ASSALTOS A CONDOMÍNIO NA MÍDIA

Foi o tempo em que viver em prédios era mais seguro. Desde o fim do ano passado, uma série de invasões a edifícios e condomínios de classe média-alta vêm ocorrendo, principalmente, no Rio de Janeiro e São Paulo. Cidadãos vivem cada vez mais cercados e trancafiados como prisioneiros. No passado, esta privação garantia a segurança e bem-estar da família. Hoje nem mesmo um arsenal seria capaz de resguardar os moradores das grandes cidades.
Jornais da rádio CBN, com Heródoto Barbeiro, e da BandNews FM com Ricardo Boechat, não colocaram na pauta esse tipo de crime. O mesmo acontece com a TV. Quem assistiu o Jornal Nacional da Rede Globo e o Jornal da Band essa semana, também não soube dos três assaltos a prédios na Zona Sul do Rio de Janeiro por um mesmo grupo de assaltantes no dia 04 de maio. O tema não ganhou destaque nos noticiários de rede nacional.
O conhecimento sobre o fato aconteceu por meio do jornal impresso O Globo. Entretanto, a reportagem de Marcelo Dutra não contextualizou com assaltos anteriores. Como por exemplo, o arrastão acontecido nos prédios e condomínios fechados nos Jardins, bairro de luxo em São Paulo, no início do ano. Nem editores, nem repórter, tiveram preocupação em ouvir órgãos oficiais como a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, local dos crimes.
O impresso equivalente em São Paulo, Folha de S. Paulo, também não tratou o tema de forma diferenciada. No caso da semana analisada, o jornal de São Paulo não deu nenhuma informação sobre o ocorrido no Rio de Janeiro.
Assaltos a residências não têm sido destaque da mídia de forma geral. As abordagens não ajudam a população. Segundo índices disponíveis no site do Ministério da Justiça esse tipo de crime tem crescido desde 2006. Porém, o órgão não informa sobre medidas adotadas pelos estados para conter o delito. A imprensa parece estar à margem dos problemas da população e quando aborda os assuntos prefere o sensacionalismo dos fatos. O que torna nossa imprensa omissa e “marrom”.

Andrea Ribeiro, Luciana Magarão e Valquíria Lima