sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Recessão americana versus crescimento brasileiro

Crise econômica, queda nas Bolsas de Valores, recessão. Expressões como essas estão saturando os veículos de comunicação. Alguns podem estar se perguntando: Mas são os Estados Unidos quem estão enfrentando uma crise econômica. Como isso pode interferir na economia brasileira? A resposta é simples, uma vez que, atualmente, a economia mundial se baseia em relações de dependência recíproca.

Enquanto era aguardada a votação do plano de ajuda pelo Congresso Americano, a Bolsas passaram por várias oscilações. A Bovespa foi uma delas. Na segunda-feira, dia 29, a Bolsa fechou em baixa de 9,36 pontos percentuais, mas chegou aos 7,63 pontos no dia seguinte.

Dada a importância do assunto, todos os veículos de comunicação trazem informações, muitas vezes idênticas, sobre a crise americana. Qualquer dado novo a respeito é motivo para os mais variados segmentos da comunicação publicar boletins, edições especiais, entre outros. Os jornais impressos, Folha de São Paulo e O Globo, trouxeram matérias bem parecidas, alguns dias com opiniões de especialistas, ou com as “pérolas” de Lula sobre as conseqüências da crise para o Brasil.

A rádio CBN buscou informar os ouvintes, em diversos boletins durante a semana, acerca do cenário econômico mundial. As matérias traziam além das opiniões de especialistas e professores, os discursos do ministro Guido Mantega e dos presidentes Lula, do Brasil, e de George W. Bush, dos Estados Unidos. Lula buscou manter uma postura positiva frente ao caos. Essa postura, porém, durou somente alguns dias. A incerteza da aprovação do plano fez o presidente brasileiro mudar a opinião. Na quarta-feira, quando foi noticiada a aprovação da ajuda pelo Senado, a rádio CBN não fez matéria para anunciar a aprovação, mas contou com especialistas econômicos para analisar os benefícios do programa de reestruturação e os resultados das bolsas de valores brasileiras e americanas (antes e depois da votação). Na sexta-feira, quando a Câmara aprovou o pacote e o presidente Bush sancionou-o, a rádio soltou um boletim anunciando o fato. A Rádio Band News FM trouxe uma matéria com opinião de professores de relações internacionais e economistas ao longo da semana e, na sexta, mais boletins com a aprovação da Câmara.

Já os veículos on-line, tanto o G1 e a Folha de São Paulo, publicaram notícias que continham, basicamente, os discursos de Lula sobre a crise econômica americana e seus possíveis efeitos no Brasil. Mas segundo o presidente Lula, não é preciso se preocupar com tais efeitos, pois a economia brasileira está controlada. A Folha de São Paulo on line trata com certa ironia sobre o assunto quando Guido Mantega, Lula ou até Henrique Meirelles fazem algum discurso positivo em cima da economia brasileira. Em todos os textos, os repórteres fazem o uso de muitas aspas, denotando afastamento daquilo que foi dito. No G1, no dia 3/10, foi publicado o último discurso de Mantega, que apesar de positivo, diz que a economia continuará crescendo, mas em um ritmo menor. Os dois veículos buscam o positivismo do governo em relação ao crescimento com distância e ironia a fim de denotar que na realidade “não vinga”.

As matérias publicadas na TV também trataram o assunto com ironia, principalmente na terça-feira, no Jornal Nacional. A chamada da matéria sobre a economia destacou a insegurança e a falta de poder do “homem mais poderoso do mundo”, o presidente Bush. Outro exemplo é a presença do comentarista Carlos Alberto Sardenberg no Jornal do Globo. Ele costuma fazer análises do mercado uma vez por semana no jornal, mas desde que este cenário começou a se agravar, ele tem participado com comentários todas as noites.

Resta aguardar os desdobramentos dessa história. Entretanto, vigilância constante e chá quente não fazem mal a ninguém.


Natália Ribeiro Pereira, Layla Fuezi, Jaqueline Silva, Samuel, Tamara, Camila Costa

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