sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Nova novela diária: caso Eloá

O caso do seqüestro do ABC chocou o Brasil. Foram nove dias acompanhando o sofrimento de Eloá Pimentel. O caso, assim como o do ônibus 174 e o da menina Isabela, deixou os brasileiros apreensivos. Durante os nove dias, que vão do começo do seqüestro até a morte de Eloá, todas as mídias exibiram exaustivamente e de todas as formas possíveis, sobre todos os ângulos possíveis a notícia do seqüestro.

Os jornais televisivos foram os que deram mais informações, se for feita uma comparação com as outras mídias. Um dia depois do término do seqüestro a programação do Jornal Hoje foi inteiramente dedicada ao assunto. O jornal teve inclusive um psicólogo, um ex-sargento da polícia, e um especialista em táticas do Gate. Todos deram depoimentos e opiniões sobre o caso.

A âncora Sandra Annenberg interrompeu o psicólogo em umas das respostas dele, por ser contraditória, ao que estava aparecendo. Pelo caso ter caído nas graças do povo, as mídias exploraram de todas as formas possíveis. Alguns jornais, inclusive, deixaram o caso o mais sensacionalista possível.

As imagens que os telejornais exibiam no dia do desfecho foram as mais trágicas. Pareciam que as emissoras estavam batalhando para ver quem mostrava a imagem mais perto da Eloá, sendo carregada pelos para-médicos.

As coisas estão sendo exploradas de um jeito tão exagerado que tudo o que acontece com a Nayara (uma das seqüestradas), ou com a família são reportadas. Inclusive que a sobrevivente deixou comentários em um site de relacionamentos da internet (Orkut) para a falecida amiga, como se fosse uma novela diária do terror
Mínimos detalhes. Assim foi noticiado o enterro de Eloá Pimentel pela rádio CBN. Até os minutos que o caixão levou do velório ao sepultamento foram citados. Além disso, a própria voz do jornalista que noticia a matéria é nebulosa, com muita entonação e emoção. O sensacionalismo se tornou presente na matéria. Falar quantos quilômetros foram percorridos, em certo espaço de tempo é demais para uma reportagem que conta um momento de dor e sofrimento. Enquanto isso, a matéria da Band News FM foi curta e grossa. Falou o essencial, sem rodeios.
Ousada. Assim podemos descrever a matéria do Correio Braziliense, de Ulysses Campbell. O jornalista ultrapassou os "limites" do comum nas matérias sobre o caso Eloá citando as diferenças entre gravações feitas pela Rede Record e pela Rede Globo. A análise foi feita pela própria perita do caso e diz que no material captado por uma câmera da Record, é possível ouvir um estrondo semelhante ao barulho de um rojão. Nas imagens captadas pela TV Globo, que montou uma câmera mais próxima ao apartamento e no lado oposto onde estava a equipe da outra emissora, não há nenhum estrondo. Podemos concluir que as emissoras podem estar manipulando as imagens para conseguir a interpretação desejada? O Jornal de Brasília foi superficial, falando apenas o trivial, sem que houvesse nenhum diferencial entre os outros meios de comunicação.



Grupo: Anna Karla, Caroline Figueira e Eugifran Moreira

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