boletins sobre a gripe suína, nos quais o contador apenas sobe. Os jornais tentam mostrar a gravidade da situação, mas cheios de dedos, pois não querem incitar o pânico. Nem é preciso tanta cautela. A população já cansou de ouvir sobre a gripe suína. Ou é H1N1, ou influenza A? Mesmo mudando o nome, a notícia é a mesma, e já é velha.
Uma pandemia é sempre importante, claro, mas não é como se fosse a única coisa acontecendo. Por mais que o Ronaldo esteja abalando, por exemplo, o caderno de Esportes não vai imprimir a cara dele e o escudo do Corinthians em todas as páginas, vai? Não. Há outros times jogando também, se não igualmente importantes no momento, pelo menos influenciam a vida de alguém diretamente.
A cobertura da editoria de saúde parece não merecer muita atenção dos veículos impressos. Será que para eles, saúde é um assunto menos importante do que os outros?
Ou ficaram tão preocupados em falar sobre economia e futebol que se esqueceram das campanhas, epidemias e soluções encontradas para os problemas? Durante esta semana, nenhum assunto se segurou por mais de um dia, a não ser é claro, a gripe suína, que invadiu todas as editorias – Brasil, Mundo, Cidades, Cotidiano, Saúde, Política, e por aí vai.
Na segunda-feira o Correio Braziliense deu atenção à diminuição do índice da gravidez precoce, no dia seguinte tratou da campanha de vacinação da Hepatite C, enfatizando a importância para os idosos participarem. O Correio publicou também duas matérias sobre as imagens de advertência contra o fumo, as atividades antitabagismo do Hospital das Clínicas, a nova lei de cobertura de planos de saúde e os resultados da campanha de vacinação. Coberturas bastante completas, mas o leitor tinha que garimpar as informações em meio a mais matérias sobre a Gripe. A Folha de São Paulo fez uma cobertura sobre os mesmos assuntos durante toda semana, mas de forma mais sucinta, superficial, quase como notas.
A rede BandNews se destacou na saúde essa semana, e mencionou diversos casos locais e nacionais. A BandNews falou de várias coisas interessantes para o telespectador: a descoberta da ajuda do gás ozônio em amenizar a dor dos pacientes com reumatismo, a paralisação dos médicos de Recife, a negociação do governo na redução dos impostos e preços dos remédios, e mesmo um aparelho que avisa com 12 horas de antecedência quando um paciente vai ter um enfarto. Qualquer um desses assuntos poderia facilmente ser matéria do Jornal Nacional, mas não foi. Falta de assunto? Não. Preguiça.
A Rede Globo de Televisão limitou-se a mencionar a interdição da UTI Neonatal da Unicamp e os assuntos comentados em todos os veículos do país – procedimentos de planejamento familiar em planos de saúde, a pesquisa que fala da efetividade das imagens grotescas em caixas de cigarros e a internação do vice-presidente José Alencar. A Globo já se esquivou da necessidade de mais informações, ao dizer que o suposto tratamento experimental revolucionário usado em Alencar foi exclusivíssimo para 30 pessoas, e que não se sabe exatamente do que se trata.
O rádio, como uma obrigação, soltou inúmeros boletins sobre a tal da gripe. Essa mídia sagrada que alcança o público como nenhuma outra podia ser usada como uma importante ferramenta de conscientização e aprendizado, mas é desperdiçada. Os pais da estudante Gabriela, assassinada no próprio condomínio, decidiram doar os órgãos da filha porque viram uma matéria na TV. Casos como esse poderiam ser muito mais comuns se um interiorano ouvisse na Rádio AM uma matéria sobre a importância da vacinação ou de uma boa alimentação. Mas o público só tem como guia as matérias do Globo Repórter sobre a mesma ladainha de sempre sobre alimentação saudável. Numa sexta-feira à noite, é melhor sair de casa ou ver um filme no SBT.

Catarina Seligman, Kameni Kuhn e Roberta Machado

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Educação, interesse de quem?

Pautas sobre educação não tem espaço diário reservado nos veículos de comunicação do país; quando elas repercutem são apresentadas principalmente nos jornais impressos em cadernos como Brasil, Local, ou Especial. Assuntos como gripe suína, enchentes, indígenas, corrupção, caderneta de poupança e fusão de empresas automobilísticas foram os destaques da semana. Apesar disso, uma mudança divulgada pelo Ministério da Educação na grade curricular do Ensino Médio nas escolas públicas, que passará a ter 20% de disciplinas optativas, repercutiu pela relevância da inovação. Os jornais Estado de S. Paulo e Correio Braziliense abordaram o tema, dentro de vieses próprios. O Correio cedeu bastante espaço para pauta, com gráficos e imagens exemplificativas. Um artigo do doutor em Educação Paulo Nathanael Pereira de Souza destacou não só a necessidade de reforma no ensino, mas também a falta de interesse dos alunos ocasionada pelo descaso, de uma maneira geral, na Educação no Brasil. O espaço para opinião contribui para uma abordagem completa e culminou na prestação de serviço e esclarecimentos ao leitor. Por outro lado, o Estadão publicou textos basicamente informativos, mas de qualidade também notável. Diferente do que acontece, por exemplo, na internet, os jornais estudados foram além da repetição unilateral da notícia. Ainda dentro das discussões do Ensino Médio, os telejornais Jornal Nacional e Jornal da Band apresentaram notícias decorrentes do projeto de cotas universitárias destinadas a estudantes que venham a concluir o Ensino Médio em escolas públicas. A distância das abordagens foi grande. O Jornal Nacional priorizou os fatos do dia, como o adiamento da votação da proposta que cria cotas raciais e destina 50% das vagas a esse grupo. Foram ouvidas três fontes oficiais e apenas uma representante da sociedade civil. Já o Jornal da Band humanizou bastante a notícia: uma estudante foi personagem de destaque, ouviu-se também o padrasto dela e outros estudantes que deixaram a escola particular para serem beneficiados com pontos extras para o vestibular. Nesse aspecto o último telejornal saiu à frente, já que a população, principalmente de baixa renda, está saturada de notícias que tratam de novas legislações sem exemplificar. Personagens comuns em algumas matérias valem muito mais do que presidentes de comissões e outros representantes ‘oficiais’. As rádios CBN e Bandnews informaram a mudança proposta pelo MEC de tornar optativa 20% da grade curricular do Ensino Médio. Apesar de darem espaço ao tema, limitaram-se a fontes oficiais. Apenas a rádio CBN repercutiu o caso com um especialista em educação, na ocasião do anúncio da mudança. Não encontramos em nosso monitoramento algum aprofundamento sobre o assunto. Ao tratar de outros temas relacionados à Educação, as rádios limitaram-se à agenda jornalística.

Bruno Peres, Daniella Ribeiro e Érika Sayanne

domingo, 24 de maio de 2009

NADA DE GRIPE SUÍNA. NO BRASIL, QUEM MATA É A DENGUE

Mais um ano chega, mais um ano passa e a dengue, por incrível que pareça, continua causando vítimas no Brasil. Apesar da histeria mundial ter como foco a "temida" gripe suína - para tentar tirar os porquinhos da reta, rebatizada de gripe A - quem continua matando e causando milhares de vítimas é uma velha conhecida dos brasileiros: a dengue.
Os meios de comunicação têm retratado o assunto informando as conseqüências e o que tem sido feito para remediar a situação da doença no país. Para isso, utiliza dados comparativos como número de doentes e vítimas fatais. Entrevistas, artigos, notícias, notas, carta dos leitores são alguns dos canais utilizados para abordar o tema.
Dois casos foram noticiados em vários veículos de grande circulação. O primeiro, o caso do menino Kayo Vinicius Santos da Silva, 4 anos, morto com dengue hemorrágica após três diagnósticos diferentes. O segundo, o dado alarmante de que a dengue no Brasil mata seis vezes mais do que Organização Mundial de Saúde aceita.
Mesmo depois de um verão massificado pelos noticiários, os médicos ainda não conseguem diagnosticar uma doença como a dengue num ambiente totalmente infestado pelo mosquito. O despreparo de profissionais da saúde e da população com relação a prevenção e aos sintomas tem feito o número de mortos pelo doença ser infinitamente superior ao da Influenza A.
É Importante também difundir o dado de que a dengue mata muito acima do aceitável. Afinal, um país que se orgulha tanto de seus feitos econômicos e simplesmente não demonstra capacidade para conter um surto nos leva a refletir: será que estão dando importância ao que de fato importa?
Mas não é o só o governo o vilão desta história. Existe algo crônico em todas as matérias. Passada as chuvas, não há nada sobre a prevenção da doença nos jornais impresso, de rádio e de televisão e isso é algo que preocupa. Dá a impressão que as mídias apenas repercutem, quando deveriam contribuir reforçando a prevenção como forma de contenção do problema.
A forma como as notícias foram veiculadas na semana da análise em questão denota que a responsabilidade em conter a doença é apenas do governo, o que não é bem assim. Todo meio de comunicação sério tem por obrigação alertar a população e não apenas alarmar. A conscientização depende de informação e as mídias são o caminho mais eficaz para esta ação. Neste caso, prevenir é muito mais barato do que remediar. E isto, é muito mais fácil do que parece.

