A editoria internacional dos noticiários tem abordado, durante seguidas semanas, casos relacionados à gripe suína. Na mídia impressa, a pauta rendeu grandes manchetes e chamadas de capa. Mas, na última semana, ganhou espaço menor. A Folha de São Paulo do dia 15, por exemplo, não abordou o assunto na primeira página. A chamada de reportagem internacional do jornal foi a tentativa da presidente Cristina Kirchner de entrar no Congresso argentino.
O Estadão também tem noticiado os fatos relacionados à gripe suína da mesma forma. Não deixou de abordá-los em nenhum momento, mas passou a dar menos destaque às matérias sobre a doença. Além disso, a Influenza A migrou de editoria em ambos os jornais. Muitas reportagens sobre brasileiros que adquiriram a enfermidade foram publicadas, é claro, nas editorias nacionais.
Os jornais televisivos, porém, continuam dedicando considerável espaço ao assunto. Entre os dias 11 e 14 de maio, o Jornal Nacional apresentou várias notícias sobre a gripe suína. Particularmente, na segunda-feira, o assunto ocupou uma boa parte do noticiário global, contando inclusive com uma mensagem do presidente Lula para a população. Foram quatro reportagens, em momentos distintos, tratando do assunto tanto em nível nacional, quanto internacional. Eis as chamadas:
“São 4,8 mil infectados pela gripe no mundo”
“Lula tranquiliza a população sobre a nova gripe”
“Brasil tem oito infectados pela nova gripe até agora”
“RJ: pacientes com a nova gripe se recuperam bem”
Na edição de terça-feira, o jornal noticiou fatos sobre a gripe suína apenas no âmbito internacional. Na ocasião, houve um link ao vivo com o correspondente da TV Globo em Nova Iorque sobre as últimas informações da Organização Mundial de Saúde sobre o vírus: “muitos dos contaminados não precisam tomar vacina, nem remédio, pois a taxa de mortalidade do vírus da Gripe Suína é menor que a taxa do vírus comum”.
Vale notar também que, neste dia, haviam sido contabilizadas 5.629 pessoas já contaminadas em 33 países. “No México foram 2.282 casos e 58 mortes, isso significa que o número de mortes da nova gripe não chega a 0,5 %.” Já no dia 13, o assunto repercutiu apenas sobre a saúde de um jovem infectado no Rio de Janeiro: “Jovem que estava com a nova gripe recebe alta no Rio”. Na edição do dia 14, não houve reportagem sobre a Gripe.
Os jornais de rádios como a Band News, devido ao fato de ser um canal de notícias 24 horas, apresentaram um leque de notícias internacionais sobre a gripe suína. Os noticiários foram mais variados do que qualquer telejornal noturno brasileiro. Isso porque as rádios de notícias podem mostrar com mais detalhes o que ocorre em cada país, pois têm mais tempo e espaço para isso.
Como exemplo, em 14 de maio, a Band News apresentou a seguinte notícia na seção Mundo: “95 pessoas deixam quarentena na China”. Esta notícia não foi apresentada no Jornal Nacional, durante a semana de 11 a 14 de maio.
Dessa forma, percebe-se que os jornais passaram a tratar a gripe suína como assunto secundário devido ao grande número de casos. Como os cientistas mundiais descobriram que não é uma doença necessariamente fatal, a mídia decidiu alarmar menos a população. Mesmo assim, não deixou de alertar a população sobre os cuidados a serem tomados.
Cláudia Pinheiro, Lucas Tolentino, José Jance, Liana Rabêlo e Tamara Barreto.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
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