Não seríamos declarados profetas ou polêmicos ao dizer que a cultura não é valorizada no país. Não é, e isso é fato. Quantos de vocês não conhecem um rapaz que é músico e teve problemas para ser aceito pelo pai da namorada? E não é exclusividade dos músicos. Pintores, artesãos, poetas, cineastas... todos eles sofrem com a instabilidade dos mercados que os cercam e com a reação da sociedade para com eles. Assim como no mundo dos atores e atrizes, os músicos e artistas plásticos só são reconhecidos depois que ficam famosos, ingressam em uma banda de sucesso ou têm a sorte de terem seu trabalho reconhecido por alguém de cacife. E esse grupo dos afortunados deve girar em torno de 1% do todo, quando muito.
Assim, fica difícil analisar uma pauta específica dentro da editoria de cultura. O negócio é sair atirando pra tudo que é lado para ver o que se consegue. E ainda assim o resultado é ralo. Ninguém esperava encontrar algo no Jornal Nacional, né? Pois bem, não se encontra mesmo. Quando algo sobre cultura sai no Jornal Nacional, é porque o negócio é extraordinário mesmo. A vinda da Madonna ao Brasil quando foi confirmada, gerou uma série de materiazinhas nos mais diversos veículos. Mostravam os fã-clubes, a correria das pessoas para conseguir um ingresso e passagens anteriores da cantora pop em terras verde-amarelas. A Madonna só deve voltar aos principais jornais do país quando de fato tocar seus pezinhos cinqüentenários na terra do futebol, do ‘jeitinho’, e do carnaval.
Na Record, se limitam às agendas culturais nos jornais locais. Acaba sendo uma nota mais de serviço do que de cultura propriamente. Já as rádios não se aventuram muito além da agenda cultural. Tanto na TV como no rádio há problemas com o tempo restrito, mas não justifica o espaço zero para a cultura de uma maneira geral.
Os impressos, por sua vez conseguem dedicar mais para a cultura e para o leitor que gosta da editoria. O Globo conta com um suplemento de cultura e traz uma grande variedade de notícias que vão da fotografia, artes plásticas, teatro e cinema. O destaque no final da semana é uma entrevista com a cantora argentina Mercedes Sosa. Entrevista pequena, mas valorosa. A Folha não fica atrás, e dedica um espaço relativamente grande para a literatura. As matérias costumam ser diferentes todos os dias, a menos quando há algum festival que dure um certo tempo; seja de música, literatura, artes cênicas e etc. Um diferencial dos cadernos é que eles trazem artigos na última página. Os artigos são reflexões de seus autores, que podem escrever sobre temas que não estão em voga. Isso dá uma autonomia aos escritores, pois eles não precisam escrever sobre temas atuais, mas sim sobre o que bem entenderem. Eles contam com páginas e mais páginas, além de todo o tempo que o leitor quiser dispor.
Erik Lima, Raquel Bernardes, Marcelo Brandão, Nathalia Frensch, Amilton Leandro
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
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