Andrea Ribeiro, Luciana Magarão e Valquíria Lima

sábado, 23 de maio de 2009

QUEM SE LIXA ACABOU LIXADO

A semana começou "quente, tanto para Edmar Moreira, quanto para o relator do caso, o deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS). O mesmo que disse se lixar para a opinião pública. Na segunda-feira, o deputado que "se lixa" foi destituído pelo Conselho de Ética da Câmara da relatoria do caso do deputado do castelo por quebra de decoro parlamentar.
No meio da semana, a mídia focou no adiamento do depoimento de Edmar Moreira para a semana seguinte no qual, o próprio deputado tentou, de forma frustrada, fazer com que as acusações feitas a seu respeito fossem arquivadas. O deputado do castelo "esperneou", esbravejou e até se emocionou tentando convencer a opinião pública, de que ele era um "bom samaritano". De repente, ele se importa mais com a opinião pública do que seu relator.
Diante das notícias dadas sobre Edmar Moreira, e agora, seu ex-relator, Sérgio Moraes, o rádio, diferente da mídia impressa e televisiva "meteu o pau" nos dois parlamentares. As críticas de cada comentarista era uma "bordoada" atrás da outra. Esta percepção não era apenas nas palavras, mas também pela entonação vocal de cada comentarista.

Rafael Mouad, Maraísa Oliveira, Marianna Domenici, Mylle Oliveira

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Obama e Schwarzenegger – juntos para o extermínio das emissões de gases

O temido vilão do meio ambiente planeja o que pode ser considerada sua tentativa de redenção com a Mãe Natureza. Barack Obama anunciou um audacioso plano de redução das emissões de poluentes dos carros norte-americanos, vide conversíveis e utilitários – consumidores ávidos do líquido fóssil –, até 2016. Este foi o ponto alto da semana dos desdobramentos midiáticos da imprensa verde. Em meio à agenda habitual, a repercussão da campanha de conscientização do xixi no banho entrou, literalmente, pelo ralo. O código florestal, assim como todo o campo político, aderiu à diplomacia e se permitiu esperar.

A estratégia de mister Obama foi abordada de forma superficial pelos principais telejornais brasileiros. No Jornal Nacional foi manchete pelo fator surpresa, mas, nada alarmante. Na TV dos bispos – o Jornal da Record –, por sua vez, o fato não causou grande alarde, sendo achatado, inclusive, pela denúncia de casos de pedofilia, envolvendo membros da igreja católica irlandesa, o que, para um meio de comunicação conhecidamente protestante, configura um tema irrefutável.

Nas ondas curtas e médias das AMs e FMs da vida, o caso gerou discussões. Os debates relacionados aos vieses políticos e econômicos proporcionaram coberturas mais aprofundadas. Pelo fato de a CBN dispor de uma postura comprometida com a ecologia, a estratagema do presidente pop star permeou as editorias de opinião, como nas colunas de Sérgio Abranches e Osvaldo Stella. A ágil BandNews deu apenas boletins, bem ao seu estilo: curtos e grossos, mas sem deixar de lado a dinâmica que lhe é exigida.

O embrulho do peixe de hoje, reaproveitou, ao longo da semana, informações das agências internacionais de notícias para desdobrar o acontecimento. A Folha de S. Paulo além de traduzir o release da Reuters, contextualizou o cenário que levou à decisão, citando ainda o apoio do governador da Califórnia e exterminador do futuro, Arnold Schwarzenegger. O Correio Braziliense não fugiu a essa regra, pois, não só “aportuguesou” a nota da agência, como reutilizou o conteúdo adicional do diário paulista.

Diego Gomes, Gerson Marlon, Guilherme Fontes e Wiliam Amorim

Morre, aos 61 anos, Zé Rodrix

O Brasil amanheceu de luto nesta sexta-feira ao receber a notícia da morte do talentoso, criativo e grande compositor Zé Rodrix. José Rodrigues Trindade nasceu no Rio de Janeiro na década de 40. Cantor, compositor, publicitário, multiinstrumentista e escritor, Zé Rodrix tornou-se conhecido em 1967, ao vencer um festival na TV Record junto com Edu Lobo, Marília Medalha e o Quarteto Novo. Em 1970, participou da banda Som Imaginário, montando em seguida um conjunto de rock rural com Sá e Guarabyra. Nas décadas de 1980 e 1990, resolveu tocar a música pela publicidade, mas em 2001 Sá, Rodrigues e Guarabyra voltaram a cantar.
A morte do cantor e compositor Zé Rodrix foi abordada com bastante ênfase por todos os veículos de comunicação. Ele estava em casa com a família, na noite desta quinta-feira, quando passou mal. Rodrix foi encaminhado às pressas para o Hospital das Clínicas, na capital paulista, mas não resistiu. Uma de suas composições mais famosas é a música “Soy latino americano”. O sucesso gravado por Elis Regina “Casa no campo” também é de sua autoria.
A rádio Band News divulgou de maneira bem abrangente a morte do cantor Zé Rodrix. Eles deram a notícia com bastante pesar, lembraram toda a trajetória dele e usaram a canção “Casa no campo” como trilha sonora. A CBN também falou da morte do cantor com propriedade. De manhã deram a notícia, falaram da carreira do artista e mais tarde noticiaram o velório, que aconteceria às cinco horas da tarde, mas acabou atrasando. A repórter da CBN entrou ao vivo dando as últimas notícias do velório.
No Jornal Hoje, foi feita uma matéria completa sobre o compositor. Abriram o VT com uma das músicas mais conhecidas: “Soy latino americano” e a reportagem foi repleta de sobe sons com as principais composições do artista, como: “Sobradinho” e “Casa no campo”. Contou um pouco da trajetória dele e de suas primeiras noções de música com o pai. Vimos somente um ponto negativo, quando a apresentadora Sandra Annemberg encerrou o VT com uma nota pé e disse com uma feição de felicidade: “Foi uma grande perda”.
A Folha de São Paulo e o G1 também abordaram a morte de Zé Rodrix de forma completa. Pela relevância do assunto, todos os veículos falaram de toda carreira, do velório e da família do compositor.

Daniela Garcia, Ellen Freitas, Roberto Maia e Thaís Werneck

BAIXOU A POEIRA

O caso de Adriano, atual jogador do Flamengo, ocupou o espaço do CBN Esporte Clube e comentários da rádio desde o dia 10 de abril. A CBN tratou o caso com cuidado, sem muito sensacionalismo. Dias depois, o jogador é contratado pelo Flamengo. A rádio CBN traz a notícia com os seguintes títulos: “Adriano está liberado para escolher seu destino”, “Flamengo vai precisar de tempo e paciência para aguardar preparação física de Adriano”, “Em sua chegada ao Flamengo, Adriano reconhece que tem dificuldades de conviver com a pressão”. A última vez que a CBN trouxe o assunto "Adriano" foi no último dia 19.
A rádio BandNews informou a volta do Adriano ao Flamengo de forma imparcial. A emissora se restringiu a informar a data de estréia do jogador e apresentou um breve histórico da trajetória dele em Milão. Contudo, os principais colunistas de esporte discutiram o assunto com maior aprofundamento e apresentaram diversas opiniões de ouvintes.

Durante as semanas anteriores, o nome de Adriano era visto não só em notícias esportivas como também pelas colunas de fofocas. Já nesta semana, a Folha de São Paulo, por exemplo, diminuiu consideravelmente a quantidade de matérias a seu respeito. O adiamento da estréia do jogador foi citado, embora as notícias fossem voltadas para o time como um todo, o Flamengo. Na última quinta, a Folha mencionou o jogador ao falar a respeito das possíveis convocações de Dunga para a seleção brasileira. Ainda sobre a seleção, a má forma de Adriano também foi motivo de alfinetadas.
O caso do jogador também repercutiu na TV. Pelo mesmo caminho de outros jogadores, como o Ronaldo, a notícia de que o Adriano faria parte do time do Flamengo também teve seu momento de explosão. Os jornais nacionais, tanto na Globo quanto na Record, trataram o assunto como um grande negócio, pois o personagem que antes dizia ter vontade de parar com a carreira, subitamente voltou já assinando um contrato com um time nacional. A dúvida logo surgiu: isso teria sido uma jogada de marketing? O jogador respondeu a essa pergunta em entrelinhas, mas a conclusão que pode ser feita é que o assunto está abaixando, perdendo a velocidade.

Ana Carla Oliveira, Gabriella Bontempo, Marina Cardozo, Laís Braz, Natália Melo

Os veículos de comunicação são imparciais na cobertura da visita de Lula à China

A visita do Presidente Lula a China, com propósito de reforçar alianças comerciais com o gigante asiático foi bastante divulgada pela Rede Globo. A emissora fez uma cobertura muito completa abordando vários aspectos da ida do presidente ao país.
Entre os fatos que receberam maior destaque foram as negociações com relação a substituição do dólar nas transações comerciais entre os dois países. Comentou de forma rica e aprofundada as discussões resultantes da viagem, como por exemplo, o empréstimo que a Petrobrás conseguiu do China Development Bank (CDB).
A Rede Bandeirante também fez uma cobertura ampliada, mas não tão rica em detalhes e especificidades como a Rede Globo. Aparentemente a Band se mostrou imparcial ao trabalhar os fatos.
A notícia que foi destaque durante toda a semana nos principais jornais de ambas as emissoras, foi tratado pela Band apenas noticiando os acontecimentos e não fez análises críticas econômicas como a concorrente.
A visita do presidente à China teve destaque no Correio Braziliense a partir da segunda-feira, dia 18, desta semana. A notícia foi uma das três grandes matérias que o jornal divulgou. A pesar de não estar na primeira página do caderno “mundo” do jornal, ocupou uma página inteira e foi escrita por uma repórter do Correio, diferente de muitas notícias internacionais que são enviadas por agência de notícias.
A matéria pré-encontro do Correio descreve os assuntos que seriam tratados pelos presidentes da China e do Brasil. E ainda analisa a possibilidade de parcerias no mercado entre os dois países. Fundamentando a notícia com personagens importantes e reconhecidos no meio da política internacional.
O jornal de Brasília começou a divulgar a notícia a partir da terça-feira quando o presidente já estava lá, logo não houve uma explicação pré-evento descrevendo os acordos que Lula iria tratar com o presidente da China. A notícia, do dia 19, teve grande destaque na primeira página do caderno internacional e mencionou como certo um acordo bilionário entre os países, vangloriando o presidente Lula pelas suas conquistas. No segundo dia de repercussão do Correio, a matéria, de agência de notícia, não destaca o alto valor do contrato que segundo o jornal ainda não havia sido fechado entre os dois países. A cobertura trata do acordo como sendo algo previsto e destaca a falta de êxito do presidente na celebração de contrato de exportação de carnes suína e bovina para a China.
No ultimo dia do presidente Lula no país, o assunto foi abordado pelos dois jornais. Pelo Jornal de Brasília mais detalhadamente do que pelo Correio. No primeiro, a notícia ocupou as duas primeiras páginas do caderno internacional, falando separadamente de cada acordo feito pelos presidentes. Já no segundo, o assunto não teve tanto destaque. A matéria, de meia página, conta do acordo bilionário da Petrobrás, noticiado no dia anterior pelo Jornal de Brasília.
Em sua cobertura, a rádio CBN focou as relações entre o Brasil e a China. A viagem do presidente teve como intenção expandir a economia brasileira, oferecendo parcerias entre empresas chinesas e brasileiras, visto que a viagem contou com a participação de 412 empresários.A rádio explorou em sua cobertura prós e contras da comitiva presidencial de uma maneira crítica, quando falou que a China poderia agir de uma forma imperialista em aspectos econômicos. Mas, de uma maneira geral, não foi um cobertura tendenciosa, sendo apenas, imparcial.

