Na mídia impressa, muito se falou da quarta passagem no Brasil, da banda britânica de rock Oasis ao decorrer da semana. Com shows marcados para o Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, o grupo, um dos expoentes do rock n’roll mundial chega ao país com todo o alarde que se espera de um grande nome da música.
Acompanhando a cobertura em dois jornais (Correio e O Globo), pôde-se notar diferenças quanto ao trabalho jornalístico desenvolvido por ambos veículos.
Enquanto o Correio ainda retrata o fato de uma maneira fantasiosa, colocando o Oasis em um patamar além do merecido, o jornal O Globo tenta ser mais realista.
Por se tratar de um assunto de uma editoria que está sempre mudando as pautas (sem espaço para um desdobramento do assunto), a cobertura ficou mais restrita para os dias que antecederam a primeira apresentação, no Rio.
Para o Correio, o Oasis ainda é uma banda mítica e problemas de relacionamento extra-palco são deixados de lado. Já O Globo retrata o Oasis como uma banda que não mais se agüenta, motivo esse intensificado pelas brigas constantes dos irmãos e das muitas trocas de formação. Na publicação, o jornal encara essa apresentação como uma das últimas em solo brasileiro e talvez, da própria banda. Eles mostram um Noel (guitarrista e cérebro do grupo) esgotado e dão a perceber que em breve ele abandonará o grupo, causando um rompimento definitivo. O jornal usa falas do próprio integrante que dão a entender o fim da carreira recheada de sucessos.
Acompanhando o noticiário do dia seguinte ao show no Rio de Janeiro, pode-se perceber que O Globo mantém a mesma linha de raciocínio de sua matéria. Elogia o show, por se tratar da importância que a banda tem e história que traçou dentro do rock. Deu um pouco de destaque para o Cachorro Grande, que abriu o show e conseguiu atrair a atenção da platéia.
Os textos se opõem, a cobertura é feita de acordo com o que pensa cada repórter responsável pela pauta e cabe ao leitor, escolher de qual lado ele está.
Nas rádios de notícias, a vinda do grupo não causou tanto alarde. Os espaços foram reservados somente às agendas culturais das rádios, que anunciaram os quatro shows que a banda fará no país. O maior destaque foi dado pela Band News FM. Além de anunciar as datas, a rádio citou preços e o local do show de São Paulo, no sábado (9). Para fechar o destaque, a rádio tocou trecho de uma música da banda.
A cobertura das TVs Globo e Record foram praticamente iguais. As duas apresentam a notícia mais como um evento, de entretenimento e não exploram muito o histórico da banda.
Mesmo não sendo um programa propriamente jornalístico, o Fantástico foi o único programa a apresentar uma matéria mais completa, com uma entrevista que abordou aspectos da trajetória do grupo - da maturidade adquirida com o passar do tempo e da influência musical que o Oasis trouxe para bandas recentes.
A cobertura do canal aberto da rede Globo anunciou apenas o fato como um evento internacional no país. A emissora deixou transparecer que, por ter mais espaço e um público direcionado no canal por assinatura da emissora (Multishow), eles explorariam mais o show do grupo no Brasil por esse canal, fazendo uma cobertura mais completa e dinâmica, incluindo a transmissão ao vivo do show.
Na Rede Record a cobertura não ultrapassou a superficialidade, falando apenas da vinda da banda, das capitais onde acontecerão os shows e as datas.
Carolina Dutra, Fábio Marques, Fernando Naves, Guilherme Guedes, Rafael Braga
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