Desde os bancos acadêmicos de nossa faculdade de jornalismo, aprendemos a velha ordem que jornalista tem que saber falar de tudo. Acima de qualquer outro conceito, está a de que a notícia tem que ser publicada, desde que tenha interesse para o cidadão.
Nunca foi escondido o terror que alguns jornalistas têm pela editoria de ciência e tecnologia, mas deixar de informar que o Congresso aprovou o projeto que permite o uso de cobaias em projetos científicos vai além de picuinhas com a editoria.
A lei Auroca - sem querer deixar minha opinião sobre a mesma, mas esse nome me remete à outra palavra que é coisa de (a) louca -, depois de 13 anos tramitando no Congresso, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a sancionou na última quarta-feira (09), com direito à publicação no Diário Oficial da União e tudo mais. Quer dizer, tudo menos.
O principal jornal do Rio de Janeiro – O Globo-, que tem circulação nacional, não soltou nada durante a semana entre o dia 6 até o dia 10 de outubro. Se dependesse desse meio de comunicação eu não saberia dessa coisa de (a) louca (ups!).
Em São Paulo a situação foi a “menos pior”. No dia 10 saiu uma matéria na Folha de São Paulo falando sobre o assunto e tratou bem, com suas palavras curtas e claras. Mas infelizmente não foi suficiente para representar os jornais de maior circulação nacional.
No rádio a situação não foi muito diferente. Nada foi falado. Nem mesmo nossos companheiros comentaristas se atreveram a travar uma guerra em apoio à informação para o povo. Agora me digam, se eu disser que nosso companheiro Willian Bonner no Jornal Nacional e Celso Freitas no da Record também não falaram nada sobre a lei, vocês se surpreenderiam? Se a resposta for não, como a minha foi, chego a conclusão de que realmente o jornalismo brasileiro está ficando mais fraco.
Esse ano comemoramos 20 anos de Constituição, com a democracia caminhando ao lado do povo. Mas se o jornalismo é a ponte entre o poder e o povo, como me foi ensinado durante anos, porque a sociedade não sabe de mais detalhes sobre essa lei ou qualquer outra que venha a mudar ou mexer com a opinião de várias pessoas no país?
A lei sancionada é uma grande mudança, que pode significar progresso ou retrocesso. Não importa se anda para frente ou para trás, o jornalismo deveria informar, afinal é o que viemos fazer aqui! Se forem assuntos chatos quem decide é o ouvinte/leitor/telespectador, e nós não temos mais nada a fazer a não ser publicá-las.
Desculpas aos grandes meios de comunicação, mas se acham que existem editorias que “são chatas de fazer”, a profissão não está bem definida.
Essa semana, com toda essa desinformação, eu realmente me senti Auroca!
Carolina Lima Rocha; Gustavo oliveira; Priscila Botão; Rayanne Portugal
terça-feira, 14 de outubro de 2008
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