Carolina Dutra, Fábio Marques, Fernando Naves, Guilherme Guedes, Rafael Braga

O Enem na mídia brasileira

Até esta sexta-feira (22/05) aproximadamente 35 das 55 universidades federais afirmaram que vão substituir o vestibular pelo Enem, ainda este ano, para todas as vagas que oferecem ou para parte delas. A mídia tem acompanhado a discussão em relação ao Enem há mais de duas semanas quando foi anunciada tal proposta pelo ministro da Educação.

A Folha de S. Paulo, Jornal Nacional, Jornal da Record, Band News e CBN ficaram muito presos ao factual, noticiando apenas as novidades ao longo da discussão, mostrando os diversos pontos de vista sobre a substituição do vestibular pelo Enem. No entanto, vale destacar a cobertura dada pelo jornal O Globo.

Com uma visão muito próxima do esperado pelo Ministério, O Globo foi o veículo que cedeu mais espaço para o assunto e foi mais enfático do que seus concorrentes, valorizando a iniciativa do MEC, sem deixar de “cutucar” o ministro. Em três editoriais publicados durante duas semanas, o jornal sinaliza que o MEC estava dando muita importância a assuntos que não representavam o maior problema da educação no Brasil, mas “agora parece estar no caminho correto”.

Na semana de 18 a 22 de maio, não houve notícias do Enem na Band News, nem no Jornal Nacional. O assunto só foi noticiado no começo do mês, mas faltou cobertura posterior. Mais uma vez a educação não foi tratada como prioridade, até porque não é um assunto sensacionalista que é o que tem atraído a mídia brasileira. Poderia se pensar que a notícia iria durar um pouco mais, mas não. Parou na semana anterior mesmo.

Ao comparar o estilo de cobertura entre a Band News e o Jornal Nacional, ficou claro que o Jornal Nacional deu muito mais destaque, apresentando entrevistas e detalhando as mudanças. Já a cobertura da Band News foi quase como uma simples "nota", sem-aprofundamento, apesar da relevância da notícia.

A CBN abordou o assunto nas primeiras semanas de maio, inclusive entrevistou o Ministro da Educação, Fernando Haddad. Na matéria, ele compara e explica o novo Enem. Nas semanas seguintes a cobertura foi caindo gradativamente, praticamente não deu mais importância ao assunto.

Abordagem diferenciada

Ao contrário dos noticiários de televisão, na internet foi possível encontrar reportagens sobre o Enem esta semana, o que mostra como a web é “faminta”por informações, pois o espaço é maior (não tem limite de tempo e pode ser atualizada à cada minuto) e mais acessível, pois as pessoas vêem as notícias quando querem. Na internet a notícia é muito atual, é mais difícil cair a pauta.
Nos sites Globo. com (G1) e Terra o assunto foi abordado nos dias 20 e 21, com a seguinte temática:

Nos dia 20 e 21 de maio, tanto o Terra quanto o G1, divulgaram que as universidades deveriam adotar o Enem como forma de substituição ao vestibular e quando as provas já estariam adaptadas ao novo modelo do Enem.

Decorrente das constatações feitas nos veículos de comunicação analisados, tanto internet e radio, quanto jornais impresso e televiso, foi nítida a conclusão de que não houve muito interesse pelo assunto. A maioria dos veículos abordou durante os primeiros 15 dias de maio o assunto de forma mais completa. Mas, depois, foi perdendo espaço em quase todas as mídias, com exceção da internet que foi a única a dar continuidade ao assunto na semana de 18 a 22 de maio.

Cláudia Pinheiro, Lucas Tolentino, José Jance, Liana Rabêlo e Tamara Barreto

Fusão de empresas do setor alimentício gera polêmica

Gigantes de peso do setor alimentício brasileiro, Sadia e Perdigão, uniram-se essa semana. A pergunta que não parou de ser feita por todos os veículos de notícias é “até quando essa fusão vai beneficiar ou prejudicar o consumidor?” As respostas foram diversas, vários especialistas da economia palpitam, mas um veredicto é certo: o consumidor vai sair perdendo.
A Band News anunciou desde a semana passada sobre a fusão dessas duas grandes marcas e a fundação da Brazil Foods. A rádio recorreu a vários especialistas e essa semana não foi diferente, sempre com enfoque à informação, mas dessa vez, ela foi mais especulativa com o assunto. Entrevistado pela radio o ex- presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, Ruy Coutinho, considera que a junção dará mais poder de fogo as duas empresas. O comentarista da rádio, Marcelo Moura que também é especialista do Instituto de Ensino e Pesquisa, comenta sobre o aumento da exportação de carnes brasileiras e de futuras demissões. Para os demais especialistas e comentaristas os preços dos produtos das marcas não sofrerão alteração imediata e a princípio os mais prejudicados serão os pequenos fornecedores.
Os telejornais: Jornal Hoje, DF Record e SBT Brasília pautaram a fusão entre Sadia e Perdigão. A nova empresa se chamará Brazil Foods. E já nasce com uma receita de R$ 22 bilhões. A companhia deverá ser a maior exportadora de carne processada do mundo. O assunto vinha sendo pautado na mídia, mas somente na terça-feira (19), ganhou repercussão e no decorrer da semana foi divulgado o andamento da fusão e o seu impacto na economia nacional. Além da propaganda da empresa, foi veiculado o anuncio em todos os canais televisivos.
Na visão da rádio CBN a criação da Brazil Foods, que foi concretizada depois de três meses de negociação, é vista como um negócio normal. Apenas chamando atenção para um perigo de concentração no mercado. Mas, as empresas alegam que a concentração não é tão grande como a imprensa vem divulgando. As empresas observam que só irão fazer a integração somente após o veredicto do Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica. No que a CBN visualiza como uma atitude correta das empresas. As mesmas alegam também, o que é um ponto positivo, que não haverá demissão de funcionários.
Os jornais A Folha de São Paulo e O Globo também divulgaram a fusão entre Sadia e Perdigão e a criação da Brazil Foods, com forte poder de mercado em carnes, margarinas e também na compra de grãos. O negócio é visto como um dos maiores desafios já enfrentados pelas empresas, segundo os dois veículos. O novo empreendimento vai envolver diversos mercados no setor de alimentos, o que aumenta a complexidade da análise da operação. Porém, quando confirmada a fusão, haverá intervenção do Cade para analisar o caso, como publicou O Globo. Contudo, a fusão dará à Brazil Foods uma força econômica que impressiona, pois terá quase 33% do abate nacional de aves e 31% do de suínos. No varejo, sua força atingirá 65% no mercado de margarinas, 57% em industrializados de carnes, 68,3% em pizzas e 88% em massas prontas.
O processo de fusão será julgado pelos órgãos de defesa da concorrência até o fim deste ano. O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Antonio Silveira, destacou que, mesmo antes do início da formalização do processo para julgamento sobre concentração de mercado, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) já está fazendo estudos prévios sobre a legalidade da fusão.

Emanuelle Costa, Eris Divino Dias, Reginaldo Rodrigues, Thais Cristina Costa

Polícia: ela está por todos os lados

A violência certamente ocupa o topo das questões sociais mais cobradas pelos brasileiros. Mediante isso, é constante e intensivo o olhar da mídia para as questões de polícia. Tiroteios, apreensão de drogas, assassinatos, corrupção, bala perdida, desaparecimento, julgamentos e até a prisão de um maníaco que castrava crianças em rituais religiosos, fizeram parte dos noticiários na mídia brasileira desta semana.

Os objetos analisados foram as rádios CBN e Bandnews, as TVs Globo, Record e Bandeirantes e os impressos Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. Todos os veículos de comunicação estudados dão ênfase à editoria, por ser um assunto polêmico que ganha atenção do público, e conseqüentemente audiência e venda.

Para o grupo, as matérias veiculadas na TV têm maior repercussão. Emissoras como Record e Bandeirantes discutem amplamente esse assunto em programas como o “Brasil Urgente”, com o apresentador José Luiz Datena. Esta semana a polícia esteve presente em vários telejornais. A Globo deu destaque tanto em programas locais quanto nos nacionais. O mandado de prisão ao empresário Nenê Constantino, acusado de mandar matar o líder comunitário Márcio Leonardo Brito em 2001, foi notícia na emissora.

No caso dos impressos, os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo divulgaram notícias voltadas à polícia em quase todas as edições. As reportagens são geralmente para informar a atuação das polícias – civil, militar e federal – em investigações ou crimes simples. Nota-se que, quando se trata da PF os dois veículos usam chamadas de capa para instigar os leitores. Nesta semana, por exemplo, a prisão de pedófilos feita em 21 estados brasileiros, foi publicada em meia página do Estadão e repercutida no outro dia pelo periódico. A ação internacional da polícia italiana, com a prisão de um foragido há 27 anos, a apreensão de estrangeiros no tráfico de drogas e combate aos crimes locais em São Paulo são pautas indispensáveis para os periódicos, mesmo que seja por notas curtas.

Nas rádios a cobertura é rica e há espaço para desdobramentos, debates com ouvintes e alto poder de repercussão, pelo fácil acesso ao veículo. Dentre as inúmeras pautas de polícia, a rádio CBN priorizou acontecimentos no eixo Rio-São Paulo, como uma operação policial em favelas cariocas e o assassinato de uma universitária em Santos. A Bandnews destacou-se por repercutir o crime cometido pelo ex-jogador de futebol Janken Ferraz Evangelista, acusado de matar a esposa. A Band fez memória também do caso do desaparecimento da engenheira paulista Patrícia Franco.

Os meios de comunicação analisados deram poucas matérias em comum, talvez pelo excesso de pautas dessa editoria, que são sempre banalizadas por se tratar de um grave problema social já comum ao repórter e ao ouvinte. A conclusão final é que a TV, por ter destaque regional e nacional leva informações completas. Já outros veículos priorizam os acontecimentos locais das principais metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo.

Erika Sayanne Braz, Talita Maravieski, Bruno Henrique e Daniella Ribeiro

A misteriosa miopatia da ministra

No último dia 27 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou pela primeira vez em público a batalha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, com um câncer linfático e reafirmou: ”Dilma é minha candidata”. A ministra, que antes já tinha cada passo vigiado, virou o maior alvo da imprensa. Afinal, a sucessora de Lula passando por um tratamento médico, é um prato cheio. Na madrugada de terça-feira desta semana, dia 19 de maio, Dilma sentiu fortes dores nas pernas por causa do tratamento quimioterápico ao qual está sendo submetida, e por isso foi levada em um jato-ambulância para o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

O jornal Correio Braziliense publicou boletins diários durante toda a semana sobre o quadro clínico e sobre a futura candidatura de Dilma. As matérias foram bem completas e claras a respeito do câncer. Além das publicações, Dilma conseguiu chamar a atenção em notas diárias feitas por políticos sobre o estado de saúde dela. O jornal Folha de São Paulo fez uma cobertura ainda mais completa sobre a doença da ministra. Tão completa que conseguiu fazer com que muitos políticos comentassem sobre ela, em vários dias da semana. Na quinta- feira, por exemplo, o nome de Dilma, saiu em oito, isso mesmo, oito matérias do jornal. Uma excelente cobertura, que tirou as dúvidas dos leitores sobre a saúde da ministra.

A Rádio Band News FM fez uma cobertura clara e competente sobre a internação de Dilma. Na primeira nota, explicaram que a ministra havia sido diagnosticada com miopatia, mal muito comum aos pacientes de câncer, e que Dilma poderia seguir normalmente sua vida política. Em outra nota publicada, a rádio divulgou que a ministra recebeu alta, e concedeu uma entrevista com muita simpatia aos repórteres. A Rádio CBN fez uma cobertura mais detalhada, mas nem por isso com mais informações. Eram divulgados boletins freqüentes, falando da internação, que todos aguardavam o boletim médico, que o estado de saúde da ministra era estável. Na disputa acirrada por mais novidades, chegaram a divulgar o mesmo boletim em horários diferentes. Em um dos boletins, a rádio chegou a levantar a hipótese de que a ministra deveria se afastar temporariamente do governo por causa do tratamento.

Quem assistiu ao Jornal da Globo de segunda-feira viu uma série de boletins, disparados ao longo do programa, tentando dar informações sobre o estado de saúde de Dilma Rousseff. A cada bloco as notícias eram interrompidas apenas para avisar que ela ainda não havia chegado ao hospital Sírio-Libanês no jato-ambulância. Roberto Kovalick fez um link direto da China por telefone para dizer como o presidente Lula reagiu à notícia, e tentou disfarçar a falta de novidades falando da relação comercial entre os países. Logo de início, as únicas informações que a imprensa tinha eram que a ministra poderia ter miopatia - dores nas pernas causadas pela quimioterapia. Mas, enquanto os médicos não achavam nada de errado com a ministra, a Globo e a Band não desistiam. Imagens dos boletins médicos, que davam negativo a cada exame, a informação de que Dilma havia chegado de madrugada em uma cadeira de rodas, muitos infográficos explicando detalhadamente como a doença e o tratamento afetavam o corpo da política, a suspeita de trombose, isso tudo levou a um raciocínio do qual a mídia não abre mão: Lula poderia concorrer a um terceiro mandato se a saúde de Dilma não a permitisse fazê-lo? Afinal, seria essa uma discussão válida, quando a mulher ainda estava ali, fazendo exames?
Fosse a falta de assunto na semana, fosse a fixação dos jornalistas por Dilma, era visível um enxame de repórteres em frente ao hospital Sírio-Libanês, todos dizendo a mesma coisa – ainda não encontraram nada de errado. Todo o clima de tensão foi quebrado quando Dilma saiu sorridente do hospital, um dia antes do previsto, fazendo piadas da própria situação: “infelizmente não emagreci, e estou usando uma peruquinha básica, como vocês podem notar”.

Catarina Seligman, Kameni Kuhn e Roberta Machado.

A rotina brasiliense não muda. Só as temperaturas

A semana passa e Brasília continua sempre com o mesmo clima pesado da cidade parlamentar brasileira corrupta. Mas uma notícia boa aparece estampada na capa do Correio Braziliense: a regularização dos condomínios foi aprovada e já é possível ter o ressarcimento do dinheiro das multas.

São medidas de grande cobertura da mídia, mas que não deixam de ser obrigação de quem foi escolhido pelo povo para governar e fazer alguma coisa. Outro destaque é o número de pessoas pegas nas “blitze” pelo Distrito Federal. Só essa semana foram mais de 100 pessoas dirigindo sob o efeito do álcool, que não temem perder a carteira de motorista, o carro ou a vida.

A questão é, como se pode exigir do cidadão que ele cumpra com a lei se o deputado estadual do Paraná, Fernando Ribas, não segue o que foi aprovado pelos seus colegas parlamentares de todas as esferas de poder? Sem falar nos que possuem cargo de mais alto escalão e se manifestam pouco sobre a punição correta para um caso desses.

E a rotina dos brasilienses parece continuar com os vândalos pichando as quadras do Plano Piloto - destaque na capa do Jornal de Brasília- e o trânsito sem fim. Antes a cidade era planejada, com todas as obras de arte elaboradas por Oscar Niemeyer. Agora o crescimento acelerado e desgovernado da periferia e a abertura de novos setores habitacionais abrem espaço apenas para veículos parados em meio às ruas largas e o atraso no trabalho.

Essa realidade é estampada todos os dias nos jornais, rádios e TV. Um bom exemplo é o programa diário “Radar DF”, da emissora Rede Globo, que todas as manhãs informa o quanto a Via Estrutural está engarrafada, a descida de Sobradinho e a EPIA, sempre em obras, entre outros problemas.

Uma novidade no cenário da cidade dos sonhos de Dom Bosco, é a quantidade de espetáculos, shows e festas que tem acontecido ultimamente. Só da semana passada até hoje o público pode curtir MPB, Samba, Rock e o som que agrade mais aos ouvidos. Por aqui passaram Caetano Veloso, Black Sabbath, Exaltasamba, Zé Ramalho, Alceu Valença, Aviões do Forró, entre outros. A expectativa agora é para o show inédito da banda mineira Skank e dos ingleses do Mc Fly, sendo assim uma forma de acabar com as noites de sábado em barzinhos sem ver nada diferente.

Entre essas notícias boas e algumas que não assustam mais, está a chegada do frio. Os termômetros da cidade marcaram 12,9º na madrugada dessa quinta-feira, uma mudança geral no guarda-roupa, que não esconderá mais os casacos no fundo da gaveta e dará um ar europeu a cidade brasileira com dois céus, o gramado verde na primavera e o céu azul do verão.

Gisele Fernandes, Julia Carricondo, Antônio Naves

segunda-feira, 18 de maio de 2009

CELEBRIDADES INSTANTÂNEAS NA MÍDIA

A vida da ex-sister Priscila Pires, é acompanhada de longe, muito longe, pela grande mídia brasileira. Participante da versão 9 do BBB, a modelo e também jornalista está ficando longe dos holofotes.
O Globo impresso é do mesmo grupo da TV Globo, que firma contrato com essas celebridades meteóricas, mas também não deu nenhuma nota sobre o assunto. Assim como a Folha de S. Paulo, o Globo só deu uma notinha sobre a sister no online. A única nota que saiu durante o período da análise foi no dia 10 de maio, no Plantão, onde por meio da assessoria Priscila informa que não assinou com a revista Playboy.
Já a coluna Ilustrada da Folha online demonstra preocupação em acompanhar o desenrolar da história dada na notinha do Plantão Globo e esclarece:
A nota acima mais parece uma propaganda para vender as revistas Playboy e Vip do que qualquer outra coisa. O fundamento jornalístico não está presente em veículos que se propõe a promover a popularidade artística. O que nem é o caso da moça.
Nos jornais impressos não saiu nada, nem sobre a Priscila, alvo da pesquisa, nem sobre celebridades instantâneas produzidas pelos realities shows.
Nos impressos, celebridades relâmpagos que já estiveram no foco das mídias voltadas para esse tipo de notícia têm prazo de validade nos grandes meios de comunicação.
A visibilidade que os vencedores e destaques de programas como o do Big Brothers Brasil, Casa dos Artistas e Fama estampam é de no máximo seis meses. Acreditamos que esse tempo seja devido ao cumprimento de contrato fechado pela emissora que promove o programa com os participantes. Depois disso o sumiço e o esquecimento são inevitáveis.
Jornais televisivos, como o da Band e o Jornal Nacional, da Rede Globo não colocaram na pauta nenhuma personalidade artística. Normalmente esses veículos noticiam celebridades apenas se há acontecimentos como morte, doença, escândalo ou destaque diferenciado conseguido por prêmios. Outra forma de noticiar famosos nesses jornais é pela divulgação de suas obras.
A escolha dos programas das rádios CBN e BandNews voltados na maior parte do tempo para assuntos políticos e HardNews prejudicou a análise do tema dessa semana que está presente na maior parte do tempo em sites e revistas de fofocas.
Concluindo, não é possível analisar conteúdo das matérias a respeito de celebridades relâmpagos. Além dessas notícias não estarem presentes nos principais veículos do país, têm data marcada para começar e terminar.

Andrea Ribeiro, Luciana Magarão e Valquíria Lima

sexta-feira, 15 de maio de 2009

RONALDO EM FOCO

Tanto a mídia impressa, televisiva e rádio, focaram no atacante Ronaldo como craque do Corinthians, e também destaque do Campeonato Paulista de 2009. Exploraram o fato de que após ficar um ano e cinco meses fora dos campos por ter sofrido uma contusão no joelho, o jogador “deu a volta por cima”, voltou a jogar futebol e mesmo após muitas críticas, mostrou sua superioridade sobre os outros jogadores em fazer gols e comandar o time a cada jogo.
Na mesma semana ao ser destaque do Campeonato Paulista, recebeu o título de “craque do campeonato” pela Federação Paulista de Futebol, o que chamou atenção de todas as mídias, tanto no Brasil, e por todo o mundo.
Ele foi destaque também pela Copa do Brasil, no meio da semana, ao ter marcado dois gols e, novamente, o maior responsável pelo bom desempenho do clube e também da classificação do time para a próxima fase do campeonato.
Os jornais deram destaque sobre o técnico da seleção brasileira, Dunga, ir pessoalmente conferir o inesperado e surpreendente desempenho do jogador dentro dos gramados. E não só ele, mas também os torcedores, desde a volta do atacante aos gramados, vêm lotando as arquibancadas.
Outro destaque divulgado foi o protagonista do filme Wolverine, estrelado pelo ator Hugh Jackman, ter ido ao treino do Corinthians para ter um encontro fora dos holofotes e microfones com Ronaldo, e ter recebido uma camisa do “Fenômeno”.

Após ter sido desacreditado, criticado e até motivo de “chacota” pela mídia, pelas pessoas e até pelos próprios amantes do futebol, a volta de Ronaldo aos gramados deixou o “mundo de boca aberta” ao retornar em melhor estilo.
Melhor, porque sua média de gols é superior ao ser comparada a anos anteriores, em sua melhor fase. Sem dúvidas, a mídia não hesitaria em focar suas lentes, câmeras e microfones em Ronaldo. Não por ele ter voltado ao futebol, mas a forma em que ele superou todas as dificuldades pessoais e mesmo, as colocadas sobre ele. O que ele fez, e está fazendo, é calar a boca de muita gente e da própria mídia, não com palavras, mas no melhor estilo, com lances e gols de craque.

Rafael Mouad, Marianna Domecini, Maraíza de Oliveira, Myllie de Oliveira

Senado mais uma vez palco de uma grande história

Política sempre produz matérias de grande repercussão na impressa brasileira. Essa semana não foi diferente. O Senado mais uma vez foi o protagonista de uma história que vem sendo adiada há tempo – o freio nas irregularidades.
A Band News aborda o assunto parcialmente sem mostrar uma posição opinativa, sempre dando foco nos envolvidos no assunto. Como a perda de aposentadoria, a mudança de cargo e o salário que vai manter o mesmo.
A rádio deu pouca repercussão, apenas uma nota ou uma abordagem rápida. Mas sempre mantém o ouvinte atualizado e bem informado.
Na rádio CBN informa em tom crítico que depois do castelo na Câmara há agora um castelo de diretores, e, alguns com função para lá de duvidosa no Senado. Colocam também que a cada noticiário aumentava o número de diretores. Começou com 118 e descobriu-se na ultima contagem que eram na verdade um total de 181. Cem a mais do que o número de senadores. Afirmando que isto é muito ruim para a democracia. E, diz que há uma linha de pensamento que coloca em dúvida a existência de senados em todo mundo. Sendo que, o representante do povo é a Câmara dos Deputados. E deixam um questionamento no ar: seria realmente necessária a existência de três senadores para cada unidade da federação para manter o equilíbrio.
Nas matérias publicadas nos jornais Folha de São Paulo e O Globo, sempre é defendida a idéia de uma nova proposta de reforma administrativa do Senado, proposta pela FGV. Essas secretarias serão transformadas em departamentos. Segundo a FSP, os secretários perdem o status de diretor, mas continuam recebendo como antes. Não há corte de salários. A FGV estima que as mudanças garantam uma economia estimada em R$ 650 mil mensais. O orçamento do Senado para 2009 é de R$ 2,7 bilhões.
O jornal O Globo também traz a proposta de mudanças feitas pela FGV e denunciam mais detalhadamente o escândalo de valores pagos pelos cofres públicos aos cargos “criados” para benefícios dos afiliados de senadores e revela em primeira mão as novas informações. Na mesma tarde em que saiu a divulgação na imprensa de que havia 136 secretários para 81 senadores, veio a verdade dos fatos: são 181. Para 81 senadores. “Que tal? Mais de dois diretores por senador’, publicou o Globo.
O assunto esta sendo abordado pelos veículos analisados de forma coerente a fim de esclarecer e informa o receptor, alguns como os impressos parecem defender um ponto de vista tomando uma posição sobre o assunto e esquecendo a imparcialidade.

Emanuelle Costa da Rocha, Eris Divino, Reginaldo Rodrigues

Queremos diversão e arte

Como podemos fazer o povo se interessar mais pela cultura se a mídia fala pouco sobre o assunto? Nossos jornais até dão algum espaço para shows internacionais, peças e filmes com atores “globais”. Praticamente só isso. O bombardeio maçante de notícias “bizarras”, exageradas e às vezes, até abusivas para a paciência do povo brasileiro, interessam mais. “O circo e pão” existe entre os políticos. E a imprensa, sempre tão correta e justiceira, mais uma vez peca por olhar apenas para o próprio umbigo.

Nas rádios o espaço é menor ainda, tirando a agenda cultural, há pouca informação. O que de diferente o público encontra na televisão? No jornal impresso a mesma coisa acontece. É claro que o público gosta de se interar da programação do fim de semana, sobre os bastidores de alguns eventos e fofocas de celebridades. Mas cultura não é só isso.

Um exemplo que ilustra muito bem o pensamento acima foi que na semana passada, vimos várias matérias sobre o conjunto Heaven & Hell, banda originada do Black Sabbath. O grupo apresentou o show The Devil You Now, no dia 13 de maio no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, por isso a banda foi destaque na programação local. E não podemos esquecer que na mesma semana, vários outros eventos estavam acontecendo na cidade.
Já os jornais de circulação nacional deram mais ênfase aos shows que a banda Oasis fez no Brasil agora em maio. O grupo iniciou uma turnê mundial com o CD “Did out your soul” e as apresentações foram em diversas cidades, entre elas: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre.
Porém, as notícias sobre a turnê da banda só renderam mesmo quando o guitarrista, Noel Gallagher, criticou a estrutura dos shows no Brasil. Isso sim foi importante. Como não noticiar mais uma reclamação sobre o estilo das produções nacionais? Ou seria apenas mais um ar de “estrelismo” de uma pessoa famosa? Depois como não noticiar, e muito, as desculpas do mesmo? Espera um pouco...Como assim isso foi o mais importante? Acredite, a maioria da imprensa pensa que sim.
Falando em imprensa, ela não dá muito destaque para a cultura. Por que? Será que imagina que o público não se interessa? Eis a resposta: Nós nos interessamos sim, gostamos sim. Mas uma matéria sobre a gripe suína vende mais do que uma boa reportagem sobre MPB. É verdade, podem acreditar.
Será que o problema está no desinteresse dos “artistas e arteiros” de plantão em divulgarem seus trabalhos? Ou será que a porcaria do anunciante não se interessa por programas culturais? Talvez um pouco dos dois. Mas a realidade é que o público que está se formando agora gosta muito de saber sobre os artistas da cidade, debates, manifestações culturais e coisas ligadas à arte.
Por fim, o que podemos concluir é que mesmo com toda a força que representam as bandas, citadas acima, o espaço para a discussão e exposição sobre assuntos dirigidos a cultura ainda é muito pequeno. Vimos mais ou menos na televisão, pouco lemos nos jornais e quase não ouvimos nos rádios a notícia sobre a primeira brasileira a comandar um espetáculo no circo Cirque du Soleil. Deborah Colker dirige, sabia? Isso sem falar da compositora pernambucana, Lulina, que vai escrever músicas com a ajuda de fãs, amigos e parentes no projeto de 13 meses, 13 músicas, um álbum e todos os compositores do mundo.
A alternativa para quem busca um pouco mais sobre o mundo das artes e suas desenvolturas é acessar sites de entretenimento, que além de fofocas de artistas, contam sobre os projetos das bandas, as novas peças e sinopse de filmes. Mas quem não tem esse artifício tecnológico, precisa de paciência para buscar um tablóide na banca de revista.

Julia Maria Carricondo, Gisele Fernandes, Antônio Naves

Adriano mais perto da estréia no Flamengo

Depois de ter saído do time italiano e ter enfrentado vários problemas, Adriano agora aguarda sua estréia no Flamengo. Os resultados dos exames do jogador foram decisivos para a confirmação do seu primeiro jogo no time carioca no próximo dia 30. Esse assunto entrou em pauta hoje, mas não chamou a atenção de toda a imprensa. Somente o jornal impresso deu ênfase para o assunto.
A matéria do Jornal de Brasília ficou mais completa do que a do Correio Braziliense. O Jornal de Brasília detalha todos os exames feitos por Adriano: exames de sangue, cardiorrespiratório, oftalmológico, otorrino, nutricional e os que ainda faltam ser feitos como o lactato (para saber como será a intensidade dos treinamentos) e o isocinético (força muscular). O Correio ficou mais focado na volta do Adriano ao campo e contextualizou melhor, citou o empate em 0 x 0 do Flamengo com o Internacional e a vontade dos torcedores e dirigentes de antecipar a inclusão de Adriano no grupo que decide a vaga na semifinal, na próxima quarta-feira. Faltou um link direcionando para a última polêmica de Adriano, que abandonou um contrato milionário na Itália para voltar ao Brasil.
No programa Globo Esporte, da rede Globo, não houve nenhuma ênfase na notícia. Uma matéria teve sua abertura com imagens do jogador Adriano, mas em nenhum momento foi referido que ele fez exames. O foco da matéria era na Copa do Brasil e não em sua volta ao país ou seu desempenho. Já o jornal de esportes da rede Record nem sequer tocou no assunto.
A rádio Band News FM e CBN não deram a notícia. A CBN falou sobre o Flamengo, mas não falou dos resultados dos exames do jogador Adriano.
O assunto não é tão relevante, outros temas poderiam ser abordados no lugar dessa notícia. O Adriano é importante por sua trajetória no futebol, mas não é necessário contar cada passo do jogador.

Daniela Garcia, Ellen Freitas, Roberto Maia e Thaís Werneck

A gripe suína na mídia brasileira

A editoria internacional dos noticiários tem abordado, durante seguidas semanas, casos relacionados à gripe suína. Na mídia impressa, a pauta rendeu grandes manchetes e chamadas de capa. Mas, na última semana, ganhou espaço menor. A Folha de São Paulo do dia 15, por exemplo, não abordou o assunto na primeira página. A chamada de reportagem internacional do jornal foi a tentativa da presidente Cristina Kirchner de entrar no Congresso argentino.
O Estadão também tem noticiado os fatos relacionados à gripe suína da mesma forma. Não deixou de abordá-los em nenhum momento, mas passou a dar menos destaque às matérias sobre a doença. Além disso, a Influenza A migrou de editoria em ambos os jornais. Muitas reportagens sobre brasileiros que adquiriram a enfermidade foram publicadas, é claro, nas editorias nacionais.
Os jornais televisivos, porém, continuam dedicando considerável espaço ao assunto. Entre os dias 11 e 14 de maio, o Jornal Nacional apresentou várias notícias sobre a gripe suína. Particularmente, na segunda-feira, o assunto ocupou uma boa parte do noticiário global, contando inclusive com uma mensagem do presidente Lula para a população. Foram quatro reportagens, em momentos distintos, tratando do assunto tanto em nível nacional, quanto internacional. Eis as chamadas:
“São 4,8 mil infectados pela gripe no mundo”
“Lula tranquiliza a população sobre a nova gripe”
“Brasil tem oito infectados pela nova gripe até agora”
“RJ: pacientes com a nova gripe se recuperam bem”
Na edição de terça-feira, o jornal noticiou fatos sobre a gripe suína apenas no âmbito internacional. Na ocasião, houve um link ao vivo com o correspondente da TV Globo em Nova Iorque sobre as últimas informações da Organização Mundial de Saúde sobre o vírus: “muitos dos contaminados não precisam tomar vacina, nem remédio, pois a taxa de mortalidade do vírus da Gripe Suína é menor que a taxa do vírus comum”.
Vale notar também que, neste dia, haviam sido contabilizadas 5.629 pessoas já contaminadas em 33 países. “No México foram 2.282 casos e 58 mortes, isso significa que o número de mortes da nova gripe não chega a 0,5 %.” Já no dia 13, o assunto repercutiu apenas sobre a saúde de um jovem infectado no Rio de Janeiro: “Jovem que estava com a nova gripe recebe alta no Rio”. Na edição do dia 14, não houve reportagem sobre a Gripe.
Os jornais de rádios como a Band News, devido ao fato de ser um canal de notícias 24 horas, apresentaram um leque de notícias internacionais sobre a gripe suína. Os noticiários foram mais variados do que qualquer telejornal noturno brasileiro. Isso porque as rádios de notícias podem mostrar com mais detalhes o que ocorre em cada país, pois têm mais tempo e espaço para isso.
Como exemplo, em 14 de maio, a Band News apresentou a seguinte notícia na seção Mundo: “95 pessoas deixam quarentena na China”. Esta notícia não foi apresentada no Jornal Nacional, durante a semana de 11 a 14 de maio.
Dessa forma, percebe-se que os jornais passaram a tratar a gripe suína como assunto secundário devido ao grande número de casos. Como os cientistas mundiais descobriram que não é uma doença necessariamente fatal, a mídia decidiu alarmar menos a população. Mesmo assim, não deixou de alertar a população sobre os cuidados a serem tomados.

Cláudia Pinheiro, Lucas Tolentino, José Jance, Liana Rabêlo e Tamara Barreto.

Caso de violência no Entorno é deixado de lado pela mídia brasiliense

Nesta semana do dia 11 ao dia 15 de maio, os jornais registraram a ocorrência do assassinato em massa que vem acontecendo em Formosa, 79 km de Brasília, desde que o Major Ricardo Rocha assumiu o cargo em agosto de 2007.
O Correio Braziliense deu grande importância ao caso. O jornal fez uma cobertura completa, cobrindo o assunto do dia 11 ao dia 14. Este veículo foi o primeiro a denunciar a chacina.

O assunto foi tratado intensivamente. A manchete da notícia foi capa do jornal em dois dias. E ainda foi discutido na editoria de opinião.
A cobertura, no entanto, foi altamente tendenciosa ao tratar do assunto, pois apontou o Major Ricardo Rocha como o vilão do caso. A edição de depoimentos dados por ele construiu a imagem de uma pessoa ruim. Inclusive, em uma das matérias publicadas o repórter afirma que o caso está nesta situação, porque não tem gente para investigar o Major, dando a entender que o policial permanece no cargo por não haver investigações contra ele.

A tendenciosa cobertura do Correio relata em uma matéria o assassinato de 48 pessoas, desde que o Major assumiu o cargo. A polícia militar assumiu a culpa de dez. O repórter do Correio vai além, e deixa implícito que os outros 38 assassinatos também podem ter sido causados pela PM, sob o comando do Major Ricardo Rocha.
O jornal de Brasília não deu importância ao caso e não divulgou nenhuma notícia sobre ele.

Não houve repercussão do caso nos telejornais locais da Rede Globo (Bom Dia DF, DF TV 1ª Edição, DF TV 2ª Edição). Durante a semana, as notícias veiculadas foram quase sempre aquelas relacionadas diretamente ao Distrito Federal, com pouco destaque para as cidades do entorno. Houve, por exemplo, destaque para os assassinatos no Novo Gama, mas os eventos de Formosa não foram mencionados.

Na Bandnews, os comentários foram muito generalizados. Abordaram os fatos de Formosa e da chacina no Novo Gama como a violência que assusta os moradores de Brasília e Entorno. O assunto não foi noticiado com ênfase, gerando desdobramentos como no Correio Braziliense, por exemplo. A cobertura na rádio CBN não foi muito intensa com relação da chacina que ocorreu em Formosa. A veiculação se restringiu a notas que apontavam o número de mortes, possíveis suspeitos (mais precisamente o Major Ricardo Rocha) e os primeiros encaminhamentos da polícia. A CBN não se aprofundou no sentindo de buscar familiares das vitimas e personagens que pudessem compor a matéria. Ela também abordou um aumento no número de assassinatos no Entorno do DF. As cidades que apresentaram maior aumento foram Luziânia, Valparaíso, Cidade Ocidental e Formosa.
O caso não tomou proporções muito grandes, sendo a cobertura da mídia defasada por se tratar de um fato ocorrido no Entorno. Provavelmente se a chacina tivesse ocorrido no Plano Piloto, a cobertura de todos os veículos seria muito mais enfática.

Carolina Dutra, Fábio Marques, Fernando Naves, Guilherme Guedes, Rafael Braga

Mídia: a inepta cobertura da educação no Brasil

Paulo Freire (1921-1997), ícone da pedagogia brasileira, sempre alimentou a concepção de que a educação constitui singular ferramenta de construção e libertação do homem, que, por meio dela, o indivíduo passa a reconhecer o papel da História e as dimensões de sua identidade cultural. Logo, para ele, a educação correta para um país é a que se preocupa com o exercício democrático. E, diante da relevância do tema para a estrutura social de uma nação, os veículos de comunicação deveriam atuar como agentes fiscalizadores desse processo, alertando sobre os riscos de metodologias de ensino equivocadas e denunciando o descaso de autoridades, bem como destacando as ações inovadoras na área.
Em nossa triste realidade, não é o que acontece. Preocupados com pautas e temas factuais, que surtam impacto de imediato e, por assim dizer, correspondam aos interesses financeiros de seus mantenedores, os veículos de comunicação brasileiros, de certa forma, abstém-se do papel de instrumento de combate às mazelas sociais e relegam-se à função de superficiais ferramentas informativas. Tomemos como exemplo, então, a semana que está por findar. Os principais meios de comunicação do país reservaram ínfimos espaços a repercussões provenientes da educação. Notas sobre algum problema estrutural em uma escola no Paraná ou algum escândalo de merenda no Sul disputaram espaço com assuntos ligados a editorias nacionais e de cidades. Entretanto, nos últimos dias – sobretudo na quinta-feira (14) – o tema conseguiu romper a barreira de gelo e a discussão referente às novas regras do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) esteve presente na mídia tupiniquim.
Com o anúncio de que o ministro da Educação, Fernando Haddad, aceitara a obrigatoriedade do Exame para a obtenção do diploma, já a partir do próximo ano, a pauta conseguiu emplacar chamadas nas capas da grande maioria dos jornais impressos. O Correio Braziliense produziu matéria repleta de informações e de declarações dos principais personagens da história (ministro, secretários estaduais, especialistas, os populares etc). A Folha de S. Paulo, por sua vez, não se estendeu muito no assunto. O diário consolidou um texto simples e objetivo, da sucursal de Brasília, e explicou como será o novo conteúdo das questões. Em ambos os impressos não foram concedidos espaços para o tema nas editorias de opinião.
Nas rádios, o Enem também deu o tom dos desdobramentos de educação da semana. Na CBN, o colunista Gilberto Dimenstein, um homem de aparente paixão pela causa da educação e da cidadania, considerou que a obrigatoriedade do exame vai revolucionar o ensino médio. Na BandNews, por outro lado, a tonalidade foi menos entusiástica. Lá, a visão é mais realista. A emissora preferiu endossar a opinião do professor Rení Castioni (UnB), e levantou a bandeira de que as mudanças vão exigir uma reestruturação profunda na área.
O telejornalismo brasileiro do horário nobre não prima pelo aprofundamento de pautas, exceto quando estas configuram vieses especiais. E com os dois principais telejornais da atualidade – Jornal da Nacional, da Rede Globo, e o Jornal da Record – não foi diferente. Neles, a educação só esteve em voga com o advento das novas regras para o Exame, caso contrário, as temáticas educacionais passariam batidas nesta semana. Tanto em um quanto no outro, a notícia teve destaque médio, com reportagens completas, porém sucintas, nas quais, normalmente, Haddad era ouvido. Por fim, mesmo que rapidamente, o jornal Nacional procurou os principais interessados e atingidos com as mudanças: os estudantes de escolas públicas.

Diego Gomes, Gerson Marlon, Guilherme Fontes e Wiliam Amorim

AMBIENTALISTAS FAZEM PROTESTO E DEIXAM PARLAMENTARES SEM DORMIR

“Amazônia para Sempre” é o nome do movimento que serviu como prova de resistência ao sono dos senadores de três comissões, dos membros de 17 ONGs e de entidades ambientalistas, durante uma vigília na madrugada de quarta-feira (13). A ação inusitada chamou atenção da mídia, já que a tão discutida preservação da Amazônia precisa ser mesmo vista de olhos bem abertos. O Jornal O Globo cobriu os desdobramentos do fato, pois na ocasião também foram discutidas algumas medidas provisórias sobre “o jardim do quintal” brasileiro. Além dos constantes embates entre ambientalistas e senadores, que também preservam contradições entre si. Bem no formato de O Globo, nas três matérias sobre o movimento, prevaleceu o espaço às vozes do poder. O Jornal Estadão não publicou nada a respeito da vigília. O jornal paulista deu destaque apenas à aprovação da medida provisória que permite regularização das terras da Amazônia.
A rádio CBN fez a cobertura tradicional da vigília. Houve um aprofundamento uma entrevista sobre o tema com um especialista. As matérias foram feitas antes, durante e depois do ocorrido. Já a rádio Bandnews não deu nenhum tipo de informação sobre o assunto. Porém o veículo noticiou com pouca ênfase outro problema ambiental.
A mídia televisiva como o SBT, não fez nenhuma citação sobre o manifesto dos parlamentares.
A TV Globo, rádio CBN e Jornal O Globo, que fazem parte da mesma empresa, fizeram uma grande cobertura sobre o movimento “Amazônia para sempre”, principalmente porque os atores Victor Fasano, Juca de Oliveira e Cristhiane Torloni estavam a frente do protesto.

Erika Sayanne, Daniella Ribeiro, Bruno Peres, Talita Maravieski

Cavalo de tróia leva flores e bandidos para mansão

O último domingo (10/05), Dia das Mães, foi marcante para Ilde Maksoud, ex- mulher do empresário Henry Maksoud. Uma quadrilha de 20 assaltantes invadiu a mansão dela, localizada nos Jardins, na zona sul de São Paulo. Os bandidos levaram telas valiosas como "O Cangaceiro" e "Retrato de Maria", de Portinari, o quadro "Figura em Azul", de Tarsila do Amaral, além de dinheiro e outros objetos. Ela, a nora e quatro funcionários foram rendidos e amarrados pelos criminosos, mas ninguém ficou ferido. Segundo testemunhas, os bandidos se disfarçaram de entregadores de flores para ter acesso ao imóvel.
Essa foi a notícia que circulou pelos principais jornais de todo país durante a semana. A cobertura feita pelo Correio Braziliense foi de extrema superficialidade, informou, sem nenhum diferencial, apenas o básico, o que está sendo dito por aí. Os textos foram curtos, e, de certa forma, “pobres” pela falta de aspas, que poderiam ter dado uma vivacidade para o conteúdo. O acontecido foi noticiado de segunda a quinta, e teve continuidade até a polícia achar as obras roubadas. Já a Folha de São Paulo investiu forças, palavras, apuração, fotos, aspas, e tudo que o Correio não mostrou por completo. A notícia foi enriquecida por depoimentos de testemunhas, fontes oficiais e civis, e pôs fotos desde a primeira publicação. Com o decorrer da semana, as matérias noticiavam as informações detalhadas sobre o assalto e sobre as medidas que estavam sendo tomadas.
O assalto foi praticamente esquecido pelas rádios CBN e BandNews, que noticiaram o acontecido na segunda-feira (11/05) e na quarta – feira (13/05), de forma rápida e sem muito detalhe. A rádio CBN chegou a falar sobre o roubo duas vezes no dia onze. Coincidência ou não, as duas rádios noticiaram o assalto, praticamente da mesma forma, nos mesmos dias. A única diferença foi que a BandNews transmitiu a fala de um especialista falando sobre a danificação das telas. Cadê a criatividade atrativa e o humor? Afinal, não houve nenhuma grande tragédia, apenas a da preguiça por parte dos jornalistas.
Na cobertura televisiva, a Rede Globo foi a primeira a noticiar o assalto, no Fantástico, no dia 10. A matéria não tinha muitas informações, que se fixa nas telas de Portinari e da Tarsila, não fala da tela "Crucificação de Jesus", de Orlando Tevez.
No dia seguinte, o Bom Dia Brasil deu continuidade, mencionando a quarta tela roubada (Crucificação) e classificando o roubo como "planejado nos mínimos detalhes". Já fala que a quadrilha tinha 20 integrantes, e tem aquele tom clássico de indignação sempre que um bairro nobre é alvo de assalto. A matéria dá também um histórico breve dos roubos de obras de arte ocorridos no último ano em SP. O anúncio da descoberta das obras em uma rua da Zona Oeste foi feito no SPTV 1ª edição, com a descrição dos suspeitos. Na 2ª Edição o assunto foi abordado novamente, com menção à danificação do quadro "O Cangaceiro", de Portinari. O assunto foi mencionado no Jornal Nacional, que deu como lead a divulgação do retrato falado dos suspeitos e o abandono dos quadros.
Na TV Band News, o roubo foi mencionado apenas na segunda-feira, mas a emissora já falou do retrato-falado dos criminosos, que só foi divulgado na Globo depois que os quadros foram recuperados. A emissora também citou o valor das telas (3,5 milhões). É interessante, porque, mesmo não tendo o furo, a Band procura dar a informação completa e enxuta, mas com um viés um pouco diferente do da Globo. Os públicos também são diferentes: no SPTV, um jornal local, a coisa é mais policial, se concentra na descrição do crime, fotos de delegacia, etc. no Bom Dia Brasil, jornal mais cult, fala do valor cultural das obras, e da invasão a um bairro nobre. O Band News é mais ágil e vai direto ao ponto. A banalização da notícia e da violência faz com que a cobertura de um roubo de obras de arte, do acervo pessoal de uma pessoa, se torne mais importante (pela freqüência da noticiabilidade mostrada), do que a cobertura da morte diária de meninos e meninas, homens e mulheres, nas favelas espalhadas pelo Brasil. É por isso que, pelo menos desta vez, eu levanto e bato palmas para as rádios.

Catarina Seligman, Kameni Kuhn e Roberta Machado

IPI CAI ATÉ NO NOTICIÁRIO

Há quase um mês da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o assunto começou a perder a força nesta semana entre os veículos analisados. No Correio Braziliense, por exemplo, o tema foi pauta para apenas duas matérias – uma de domingo (10), e outra de terça-feira (12). Como uma tradicional matéria dominical, o IPI foi abordado com uma linguagem leve, de modo que o leitor se sentisse próximo da questão e o 'economês' foi deixado de lado. Já na terça-feira, o imposto foi gancho para uma reportagem a respeito do dia das mães – uma vez que a redução alavancou as vendas da data.

Entretanto, O Estado de S. Paulo publicou 15 matérias sobre a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados. Durante esta semana, foi o veículo que dedicou um espaço maior ao assunto. Porém, as matérias só citam a redução como um item dentro do aumento de consumo do setor varejista por conta da diminuição do imposto. Com o dia das mães no último final de semana, algumas matérias abordaram quais eram os produtos com menor preço. Com o projeto de mudança da Caderneta de Poupança o assunto do IPI se resumiu a divulgação de pesquisas no fim da semana. As matérias eram positivas e informavam sobre o aumento do consumo da população em alguns setores, como o de eletrodomésticos, apesar de ser menos em relação aos primeiros meses do ano.

Já a cobertura econômica da rádio CBN tratou mais a respeito do anuncio feito pelo governo sobre a alteração na caderneta de poupança. Entretanto, após a divulgação dos números do comércio varejista, a rádio levou a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a linha branca como o gatilho para o aumento do consumo no país. A rádio ressaltou que, com os materiais de construção e eletrodomésticos mais baratos, o governo voltou a aquecer a economia do país

Nas emissoras de TV o IPI também foi menos explorado. Tanto nos telejornais da Globo quanto da Record o assunto não teve mais a repercussão que tinha no mês passado. O último caso apontado que teve efeito nos telejornais foi a redução do IPI sob produtos da linha branca, que conseqüentemente significou queda de preços para o consumidor.

A medida do governo que entrou em pauta nesta semana foi a cobrança de impostos de poupanças que possuem mais de R$50 mil depositados.

Ana Carla de Oliveira, Gabriella Bontempo, Laís Braz, Marina Cardozo, Nathália Melo

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O papel da imprensa brasileira na cobertura da gripe suína

A cobertura dos veículos de comunicação nunca foi tão abrangente em relação a ciência e saúde como esse últimos dias, como é o caso da gripe suína que teve destaque na imprensa mundial. A abordagem da imprensa brasileira merece uma observação nas diferentes mídias, destacando prioritariamente o caráter informativo.
Os jornais Folha de São Paulo e O Globo pautaram a gripe suína com caráter informativo e à vezes instrutivo. Publicaram sobre a composição, velocidade de propagação e a drástica variação como se manifesta e comentado sobre as dificuldades da descoberta da vacina e da possível ineficácia desta por longo tempo, devido à rápida mutabilidade do vírus. As afirmações da OMS sobre a impossibilidade de uma pandemia foi pouco trabalhada nos dois veículos. Para a Organização, outras crises epidemiológicas graves como a Sars e a Gripe Aviária, foram superadas
A rádio Band News cobriu a gripe suína com foco informativo e instrutivo, em alguns momentos passou sensacionalismo. Ela passava um pouco de alarde em relação à gripe se propagar no Brasil. No geral, a Band News aborda o assunto com seriedade e de forma que o ouvinte fique bem informado. Na CBN as informações sobre o andamento das medidas tomadas pela organização mundial de saúde e informações da agência nacional de saúde sempre são atualizadas. Assuntos envolvendo as questões econômicas são as informações mais representativas da CBN na questão envolvendo a pandemia.

Na mídia televisiva, o Jornal Hoje fez uma cobertura ampla sobre o vírus H1N1. No início da semana o jornal abordou o que se sabia sobre o vírus, em que países ele havia chegado, as formas de contágio e os casos suspeitos no Brasil. Com a confirmação dos primeiros casos suspeitos no Brasil, o JH começou a abordar o assunto de uma forma mais ampla e fazer uma cobertura completa sobre o tema. Com a confirmação dos quatro primeiros casos no país, na tarde do último dia 6, especialistas foram entrevistados para explicar o que é o vírus, como ele se espalha e esclarecer dúvidas dos telespectadores. A cobertura feita pelo Jornal Hoje sobre a Gripe A H1N1, ou Gripe Suína foi feita de forma esclarecedora, tendo como enfoque principal conscientizar os telespectadores, de que não há motivos para pânico ou desespero, pois os casos confirmados estão sobre constante monitoramento.

O Jornal SBT Brasília abordou a gripe suína de forma clara e objetiva. Falando sobre os casos espalhados pelo mundo e falando dos casos suspeitos no DF. O Jornal abordou as formas de prevenção, quem deve procurar os postos de saúde e todas as novidades sobre o assunto. O Jornal SBT Brasília fez uma boa abordagem do assunto, mas não tão ampla quanto à do Jornal Hoje.

Os veículos acima citados, de um modo geral cumpriram seu papel para com a população se analisado do ponto de vista informativo e instrutivo, por outro lado, fica evidente o exagero quanto a quantidade de notícias e notas dadas sobre o assunto.


Emanuelle Costa, Eris Divino, Reginaldo Rodrigues, Thaís Costa

Banco do Brasil fecha acordo com a incorporadora Brascan para atuar no financiamento habitacional

O sonho do brasileiro em ter sua casa própria se aproximou ainda mais essa semana. O Banco do Brasil anunciou nessa quarta-feira (06/05/2009) um acordo com a construtora Brascan. O banco financiará R$ 11 milhões e o fato marca a entrada da instituição no segmento de financiamento habitacional no país. A notícia é extremamente importante, pois o cidadão poderá financiar até 80% do valor do imóvel, que custe até R$ 240 mil.

O Jornal de Brasília divulgou de forma resumida o acordo que o Banco do Brasil fez com a incorporadora Brascan para atuar no financiamento habitacional, mas passou a informação de forma correta. Poderia ter contextualizado melhor o assunto, explicando que atualmente somente a Caixa fazia esse tipo de financiamento.

O Jornal de Brasília poderia ter falado com o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para que ele pudesse explicar os benefícios desse acordo. Deveria ter citado também que na semana anterior o Banco do Brasil anunciou que vai fechar uma linha de crédito de R$ 20 milhões para a construtora Cyrela, que vai construir 500 casas populares no interior de São Paulo.

O Correio Braziliense contextualizou um pouco melhor, mas deixou de falar como o financiamento era feito até então. Os textos dos dois jornais são bem parecidos, o que demonstra que um foi pautado pelo outro.

O Jornal Nacional e o Jornal da Band não divulgaram essa notícia. A CBN e a Bandnews também não deram essa informação.

Acreditamos que um assunto tão importante deveria ser tratado com mais relevância pelos meios de comunicação, mesmo a TV e o rádio. Afinal é um assunto que poderia mudar as vidas de muitos brasileiros.

Daniela Garcia, Ellen Freitas, Roberto Maia e Thaís Werneck

A novela do sertão que virou mar

A enchente no Norte e no Nordeste do país é assunto constante na mídia. Como em casos anteriores de desastres naturais, não há muitos a quem culpar, e os jornais na maioria das vezes limitam-se a contar as novas vítimas. Alguns tentam dar nomes aos que morrem sob as águas, e sentido às imagens de telhados submersos e resgates que parecem se repetir diariamente. E se repetem. Todos os dias a Globo falou no assunto nos dois jornais de maior audiência do Brasil, o Bom Dia Brasil e o Jornal Nacional. Algumas vezes as enchentes eram abordadas de formas diferentes no mesmo dia.
Os telejornais cumpriram bem com o papel de manter os telespectadores informados de cada novidade sobre o assunto. A cada dia novas matérias sobre os atingidos pelas chuvas no Pará, na Bahia, Amazonas, Piauí e Maranhão aumentavam a contagem de mortes e de desabrigados. É uma lista sem fim: rodovias fechadas, aulas suspensas, problemas de abastecimento, desabamentos, crianças desaparecidas e até saques às casas de quem já perdeu tudo na enchente. O problema é que é tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, que não há como ser muito detalhista. Algumas vezes as matérias páram para escutar quem viu a tragédia de perto, quem perdeu a casa, quem quase perdeu a vida, mas na maioria das vezes os depoimentos das vítimas se perdem em meio aos números da Defesa Civil.
Claro que é importante dizer que 34 mil famílias foram atingidas pelas chuvas, 1250 delas em abrigos que também estão sendo inundados, ao todo 737.934 pessoas que tiveram a vida mudada pela água, segundo a CBN, e 500 mil, de acordo com a Globo (os números mudam a cada dia e a cada veículo). Mas, mais do que se ater a números – dos quais nem mesmo a Defesa Civil tem certeza absoluta, pois a CBN afirma que 5 mortes não foram incluídas no relatório oficial – é importante ouvir o que o cidadão tem a dizer sobre isso. Para onde vão os desabrigados? Há comida? As doações são o suficiente? O Governo está agindo? Como posso fazer para ajudar? A mídia, pela primeira vez em muito tempo, parece correr atrás dessas informações, em vez de dar espaço para comentaristas que se limitam a culpar o governo.
O climatologista Carlos Nobre deu uma entrevista ao Bom Dia Brasil, e relacionou o assunto com as secas do Sul do país. Para Carlos, o fenômeno climático ocorre no mundo todo, e é fruto do aquecimento global. Sergio Abranches, da rede CBN, também fez essa relação. Para Abranches, as chuvas são um aviso do planeta, assim como a seca do Amazonas de 2005. O comentarista falou da chuva de 12 horas que presenciou em Belém, e descreveu em detalhes os acidentes que geralmente são ilustrados de forma simplista pela mídia.
A Folha de S.Paulo falou diariamente sobre o assunto, com dados completos, histórias dos desabrigados, fotos ilustrativas, sugestões de soluções e por vezes até mesmo um pouco de emoção, coisa rara nas matérias da Folha. Além de chamar todos os dias a atenção dos leitores para o que deve ser o maior desastre natural do ano, a Folha de S.Paulo publicou repetidamente fotos e chamadas na capa do jornal, provando o quanto o assunto é uma preocupação nacional. Já o Correio Braziliense citou as enchentes três vezes na semana, em matérias de tamanho modesto, mas recheadas de informação e depoimentos de quem vive o drama.
A CBN ouviu a governadora do Pará Ana Julia Carepa, que afirmou que a ajuda está a caminho de quem precisa. A Band News ouviu o presidente, que culpou a burocracia pela demora na reconstrução das áreas atingidas. O Correio Braziliense também ouviu o presidente Lula, e as soluções que ele sugeriu para o problema. O Jornal Nacional e o Bom Dia Brasil colocaram à disposição dos telespectadores as informações de como ajudar. Os meios de comunicação estão fazendo uma cobertura constante e completa do cenário, que infelizmente se agrava a cada reportagem.

Catarina Seligman, Kameni Kuhn e Roberta Machado